Qual é a idade ideal para deixar o filho dormir fora de casa?

Seu filho sempre pede para dormir na casa do amigo? Saiba qual é o momento ideal para deixá-lo dormir fora.

Por Mariana Conte (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 01h20 - Publicado em 13 Maio 2014, 22h00

Meu filho, de 6 anos, pediu para dormir na casa de um amigo. Além de não saber se já é a hora certa, não conheço muito bem a família. O que fazer? (pergunta enviada por leitora)

Deixar o filho dormir na casa de um amigo e, portanto longe dos cuidados da família, pode gerar insegurança nas mães. Mas é preciso entender que essa atividade faz parte de um processo de independência e sociabilização fundamental para as crianças. Aos 6 anos, elas já estabelecem vínculos de amizade e não restringem mais suas relações ao círculo familiar. “As mães devem tomar cuidado para não se tornar superprotetoras nem privar os filhos de vivências significativas. É importante deixá-los enfrentar situações desconhecidas e ver como reagem”, afirma Rosa Maria Stefanini de Macedo, psicóloga e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Ela ressalta que, nesse processo de descoberta e consolidação de novos vínculos, não vale mandar o filho só para a casa dos avós ou dos tios. “A criança deve ir além”, completa.

Por volta dos 6 anos, o pequeno costuma ter autonomia para se alimentar, cuidar da própria higiene e se comunicar facilmente. Logo, consegue resolver sozinho questões relativas ao bem-estar dele quando se encontra na casa dos outros. Para saber se a criança está disposta emocionalmente a viver a empreitada, a psicóloga Néli Telles D’Ajello, de Florianópolis, sugere uma conversa. “De forma leve, os pais podem perguntar ao filho como ele acha que vai lidar com a situação de dormir na casa de uma família diferente”, diz. Se ele se mostrar seguro, é sinal de que está preparado para encarar o desafio. De todo modo, os pais devem deixar claro que o pequeno pode ligar caso não esteja se sentindo à vontade. Agora, se a mãe estiver insegura, convém propor, primeiro, uma situação de convívio menor, como uma tarde na casa do colega. “Essa experiência vai gerar comentários por parte do filho, dando parâmetros para adulto e criança avaliarem se há condições de avançar para uma noite inteira”, diz Néli.

Uma vez topado o desafio de a criança dormir fora, os pais devem avisar os anfitriões dos hábitos dela, como manter a luz acesa e ir ao banheiro durante a noite, além de restrições alimentares e administração de remédios. Esse também é o momento de combinar quem vai levar e buscar, trocar telefones e, ainda, perguntar com quem as crianças ficarão durante o período – uma babá, avó ou com a própria família. “Tenha cuidado para não parecer invasiva ou desconfiada”, avisa Rosa Maria. Depois, comente com o pequeno que cada casa funciona de uma maneira e que ele deve respeitar os costumes alheios.

Quando ele voltar da casa do amigo, os pais podem ligar para os anfitriões agradecendo o convite e aproveitar a ocasião para perguntar como foi a experiência. Por último, vale conversar com o filho para saber a opinião dele. Em geral, as crianças retornam felizes e cheias de novidades.