Protesto de mulheres consegue impedir proibição total do aborto na Polônia
Depois da chamada "Black Monday", parlamento do país recua.
O dia 3 de outubro vai provavelmente ficar marcado na história da Polônia: foi nesta segunda-feira, afinal, que mais de 30.000 mulheres boicotaram trabalho e estudos para lutar pelo direito de abortar. E elas obtiveram resultados! Na quarta-feira (5), o governo recuou e cancelou a proposta de lei que causou o rebuliço.
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A mobilização feminina veio em resposta ao avanço de um projeto de lei bastante controverso no parlamento do país: o de proibir totalmente o aborto, mesmo nos casos de estupro e incesto ou de risco à saúde do feto ou da mãe. O aborto no país conta com uma das legislações mais restritivas de toda a Europa, e, semelhante ao Brasil, só autoriza a interrupção da gravidez quando nas condições listadas acima.
Depois do recebimento de um abaixo-assinado com 100 mil assinaturas, o partido conservador da primeira-ministra polonesa, chamado de PiS, abraçou a causa.
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O PiS vem defendendo a importância da mulher no modelo de família tradicional (a famosa “bela, recatada e do lar”) desde que chegou no poder.
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Depois dos protestos dessa semana, chamados de “Black Monday“, o governo se viu obrigado a recuar. Jaroslaw Gowin, ministro da ciência e da educação superior, alegou na quarta-feira que a movimentação fez com que os parlamentares refletissem e que foi uma verdadeira “lição de humildade”.