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O que fazer quando a diferença de idade começa a afastar irmãos antes tão unidos?

Já que cada filho é de um jeito, as diferenças às vezes provocam desavenças e desunião. Saiba como ajudar seus filhos a se aproximarem.

Por Mariana Conte (colaboradora)
Atualizado em 27 out 2016, 23h39 - Publicado em 3 abr 2014, 22h00
Reportagem: Mariana Conte / Edição: MdeMulher
Reportagem: Mariana Conte / Edição: MdeMulher (/)
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A mãe deve atuar como mediadora das desavenças respeitando a individualidade de cada filho.
Foto: Getty Images

Meus filhos, de 13 e 16 anos, sempre foram muito próximos. Só que agora o maior não quer mais a companhia do outro quando sai com amigos e isso deixa o menor magoado. Como devo agir? (pergunta enviada por leitora)

Relacionamento entre irmãos é um grande aprendizado sobre as conexões sociais que se estabelecerão na vida depois, fora do círculo familiar – na escola, na faculdade, no trabalho. E conflitos são normais em todos os tipos de convívio. “Os pais devem entender que é saudável os garotos quererem ter o próprio espaço e, por isso, surgirem certas rivalidades entre eles”, observa a psicóloga Luiza Maria Braga Silveira, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Ainda mais estando os dois numa idade em que é até natural e esperado que se tornem mais questionadores e confrontadores. Enquanto um vive a pré-adolescência, o outro já se encontra em plena adolescência, quando os interesses já não vêm mais de dentro da família, e sim da relação com os amigos. “Para completar, o filho mais velho passa por um período de mudanças fisiológicas, cognitivas e emocionais características da faixa etária, o que ajuda a reduzir a afinidade que sempre teve com o irmão”, ressalta a psicóloga especializada em terapia familiar Letícia Dellazzana, de Porto Alegre.

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Como o garoto busca independência por meio da turma, que agora ocupa maior espaço na vida dele, a companhia do irmão mais novo não é mais tão bem-vinda. O caçula é visto como um representante da família, que pode, inclusive, inibir conversas e comportamentos do grupo. Mas nem vale a pena se angustiar ou forçar a barra para que os meninos fiquem mais juntos. Muito menos obrigar o primogênito a levar o caçula em qualquer programa com os amigos dele. Até porque, muitas vezes, isso não será apropriado. “O mais novo acabaria sendo exposto a certas situações de forma precoce”, alerta Luiza Silveira. Além do mais, os meninos crescerão, e essa conjuntura mudará naturalmente logo que a adolescência de ambos chegar ao fim e cada um tiver estabelecido sua identidade. Aí interesses em comum voltarão a surgir.

Até lá, procure atuar como mediadora das desavenças respeitando a individualidade de cada um. Ajudará se sentar com o mais novo e esclarecer que as atitudes do irmão não significam falta de amor, rejeição ou pouca consideração por ele. Para amenizar a tensão nos momentos de exclusão, sugira a ele alguma outra atividade enquanto o mais velho sai com os amigos. “A proposta é que a mãe estimule o caçula a descobrir os próprios interesses”, diz a psicóloga Dayse Maria Motta Borges, professora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (SP). “Pergunte a ele o que gostaria de fazer, se acha uma boa ideia assistir a um filme no cinema com você ou convidar algum amigo ou primo para ir à sua casa. Ele vai perceber que também tem muitas outras possibilidades.” Por fim, promover programas com a família toda proporciona momentos de convívio entre os dois filhos.
 

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