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Mulheres Unidas Contra Bolsonaro: grupo soma 1,2 milhão de membras

Criado no Facebook, o grupo transformou-se em um fenômeno. Em três dias somaram-se 700 mil novas adeptas.

Por Júlia Warken
Atualizado em 16 jan 2020, 09h09 - Publicado em 12 set 2018, 16h00

Um grupo intitulado “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” tornou-se um fenômeno do Facebook nos últimos dias. Criado há mais de um mês, ele começou a crescer no início dessa semana e as administradoras viram o número de membras disparar. “Foram 700 mil [novas membras] nos últimos três dias”, diz a equipe de comunicação montada para responder às perguntas da imprensa.

Na tarde dessa quarta-feira (12), o grupo somava 1,2 milhão de membras e o número cresce sem parar. “Chegar à marca de 1 milhão foi emocionante, mas principalmente sintomático, pois aponta que uma quantidade expressiva de mulheres não aprova e não aprovará discursos de ódio”, dizem as administradoras. Por organizarem-se de maneira coletiva e horizontalizada, elas preferem que as declarações sobre o grupo não sejam creditadas a uma só responsável.

Por ter sido criado no modo “secreto”, não é possível encontrar o grupo através da busca do Facebook. Essa é uma maneira de dificultar a entrada de quem é contrário à causa – novas membras só podem ser adicionadas a partir do convite de quem já está lá dentro. Sendo assim, outros grupos menores que usam o mesmo nome estão sendo confundidos com o original.

Mas e qual é, de fato, o objetivo concreto dessa união de mulheres? “Nosso objetivo é isso mesmo que todos estão vendo: dar voz e vez para mulheres, mostrar que o nosso espaço é onde decidirmos estar”. O coletivo também não descarta a hipótese de manifesta-se nas ruas. “Mulheres estão se reunindo em suas cidades, mas o grupo não organizou marchas ainda”, dizem as administradoras.

Confira aqui a entrevista que o MdeMulher fez com o “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”:

MdM – Qual foi o pontapé inicial da criação do grupo? Como ele de fato surgiu?

Sabíamos que muitas mulheres estavam indignadas com os posicionamento do candidato ao qual fazemos frente de resistência, mas a rapidez com que essas mulheres se mobilizaram foi surpreendente. Estamos muito felizes com o empenho de todas e chegar à marca de 1 milhão foi emocionante, mas principalmente sintomático, pois aponta que uma quantidade expressiva de mulheres não aprova e não aprovará discursos de ódio de caráter misógino, racista e homofóbico. Faremos frente para defender que nossos direitos conquistados, hoje enfrentando grande ameaça, não sejam deslegitimados e o movimento é a oportunidade dessas mulheres encontrarem um local de pertença onde podem debater temáticas político-sociais e construir um imaginário coletivo daquilo que consideramos uma sociedade justa e igualitária.

MdM – Qual é o objetivo do grupo? Vocês visam ações concretas como uma marcha, por exemplo?

Nosso objetivo é isso mesmo que todos estão vendo: dar voz e vez para mulheres, mostrar que o nosso espaço é onde decidirmos estar. A união dessas mulheres reforça o que já sabíamos dentro de cada uma de nós, que podemos fazer a diferença e não aceitaremos candidatos que apresentam pautas que vão de encontro às nossas necessidades nem de quaisquer minorias sociais. Podemos perceber que manifestações estão sendo organizadas paralelamente ao grupo, mulheres estão se reunindo em suas cidades, mas o grupo não organizou marchas ainda.

MdM – Vocês previam que o sucesso seria tanto?

Não sei bem se a palavra seria sucesso, acredito que todas nós preferiríamos não sentir a necessidade de resistir frente a um candidato que apresenta propostas tão carregadas de ódio e violência. Estamos felizes com a mobilização dessas mulheres e não recuaremos.

MdM – Como vocês estão administrando um grupo tão imenso? A proposta inicial se mantém atualmente? Vocês estão encontrando que tipo de desafios?

Não é uma tarefa fácil, mas temos uma equipe de mulheres competentes e empenhadas, dedicando muito do seu tempo em prol do movimento. Nossa proposta está sendo contemplada a cada dia que passa, na voz de cada mulher que se une a nós. Nosso desafio maior corresponde exatamente àquilo que nos fez iniciar o movimento: o ódio e as tentativas de deslegitimar e até mesmo derrubar o grupo. Mas como não cansamos de repetir: juntas somos mais fortes.

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