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Mães argentinas organizam mamaço coletivo pelo direito de amamentarem em público

Milhares de mulheres enfrentaram temperaturas baixíssimas para mostrar ao mundo que, quando há injustiça e violência, enfrentamos de peito aberto.

Por Débora Stevaux (colaboradora)
Atualizado em 12 abr 2024, 14h17 - Publicado em 25 jul 2016, 16h28
Reprodução/Facebook/Nuestras Voces
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Milhares de mães argentinas organizaram um mamaço coletivo pelo direito de amamentarem seus bebês em público, no último 23 de Julho, em 32 pontos simultâneos dos quase cinco mil quilômetros do país. Entre os lugares escolhidos estavam o Obelisco e a Praça San Isidro, em Buenos Aires, e o conhecido Monumento à Bandeira, na cidade de Rosário.

Javier Gonzalez Toledo/AFP Photo
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Leia também: “Na crise, a mulher em licença-maternidade torna-se mais vulnerável que outros profissionais”

A ação foi organizada como forma de apoio a uma ação policial indevida ocorrida com Constanza Santos, de 22 anos, que, enquanto estava dando de mamar ao seu pequeno na praça principal da cidade de San Isidro, foi abordada abruptamente por duas policiais que alegaram ser proibido amamentar em público – e que a arrastaram até à delegacia sob a justificativa de “desacato à autoridade”, de acordo com informações divulgadas pelo jornal local El Argentino Zona Norte

Javier Gonzalez Toledo/AFP Photo
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“Eu perguntei se era uma brincadeira de mau gosto e que lei era essa, então, uma delas me agarrou pelo braço para que eu me levantasse e fosse embora. Tive que sair com o meu filho chorando“, desabafou a moça. Ela se empenhou em identificar as duas oficiais e denunciá-las, mas sem sucesso em um primeiro momento. 

Reprodução/Facebook/Iavaca – MU
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Veja também: Adele sobre amamentação: “Algumas de nós simplesmente não conseguem”​.

“Fui a todos os lados com a intenção de fazer com que meu caso constasse: promotorias, delegacias, tribunais e até à delegacia da mulher. Se nem aceitam a denúncia, não vão me dar acesso às imagens das câmeras de segurança do município, e não vou poder saber quem eram as policiais que estavam naquele dia na praça, no final, vai acabar ficando tudo isso mesmo. Temos que fazer com que as pessoas não se esqueçam”, disse ela em seu apelo nas redes sociais para que as mães tomassem as ruas de todo o país em um mamaço coletivo, organizado como forma de protesto. 

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Reprodução/Facebook/Iavaca – MU
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Leia mais: Fim da licença maternidade e amamentação: como ajustar sua rotina​.

Além das milhares de mães com seus bebês, figuras ilustres argentinas a apoiaram nas redes sociais – duas apresentadoras de TV também deram de mamar a seus pequenos durante suas atrações exibidas ao vivo nas telinhas. A Fundação de Amamentação e Maternidade, mais conhecida pela sigla em espanhol FUNDALAM, também manifestou-se à favor através de uma nota que explica não existir nenhuma medida legislativa que impeça o aleitamento em público: “não existe nenhuma lei, seja nacional, estadual ou municipal, que proíba a amamentação em locais públicos. Pelo contrário, durante os últimos anos, a legislação tem tido como objeto promover, proteger e apoiar o aleitamento materno”. 

Reprodução/Facebook/Iavaca – MU
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Veja também: As melhores dicas de mães para facilitar a amamentação.

Milhares de mulheres compartilharam registros protagonizando o protesto de diversos lugares da Argentina usando as hashtags #PiqueTetazo e ‪#‎TeteadaMasiva – o que já é considerado por alguns como o topless coletivo mais popular da nossa história.

Reprodução/Facebook/Iavaca – MU
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Leia mais: Amamentação e trabalho: deputada argentina dá de mamar no Congresso​. 

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E, finalmente, pela pressão popular, foi iniciado um processo administrativo relacionado à ação abusiva das duas policiais que abordaram Constanza – que correm o risco de serem expulsas da corporação. As mães argentinas enfrentaram temperaturas baixíssimas para mostrar ao mundo que, quando há injustiça e violência, as mulheres enfrentam de peito aberto.

Reprodução/Facebook/Nuestras Voces
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Veja mais: O relato de uma mãe que não conseguiu amamentar: “Me olhavam como se eu fosse preguiçosa”.

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