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O que fazer quando a criança pede um irmãozinho?

Seu filho pequeno não para de pedir um irmãozinho? Você e seu marido não sabem explicar que não planejam ter outros filhos? Saiba como informa-lo a decisão de não aumentar a família

Por Suzana Lakatos (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 01h44 - Publicado em 24 abr 2014, 22h00
Suzana Lakatos / Rita Trevisan
Suzana Lakatos / Rita Trevisan (/)
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Minha filha, de 5 anos, não para de pedir um irmãozinho. Como explico que o pai dela e eu não planejamos ter outros filhos? (pergunta enviada por leitora)

Um bom começo é entender o que motiva a insistência de sua filha em ter um irmão. Uma possibilidade, principalmente se ela convive a maior parte do tempo com adultos, é que se sinta solitária e imagine que outra criança nacasa irá lhe servir de companhia. A cobrança pode se relacionar ainda à percepção de que a maioria dos amigos (ou, no mínimo, aqueles que ela mais admira) tem irmãos. Nesse caso, é provável que ela se sinta diferente e inferiorizada em relação a eles. Daí, cria a fantasia de que a chegada de um bebê irá colocá-la no mesmo status dos colegas.

Para compreender o que ela pensa e sente, nada melhor do que conversar diretamente. Nessa idade, os pequenos já se expressam bem e conseguem responder a perguntas objetivas do tipo: “Por que você quer um irmão?”, “Por que acha que será bom termos um bebê?” e “O que vai mudar aqui em casa quando esse irmão chegar?” Essa conversa é importante para reunir pistas sobre a melhor maneira de abordar o assunto. Se a criança tiver a expectativa de que o irmão seja alguém com quem ela possa brincar quando quiser, por exemplo, a família deve explicar que bebês não sabem falar nem andar sozinhos, que eles choram e exigem muita atenção por parte dos pais. Esses argumentos contribuem para aproximá-la da realidade e mostrar que vai demorar até esse irmão se tornar um companheiro de folia.

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Mas, seja qual for a fantasia que ela alimente em relação ao bebê, nada de rodeios quando informar a decisão de não aumentar a família, pelo menos por enquanto. Poupe a criança de longas explicações de fundo filosófico, sociológico ou econômico. Tudo que ela precisa saber (e rápido) é que não terá um irmãozinho tão cedo. Simples assim. Mesmo que a reação não seja das melhores no primeiro momento, não caia na tentação de alimentar falsas esperanças nem diga que vai repensar o assunto se isso não for sincero. Frustrações fazem parte da vida e, em geral, favorecem o crescimento pessoal. Portanto, não há motivos para temê-las, e cabe aos pais ensinar os filhos a lidar de maneira positiva com esse sentimento.

Caso note que sua filha necessita de maior interação com outras crianças, crie oportunidades de estimular esse convívio. Comece, por exemplo, convidando colegas da escola para passar um dia com a família e levando-a a parques e playgrounds. Com ou sem irmãos, nada melhor do que a brincadeira espontânea entre pares para exercitar aspectos importantes do desenvolvimento infantil, como as relações de cooperação, a capacidade de compartilhar e a tolerância, essenciais à vida em sociedade.

Ivete Gattas, médica da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo.
 

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