Querido pai: um dia eu também serei assediada
Campanha de organização norueguesa produz vídeo chocante que alerta sobre a importância de pequenos atos contra a violência sexual para um futuro melhor
Uma organização norueguesa de assistência aos direitos da mulher (CARE Norway) encontrou um jeito forte e tocante de alertar e conscientizar para uma realidade feminina: a campanha “Dear Daddy” traz um vídeo em que uma garotinha narra para o pai realidades e traumas que as mulheres sofrem ao longo da vida (situações nas quais ninguém desejaria ver a filha). A ideia é mostrar como “pequenos” atos de meninos, como fazer brincadeiras machistas e abusivas com as meninas na escola, sustenta a violência sexual – e como uma coisa leva a outra.
“Querido papai, eu só queria agradecer a você por cuidade de mim tão bem. Mesmo eu ainda não tendo nascido. Mas preciso te pedir um favor. Um alerta. É sobre meninos”
“Porque daqui a 14 anos eu serei chamada de prostituta na escola e de vários outros nomes horríveis. Apenas de “brincadeira”. Algo que os meninos fazem e, por isso, você não irá se importar. Talvez você tenha feito o mesmo quando era jovem, em uma tentativa de impressionar ou chamar a atenção dos outros meninos. Tenho certeza que você não queria dizer isso”.
A narradora cita momentos como o assédio sofrido na escola por causa de uma saia mais curta, a situação em que a adolescente é desprezada pelo menino porque não quis fazer o que ele queria, o dia em que é xingada de prostituta pelo marido em uma briga sem sentido e, por fim, mostra como tudo isso evolui para uma agressão física.
“Então, querido papai, este é o favor que quero lhe pedir. Uma coisa sempre leva a outra. Então, por favor, não deixe que tudo isso comece. Não deixe meus irmãos chamarem garotas de putas. Que um dia algum garotinho pode começar a acreditar nisso.”
“Querido papai. Eu sei que você vai me proteger de leões, tigres, armas, carros e até sushi antes mesmo que eu pense sobre o perigo de todas essas coisas. Eu vou nascer uma garota, portanto faça tudo o que você puder para que isto não seja o maior perigo de todos.“
Assista ao vídeo: