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O que fazer quando os avós interferem na alimentação das crianças?

Mesmo quando ficam com os netos todos os dias, muitas avós não resistem e acabam enchendo as crianças de guloseima. Veja o que fazer para que isso não atrapalhe a dieta saudável do seu filho.

Por Gabriela Abreu (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 00h56 - Publicado em 7 set 2015, 07h00
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É natural que os pais se preocupem com o prato dos filhos. E, atualmente, com tanta informação disponível, fica mais fácil saber o que não faz bem e precisa ser evitado. Mas não há necessidade de vetar nenhum alimento, diz Renata Bressan, nutricionista da Clínica Alfredo Halpern, em Curitiba. “A carne vermelha, por exemplo, é fonte importante de proteínas que irão contribuir para o desenvolvimento da criança. O consumo não deve ser excluído, mas alternado com o de frango e peixe”, indica. Muito cuidado com o radicalismo, que, além de estressante para todos, pode ser prejudicial. Proibir o consumo às vezes gera uma preferência justamente por tais alimentos no futuro: é a pessoa que, na infância, nunca podia comer doces e agora exagera na dose. “Você deve, isso sim, limitar a quantidade e a frequência de alguns alimentos”, completa Renata. Afinal, mais eficiente do que proibir é ensinar a comer com moderação (uma ou duas bolachas, não o pacote todo).

Quanto ao embate familiar,o principal conselho é ter calma e paciência. Se a criança só frequenta a casa dos avós esporadicamente (uma vez por semana), por algumas horas, cogite liberar a alimentação nessas ocasiões e poupar todo mundo do conflito. “Os avós gostam de mostrar aos netos que lá são sempre acolhidos. Já o papel dos pais é justamente colocar limites”, compara Dora Lorch, psicóloga clínica, de São Paulo. Agora, se o convívio é (quase) diário, por longos períodos, não dá para evitar a conversa. “Eles cuidaram dos filhos deles e costumam seguir a própria cartilha”, aponta Dora. Mas os tempos são outros – os pequenos são mais sedentários do que antes, por exemplo – e nem sempre os avós percebem. Cabe a você apontar com delicadeza. Lembre-se de que seus pais ou sogros não são seus funcionários para seguir à risca suas instruções; portanto, o caminho é conversar municiada de argumentos. Mostre que quase metade da população brasileira está acima do peso, segundo o Ministério da Saúde, e que você quer evitar que seu filho entre nessa estatística também. Além disso, com os excessos de televisão, internet e jogos eletrônicos, o cuidado com a alimentação tem que ser maior do que era na sua época. “Outra saída é levá-los ao nutricionista e ao pediatra do garoto, porque aí os profissionais vão ajudá-los a se conscientizar”, sugere a psicóloga. Mas colocar outra pessoa no meio só em último caso.

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