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O que fazer se seu filho escolher uma religião diferente da sua?

Seu filho segue uma doutrina diferente de sua família? Antes de questioná-lo, procure entender o que o levou a fazer esta escolha. Saiba mais!

Por Suzana Lakatos (colaboradora)
Atualizado em 27 out 2016, 23h12 - Publicado em 19 fev 2014, 22h00

Foto: Getty Images

“Desde que se envolveu com um grupo religioso, minha filha de 14 anos só fala da nova doutrina e se isolou dos antigos amigos. Seu comportamento já beira o fanatismo. Devo proibir?” (pergunta enviada por leitora)

Ligar-se a uma diferente da praticada pela família ou envolver-se com uma religião quando ninguém na casa é religioso pode ser um jeito de provar a individualidade. Na tentativa de se diferenciar dos pais, o jovem elege grupos e ídolos cujas condutas e regras lhe parecem mais condizentes com sua visão de mundo.

O medo dos pais é de que o filho se submeta cegamente às imposições desses grupos – sejam religiosos, políticos ou de outra natureza -, abrindo mão de valores da família. E o risco existe. Ao escolher igreja, partido ou tribo, meninos e meninas agem como se tudo ali fosse maravilhoso, afastando-se de outros convívios e experiências. A falta de senso crítico e o isolamento os deixam vulneráveis e é preciso cuidado com o fanatismo e a subserviência. Fique alerta com grupos que utilizam seus adeptos para fazer proselitismo ou como mão de obra gratuita em atividades de arrecadação de fundos. Antes de tomar qualquer iniciativa, porém, pondere se não há intolerância de sua parte. A maioria das religiões professa valores universais, que compõem uma ética maior. Não é a religião que torna as pessoas melhores nem piores. Mas há problemas quando a liberdade de escolha e a consciência ficam prejudicadas por dogmas e preconceitos.

Mesmo assim, bater de frente com o adolescente é batalha perdida. O poder de mando que havia na infância deve ser substituído pela autoridade baseada no respeito. Embora busque a individualidade, seu filho espera apoio e aprovação. Aproveite essa base de confiança e afeto para exercer ascendência positiva.

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O primeiro passo é escutar sua filha e deixar claro seu respeito à decisão dela. Valorize o que existe de positivo na ideologia escolhida sem deixar de apontar, no entanto, onde a prática não combina com a pregação. Destaque pontos negativos, como a falta de oportunidade para conviver com outros grupos, e, se houver, a intolerância diante de quem tem outra fé.

Fique atenta ainda a alguns sinais que sutilmente indicam que o adolescente quer limite e proteção. Um caso típico é o do jovem com dificuldade para dizer não e que repete várias vezes para os pais que “vai à igreja a tal hora”. A repetição sinaliza um pedido de contestação. Diga que ele não vai porque você sabe que não é bom. Uma alternativa é ir junto para conhecer melhor. Caso confirme que se trata de seita intolerante, com ideias que confrontam princípios da sua família, não hesite em proibir. Preservar o tom afetivo não significa permitir tudo. O importante é fundamentar seus argumentos e manter o clima de respeito.

Fonte: Miguel Perosa, psicólogo especializado em adolescência e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
 

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