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Polonesas entram em greve contra proibição total do aborto no país

Diante de projeto de lei conservador, as polonesas reagiram de forma corajosa nesta segunda-feira.

Por Giovana Feix
Atualizado em 15 abr 2024, 08h51 - Publicado em 4 out 2016, 08h29
Reprodução Instagram (/)
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Na última segunda-feira (03), milhares de polonesas se uniram contra a proibição total do aborto em seu país, entrando em greve em diferentes cidades. Inspiradas em um movimento semelhante realizado em 1975, na Islândia, as mulheres foram encorajadas a não ir ao trabalho e a não cuidar da casa por um dia – se dedicando, em vez disso, a reuniões, protestos, ações de caridade e doação de sangue.

As leis sobre aborto da Polônia são, atualmente, das mais restritivas de toda a Europa. Sua legislação atual é semelhante à do Brasil: é possível interromper uma gravidez somente se o feto estiver em risco, se apresentar ameaça à saúde da mãe ou se for resultado de estupro ou de incesto.

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O Parlamento do país, no entanto, tem proposto mudanças neste quadro: tramita por lá um projeto de lei que quer proibir todo e qualquer aborto – punindo, com isso, tanto as mulheres quanto os médicos que as ajudarem. A ideia da proibição veio de uma iniciativa popular, depois que uma petição com 100.000 assinaturas chegou às mãos dos parlamentares.

Há quem diga que os mobilizadores deste abaixo-assinado ainda pretendem, no futuro, proibir a venda da pílula do dia seguinte e até mesmo a fertilização in vitro.

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De acordo com uma pesquisa do Newsweek Polska, 74% da população apoia a manutenção das leis atuais, enquanto outro levantamento, da empresa Ipsos, mostra que 50% dos poloneses apoiam a greve das mulheres.

“Minha mãe é bastante católica, vai à igreja todo domingo. Ela é contra o aborto quando você ‘simplesmente não quer o filho'”, conta a médica Małgorzata Łodyga ao jornal britânico The Guardian. “Mas ela é contra esta nova lei – porque, se uma mulher for estuprada, ela vai ser tratada de forma pior do que o próprio homem que a estuprou”.

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Na greve de ontem, lojas, escritórios do governo e instituições de ensino fecharam as portas. Na chamada “Black Monday”, as mulheres enfrentaram chuva e se vestiram com roupas escuras para lutar por seus direitos.

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