O que motiva você?
Como manter as decisões e promover mudanças efetivas na rotina? O segredo é achar o que motiva você. Aprenda com as nossas estratégias
A resposta para alcançar a mudança que você deseja é transformar o velho hábito em novo
Foto: Getty Images
Mudar faz bem, é necessário e… difícil. Para ser representativa, a mudança deve se repetir dia após dia e isso mexe para valer com a gente. “Sabemos o que é preciso fazer, mas nos acostumamos com padrões de comportamento e, quando temos que transformá-los, é desagradável”, comenta Marcio Atalla (SP), educador físico e autor do livro Sua Vida em Movimento (Ed. Paralela).
O jornalista americano Charles Du-higg, que escreveu O Poder do Hábito (Ed. Objetiva), explica que tais padrões são uma forma de poupar energia: “Você aciona um gatilho no cérebro que sinaliza que ele pode entrar em modo automático. Ninguém fica pensando em cada ação ao escovar os dentes, por exemplo”. E nada menos que 40% das nossas atitudes diárias são hábito, segundo pesquisa da Universidade Duke (EUA). Portanto, a resposta para alcançar a mudança que você deseja é transformar o velho hábito em novo – processo que não é rápido. Estudos ingleses apontam que é necessário repetir um comportamento por cerca de 66 dias para transformá-lo em algo corriqueiro. Dois pontos ajudam: 1. Ter um desejo de mudança autêntico e que parte de você. 2. Ter clara uma motivação para seguir em frente. Isso se chama recompensa – a resposta positiva que o novo comportamento fornece para justificar que seja mantido. Preparada?
· A mudança: ser menos estressada
A tática: ser mais flexível e estabelecer limites.
Motivação: o stress excessivo derruba o humor e pode desencadear de dores musculares a depressão.
Mãos à obra: para a psicóloga Ana Maria Rossi (RS), o grande problema está no fato de as mulheres modernas assumirem funções demais e terem dificuldade de delegar. O antídoto é deixar a prepotência de lado e pedir socorro quando a situação apertar: para a amiga, o parceiro, a mãe… “E mais: sabendo que não dará conta, nem se comprometa a realizar uma função! Ou, no mínimo, renegocie condições”, orienta. Programe ainda pausas durante o dia para recompor as energias e aliviar a tensão: vale dar uma volta no quarteirão, meditar… E entenda: nem tudo está sob o seu controle. Tente relevar situações que chateiam, mas não podem ser mudadas.
· A mudança: ter tempo para dedicar-se a algo que você deseja
A tática: colocar o item no topo da sua lista de prioridades e organizar a rotina em função disso.
Motivação: realizar coisas que você quer muito e sempre adia em nome da agenda atribulada.
Mãos à obra: contar com mais tempo para as coisas importantes da vida é o terceiro maior desejo dos brasileiros, segundo pesquisa da Triad PS Consultoria em Produtividade (SP). “Um passo fundamental é escolher algo que traga satisfação. Quando a motivação é intrínseca a gente dá um jeito”, diz o especialista em gestão de tempo Christian Barbosa (SP), fundador da consultoria citada. Para organizar a rotina, planeje as atividades do dia – faça isso com, no mínimo, 24 horas de antecedência e nunca preencha todos os horários porque imprevistos aparecem. Com a lista em mãos, defina quanto tempo dedicará a cada tarefa e foque, evitando distrações. Segundo Christian, gastamos duas horas do dia checando e respondendo e-mails. Isso sem falar das redes sociais, da pausa para o café… Tudo deve ter o seu momento e o seu prazo.
· A mudança: abandonar o sedentarismo
A tática: fazer da atividade física um compromisso diário.
Motivação: “Ainda não sabemos a razão, mas quem faz exercícios se alimenta de forma mais equilibrada, ganha disposição, para de fumar (ou fuma menos), usa o cartão de crédito com menos frequência (!) e sente menos os efeitos nocivos do stress”, garante o autor Charles Duhigg.
Mãos à obra: “Se você deixar para fazer exercícios quando der, nunca dará. Então, marque na agenda um tempo para isso”, orienta Marcio Atalla. Busque uma atividade que faça você se sentir bem. Não gosta de academia? Procure uma escola de dança. Prefere exercitar-se sozinha? Que tal corrida ou caminhada? Uma vez iniciada a rotina de atividade física, pegue firme! O especialista informa que o corpo demora em média três meses para se acostumar. E não busque metas exorbitantes logo de cara. Estudiosos da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, atestaram que pessoas que dividem um grande objetivo em vários menores têm mais chances de alcançar o sucesso. Funciona assim: como é mais fácil atingir metas menores, você obtém êxito, sente o gostinho da vitória e se motiva para ir adiante.
* PROFESSORA DE PSICOLOGIA ECONÔMICA DA FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS CONTÁBEIS, ATUARIAIS E FINANCEIROS (FIPECAFI) E AUTORA DO LIVRO DECISÕES ECONÔMICAS – VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR? (ED. ÉVORA).