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ONG AfroReggae comemora 20 anos

Há 20 anos, o carioca José de Oliveira Júnior ajudou a fundar o AfroReggae, ONG que transforma vidas ao promover oficinas de arte, cultura e cursos profissionalizantes em áreas carentes

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 17h33 - Publicado em 21 ago 2013, 21h00
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Júnior, coordenador do AfroReggae, no novo escritório da ONG em São Paulo
Foto:Robson Fernandes 

“Eu tinha 10 anos quando os meus pais se separaram e mudei com a minha mãe para o centro do Rio de Janeiro. Lá fui apresentado à prostituição, aos jogos de azar e ao poder do submundo do crime. Nunca me envolvi com isso por receio de magoar a minha mãe. Ela já tinha sofrido demais apanhando do meu pai alcoólatra. Aos 20, eu trabalhava como taxista e entregador de jornal e organizava festas de funk. Mas o ritmo foi proibido em 1992, após um arrastão na Praia do Arpoador, então migrei para o reggae – daí o nome do projeto.

Entre um baile e outro, eu e mais organizadores vimos que faltava um veículo para falar de cultura negra e da busca por igualdade. Criamos o AfroReggae Notícias e passamos a distribuí-lo em favelas. Em 1993, houve a chacina no Vigário Geral e fomos para lá, jornais em mãos. Vimos que os moradores precisavam também de formação e começamos a dar aulas de música na rua. Tinha tiroteio, era difícil. Porém, aos poucos, os bandidos pararam de atirar porque estávamos lá. E a polícia também parou. Expandimos os trabalhos, sempre com a ideia de transformar vidas por meio de cultura, arte e educação.

Hoje, o AfroReggae atua no Vigário Geral, centro do Rio, Complexo do Alemão, Cantagalo, na Parada de Lucas, Vila Cruzeiro e Nova Era. São cerca de 40 projetos: oficinas musicais, de teatro e de circo e cursos profissionalizantes. Ainda fazemos a mediação de conflitos, preservando a vida dos moradores de áreas de risco. Acabamos de abrir um escritório em São Paulo, onde damos consultoria a projetos já existentes e promovemos o Empregabilidade, sucesso no AfroReggae do Rio, que integra ex-detentos, presos do regime semiaberto e seus familiares ao mercado de trabalho. Aos 20 anos, nossa maior conquista é mostrar que é possível tirar pessoas do narcotráfico e das milícias e reintegrá-las à comunidade.”

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