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Mulher no mercado de trabalho: é possível chegar lá

Lívia Fernandes foi de atendente a Diretora de Operações do McDonald´s no Brasil

Por Da Redação
Atualizado em 8 mar 2019, 15h23 - Publicado em 8 mar 2019, 15h21
Lívia Fernandes (Divulgação/Divulgação)
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Quando olha para cima na hierarquia da sua empresa, quantas mulheres vê? E em que ponto da sua carreira você se encontra?

No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres ocupam 38% dos cargos gerenciais no país. Na presidência, esse número cai para 18%, de acordo com a pesquisa Panorama Mulher 2018, realizada pelo Insper e a consultoria Talenses. O caminho percorrido pelas mulheres até o sucesso no mercado de trabalho, sem dúvida, encontra mais percalços. O relatório Global Gender Gap 2018, organizado pelo Fórum Econômico Mundial, apontou que deve levar mais de 200 anos para alcançarmos a equidade de gênero nas corporações.

Em vez de serem desanimadores, no entanto, esses números só impulsionam as mulheres a fazerem mais e melhor. Uma pesquisa realizada pelo Peterson Institute for International Economics e que analisou 22 mil empresas de 91 países mostrou que organizações com mulheres na liderança têm mais lucros. Os pesquisadores estimam que um aumento de 30% na participação feminina está associado a 15% de aumento nos lucros. Eles atribuem a diferença dos números ao fato de que, com mais diversidade de gênero, aumenta também a diversidade de capacidades dos gestores, o que beneficia a empresa.

Alguns dos passos mais importantes para a igualdade de gênero dentro das empresas podem ser dados pelas próprias organizações, que devem promover inclusão e diversidade desde a contratação até os treinamentos e promoções. A capacitação e o incentivo para o desenvolvimento da carreira também são fundamentais para o progresso das mulheres dentro de suas áreas _inclusive na possibilidade de conseguir seu primeiro emprego.

Lívia Fernandes, Diretora de Operações da Regional São Paulo do McDonald’s Brasil, é um exemplo de profissional que uniu sua  competência à valorização da empresa. Ela começou há 27 anos como atendente na empresa e hoje lidera grandes equipes: 450 restaurantes, 15.000 funcionários, 41 consultores e 7 gerentes de operação. Ela começou a trabalhar no McDonald´s quase que por acaso, ao passar de ônibus por uma faixa que avisa sobre contratações na empresa quando estava a caminho da aula de datilografia. Menos de um ano depois, ela virou assistente de marketing e passou por várias funções até se tornar a primeira mulher a ser Gerente de Operações no Brasil. Em dezembro de 2018, ela chegou onde está, a primeira mulher Diretora de Operações no Brasil. “É necessário equilibrar a rotina profissional e pessoal. Sou mãe, sou esposa e sou mulher. Participo ativamente da vida do Luan, de 16 anos e da Mel, de 10,  e nem por isso deixo nada a desejar no meu trabalho. Mas isso requer um planejamento muito forte de horários, agendas pré-estabelecidas e, inclusive, o dom de saber falar ´não´, quando necessário”, ensina Lívia.

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A maternidade é, muitas vezes, um ponto crucial na trajetória profissional das mulheres, que precisam reorganizar seu tempo e prioridades. Lívia foi promovida a Gerente de Operações sete meses depois do nascimento da filha, um mês após o retorno da licença-maternidade, quando ainda amamentava. As mulheres podem tudo: trabalhar, ser mães, viajar, liderar uma equipe. Somos
extremamente competentes, fazemos bem feito e conseguimos resultados duradouros quando nos dedicamos. Hoje, das 15 mil pessoas que estão abaixo do meu guarda-chuva, 60% são mulheres. E são mulheres guerreiras, que estão à frente de negócios grandiosos. A loja que mais vende no Brasil, por exemplo, é comandada por uma mulher. Precisamos acabar com este preconceito de que as mulheres são frágeis, porque somos fortíssimas e podemos tudo.”

As mulheres devem ficar atentas para não cair na armadilha da “curva do desânimo”, que afeta mais as mulheres ao longo da carreira. Além de as mulheres serem maioria nas universidades, elas saem com a certeza de que são capazes e com uma ambição maior que a dos homens de chegar aos postos mais altos das companhias. Uma pesquisa sobre essa “curva do desânimo” mostra que 43% das mulheres aspiram a cargos de alta liderança em seus primeiros dois anos de formadas, versus 34% dos homens. No entanto, esta mesma pesquisa indica que, ao longo do tempo, o nível de aspiração delas cai 60%, enquanto o dos homens permanece igual. Um dos itens para amenizar essa sensação é olhar para cima na hierarquia e enxergar profissionais do sexo feminino.

Lívia acrescenta: “Nunca desista de seus sonhos e sempre seja você mesma, em total transparência com a sua essência. Não existe idade para começar, por isso sempre aprenda coisas novas, se voluntarie nos projetos mais difíceis, porque o processo de desenvolvimento é uma espiral que não tem fim. No primeiro momento pode dar medo, parecer árduo, mas a longo prazo a carreira será construída de forma sustentável. A tua competência ninguém tira, mas tua capacidade está à prova o tempo todo, por isso sempre se dedique para entregar o melhor que pode. E nunca esqueça de conciliar a vida profissional com a vida pessoal, porque se cuidar, fazer academia, meditar, ler e estar com a família nos faz mais feliz”.

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Temos de ter cada vez mais orgulho de ser mulher.

 

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