Na era do Instagram, a definição de muros é atualizada
Os muros com intervenções artísticas têm se destacado como campanhas de marketing aproveitando a onipresença do Instagram.
Nos últimos anos, varejistas têm apostado em murais que chamam a atenção por ser uma mistura de propaganda e arte urbana, uma isca perfeita em tempos de Instagram.
Independentemente do conteúdo, o efeito é o mesmo: muita, muita mesmo repercussão e popularidade nas mídias sociais. Por não parecerem publicidade ou conteúdo promovido, as artes em murais atraem pessoas em busca da selfie perfeita e propagam a mensagem da marca com incrível força nos meios digitais.
Veja abaixo alguns exemplos de ações no mundo da moda que seguem esta tendência de sucesso:
- A #pinkwall da loja Paul Smith acumula mais de 60 mil menções na rede social. Ao ganhar uma intervenção de arco-íris como parte de um projeto internacional de orgulho gay, recebeu personalidades como Hillary Kerr e Victoria Justice para posar em frente ao muro.
- A parceria entre Kendall Jenner e a Adidas anunciada com um vídeo em um mural foi visualizado quase 8 milhões de vezes. Logo a marca lançou um projeto de arte ao ar livre em muros no Brooklyn para promover sua campanha de tênis Pure Boost DPR; já são mais de 110 mil publicações com a hashtag #pureboost.
- O mural da Givenchy com o topless de Candice Swanepoel quando compartilhado pela modelo recebeu mais de 200 mil curtidas.
- O work-in-progress do muro com retratos de pessoas reais do The Kooples ganhou mais de 2.500 coraçõezinhos.
- A hashtag #ilovecoco foi usada mais de 32 mil vezes em referência ao mural de cosméticos da Chanel com Lily-Rose Depp.
- O permanente projeto “Art Wall” da Gucci que tem mostrado vários artistas em um esquema rotativo, como Coco Capitán e Jayde Fish, é sucesso também nas redes.
A inclusão de uma hashtag associada aos murais comissionados é uma tentativa das marcas em conciliar a experiência analógica ao mundo digital. No entanto, medir o impacto do alcance destas ações pode ser complicado, uma vez que o Instagram não tem métricas tradicionais, como o número de visualizações, dados demográficos da audiência e maneiras de mensurar se aqueles que tiveram contato com o conteúdo nas mídias sociais também acabaram se engajando com a marca na “vida real”.
Mesmo sem poder dizer se isso vende mesmo de fato, é certo que influenciadores têm dominado o mercado como ponte de promoção destas marcas com seguidores, ou pelo menos transformado a vizinhança em um espaço mais inspirador para estar. Uma potencial experiência humana em tempos de conexões virtuais.