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Quem foi Irmã Dulce, primeira mulher brasileira proclamada santa

A baiana teve uma vida de assistência aos necessitados desde antes de se tornar freira.

Por Da redação
Atualizado em 15 jan 2020, 18h05 - Publicado em 14 Maio 2019, 12h06
 (OSID/Reprodução)
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O Vaticano reconheceu um segundo milagre atribuído à Irmã Dulce. Com isso, ela se torna a primeira mulher nascida no Brasil a se tornar santa. Nascida na Bahia, Irmã Dulce foi beatificada em maio de 2011, quando teve o primeiro milagre atribuido a ela: a recuperação de uma paciente que, depois do parto, teve uma forte hemorragia. O sangramento parou sem intervenção médica, e foi atribuído à devoção por Irmã Dulce.

Santa Paulina, que é considerada a primeira santa brasileira, na realidade nasceu na Itália. Por isso, Irmã Dulce seria a primeira mulher nascida em solo nacional a se tornar santa. Mas quem foi essa mulher?

Nascida em 26 de maio de 1914 em Salvador, na Bahia, ela se chamava Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes. Filha de Augusto Lopes Pontes, dentista e professor universitário, Maria Rita perdeu a mãe aos sete anos de idade.

O desejo de seguir vida religiosa apareceu cedo, aos 13 anos, quando começou a acolher pessoas carentes na casa em que morava, no bairro de Nazaré. Antes mesmo de se tornar freira, ela transformou a casa da família em um verdadeiro centro de atendimento aos necessitados, como mendigos e enfermos. A casa passou a ser chamada de “a portaria de São Francisco”.

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Quando finalmente se tornou freira, aos 19 anos, adotou o nome “Irmã Dulce” justamente em homenagem à mãe falecida.

Ela se formou professora, mas sempre preferiu trabalhar com os mais necessitados. Na década de 1930 ela atendia a comunidade de Alagados, em Salvador, onde as pessoas moravam em barracos sobre palafitas. Também criou escolas para operários e seus filhos e transformou estruturas precárias, como o galinheiro de um convento, em hospital.

Em 1959 ela fundou as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), uma instituição filantrópica que hoje abriga um dos maiores complexos de saúde 100% públicos do país. Eles fazem cerca de 3,5 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS),

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Consagrada por todo o trabalho de assistência que prestava, ela teve a oportunidade de conhecer o papa João Paulo II em 1980, quando ele visitou o Brasil pela segunda vez. Em 1988, o então presidente José Sarney a indicou para receber o Prêmio Nobel da Paz.

Irmã Dulce morreu em 1992 de causas naturais, relacionadas a problemas respiratórios. Meses antes de morrer, ela recebeu uma derradeira visita do Papa João Paulo II.

O processo de beatificação

Logo que Irmã Dulce morreu, deu-se início ao processo de beatificação, já que ela já contava com muitos devotos. Foi em 2009 que o Vaticano reconheceu Irmã Dulce como apta a se tornar beata. O Papa Bento XVI aprovou o decreto de reconhecimento de suas virtudes heroicas, e em 2010 o corpo de Irmã Dulce foi exumado, velado e sepultado novamente, o que faz parte do processo de beatificação.

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Em 27 de outubro de 2010 ela foi anunciada beata. O milagre da intercessão de Irmã Dulce na recuperação da hemorragia de uma mulher que havia sido desenganada pelos médicos foi reconhecido. Desde então, ela é conhecida como “Bem-Aventurada Dulce dos Pobres”.

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