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Ouçam o Prêmio Nobel da Paz: essa é a geração de mulheres mais poderosa do mundo

Muhammad Yunus celebra a importância das mulheres nas mudanças econômicas, sociais e tecnológicas do mundo

Por Juliana de Faria (colaboradora)
Atualizado em 21 jan 2020, 22h28 - Publicado em 22 Maio 2015, 14h26
Acervo pessoal (/)
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“Essa é a geração de mulheres mais poderosas de toda a história”, disse Muhammad Yunus, a cinco metros de distância do meu nariz, em evento realizado pela SocialGood e United Nations Foundations. Você sabe quem ele é? É um economista e fundador do Grameen Bank, também conhecido como “Banco dos Pobres”, que fornece pequenos empréstimos para pessoas de baixa renda e sem as exigências dos bancos comerciais.

Sim, estamos falando do já conhecido microcrédito. Yunus é o pai dele! Por seu trabalho contra a pobreza, ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 2006. E eu pude ouvi-lo falar de pertinho que, sim, só teremos uma sociedade melhor se trabalharmos para melhorar a situação da mulher. 

Isso mesmo! Lá vem a surpresa feminista: 97% dos credenciados do banco de Yunus são mulheres. No começo do projeto, ele notou que o público feminino da região não se candidatava aos microcréditos, apesar das facilidades em conseguí-los.

“Elas não se sentiam capazes de mexer com dinheiro, de empreender, de liderar”, contou. Ou seja: o objetivo do banco, de exterminar a pobreza do país, jamais seria atingido enquanto metade da população não se sentisse confiante para a tarefa.

Vale explicar a sensação dessas mulheres. Há uma enorme disparidade entre gêneros no mundo. Sim, conquistamos muito, mas não podemos esquecer que mulheres ainda têm pouca voz política e, por vezes, nenhuma autonomia para estudar, sobre seu corpo ou sobre sua vida.

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Elas casarem ou não, em várias regiões, é uma decisão dos homens. A diferença salarial, os preconceitos com a maternidade e as violências sexuais também atravancam a situação da mulher. A insegurança e até a falta de conhecimento são frutos de um cenário que não apoia o crescimento social, político e econômico delas.

“Quando uma mulher diz que não pode lidar com dinheiro, lembre-se que não é a voz dela falando isso, é a voz da história.”

Portanto, além do microcrédito, o economista entendeu que o projeto também precisava educar essas mulheres. “Não com aulas de física ou química, e sim com uma educação baseada em vivência, em descobrir quem você é o que quer fazer no mundo.” Foram precisos 6 anos para o jogo virar.

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Hoje, as mulheres são a larga maioria de clientes (6,4 dos 6,6 milhões de usuários) e também suas melhores pagadoras (a taxa de recuperação do banco é de 98,9%).

E por que esta é a geração de mulheres mais poderosas? Por causa da tecnologia. Ela nos conectam com mulheres que já venceram essa barreira e, consequentemente, com soluções para nossas limitações e problemas, quaisquer que sejam.

Ela nos permite inventar nossos próprios trabalhos (“nenhum ser humano deveria servir o outro”, diz Yunus) e criar nossas próprias regras. E, sendo as mulheres as primeiras a usarem as tecnologias mais inovadoras, são elas que têm a rédea.

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