Prós e contras: castrar ou cruzar o bichinho de estimação?
Os donos precisam pesar prós e contras de cada opção antes de tomar a melhor decisão - para o bem do seu pet e de todos.
Muito defendida pelos veterinários, a castração é considerada um ato de responsabilidade social. “Colabora-se, assim, com o controle populacional, evitando que aumente o número de animais nas ruas”, diz Marcello Roza, do Conselho Federal de Medicina Veterinária, em Brasília. Mas isso não quer dizer que optar pelo cruzamento seja errado – desde que os donos ajam de modo consciente e com todo o comprometimento necessário.
Não há momento ideal para castrar
Além de não ter contraindicação, a castração traz benefícios para os pets (e para cuidadores): com a consequente redução das taxas de hormônio, eles ficam mais calmos e os episódios de marcação de território diminuem, o que previne poças de urina em locais indesejados. Pelo mesmo motivo, tornam-se mais raras as brigas, que podem causar machucados. Principalmente entre as fêmeas, a incidência de tumores costuma reduzir. “Quando elas são castradas entre o primeiro e o segundo cio, o risco médio de câncer de mama é de 8%”, diz a veterinária especializada em reprodução Camila Vannucchi, da Universidade de São Paulo. Esse número salta para 20% a 30% entre as que não são operadas. Mas, se o procedimento for precoce demais, pode afetar o desenvolvimento do bicho, já que os hormônios sexuais auxiliam não apenas na atividade reprodutiva mas também no aumento de massa muscular e na resistência a algumas doenças. Não existe consenso sobre o momento ideal de castrar. Camila indica que as fêmeas sejam esterilizadas após o primeiro cio, o que ocorre entre o sexto e o oitavo mês para cadelas e o quinto e o sexto para gatas. Para machos, o ideal é quando alcançam a puberdade – em média, aos 6 meses. “Não há necessidade, como dizem os leigos, de cruzar o bicho nenhuma vez antes”, ressalta a expert. Depois de castrado, o pet pode apresentar aumento de peso. Para evitar, controle a alimentação e estimule a atividade física.
Cruzar implica doses de paciência
O cruzamento também exige cuidados. Antes de iniciar o processo, programe um destino para os filhotes. Depois, selecione o parceiro. “Idealmente, o acasalamento deve ser entre bichos não só da mesma raça mas de igual porte”, avisa o veterinário Daniel Gerardi, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “E evite escolher animais com parentesco.” Ambos precisam estar em dia com vacinas e vermífugos. Para evitar traumas, os donos têm de ser pacientes – nada de tentar acelerar as coisas no encontro, que não deve acontecer no primeiro cio. O indicado é esperar o próximo. Em cadelas, o cio dura, em média, 15 dias e ocorre a cada seis meses. Em gatas, é mensal e dura até três dias. Se a fêmea ficar prenha, faça acompanhamento pré-natal, o que garante um parto tranquilo e filhotes saudáveis. Para a amamentação, reserve um canto só para ela e a cria, evitando stress e reduzindo o risco de contrair doenças.