Jornalista cria rede de voluntárias para as “Mães no Enem”
O projeto é puro amor e sororidade para quem tem filhos e vai prestar a prova - e você também pode ajudar!
Prestar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) nunca é fácil, mas se você for uma mãe que não tem com quem deixar seu filho enquanto faz a prova… aí a dificuldade é ainda maior. E foi pensando nessas candidatas que a jornalista Fernanda Vicente resolveu criar o “Mães no Enem”, uma rede colaborativa que é puro amor. Através do projeto, as mamães que vão fazer a prova podem entrar em contato com voluntárias dispostas a cuidar de seus filhos.
Tudo começou quando Fernanda viu que algumas mulheres estavam difundindo essa ideia colaborativa nas redes sociais.”Sou mãe e sei como é difícil conciliar maternidade, vida profissional e estudos. Então eu fiz um post me oferecendo a ajudar e ele começou a bombar de comentários com outras mulheres se disponibilizando também”. Fernanda resolveu organizar uma lista com as voluntárias disponíveis e, para a sua surpresa, elas eram muitas! Aí surgiu a ideia de criar uma página no Facebook, para ampliar essa corrente.
Arquivo Pessoal
Fernanda Vicente e o filhote Davi, de 7 anos.
Hoje, já são quase 200 voluntárias de todo o Brasil e o “Mães no Enem” também disponibiliza apoio psicológico e aulas online de redação. Tudo gratuito! “Contamos com uma equipe para ajudar e orientar essas mulheres, garantindo assim o bem-estar emocional delas. Nas aulas, as voluntárias são formadas em letras e comunicação social”, conta Fernanda.
Em relação ao serviço de babá, ela conta que ainda há pouca procura, o que já era esperado nessa fase inicial. “Sabemos que ainda existe uma resistência, porque essa iniciativa é nova por aqui. Estamos trabalhando para que nosso projeto seja reconhecido como algo realmente idôneo e, para isso, estamos sempre à disposição para qualquer dúvida que uma mãe tenha”.
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O “Mães no Enem” disponibiliza uma lista com todas as mulheres cadastradas, divididas por região. Aí a mãe interessada entra em contato com o coletivo e recebe os dados das voluntárias que mais lhe agradam. “A gente promove essa aproximação, mas é de total responsabilidade da família da criança que seja feita uma análise minuciosa da vida da voluntária. Para isso, o coletivo disponibiliza a ficha cadastral e documentos de cada uma das mulheres inscritas”, explica Fernanda. A partir daí, ambas as partes (mãe e voluntária) assinam um termo de responsabilidade, elaborado pela advogada Ana Bavon, que dá apoio jurídico ao coletivo.
Esse ano, o Enem acontece nos dias 5 e 6 de novembro, mas a ideia é que o projeto continue fime e forte depois disso. “Ainda não temos nada concreto,mas já penso em manter o banco de voluntárias para que as mães, depois de aprovadas, consigam frequentar a universidade e assim concluir a graduação”. E se depender do comprometimento dessas mulheres, o coletivo só tem a crescer! Na baixada santista, onde Fernanda mora, o Espaço Partejar sediará uma creche temporária durante o Enem. “Vai funcionar no período da prova e terá muitas atividades, brincadeiras e amor. Em breve começaremos as inscrições”, adianta a jornalista.
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Iniciativas como essa mostram que, na prática, a sororidade tem o poder de mudar a história das pessoas. Esse é um mutirão a nível nacional, em que a gente pode se unir e fazer com que cada vez mais mulheres realizem o sonho de ter um diploma universitário. “Quando uma mãe consegue concluir o ensino superior, as chances de melhores empregos e salários aumentam, contribuindo assim para uma vida melhor para ela e para os filhos. Quando uma mulher vence, todas nós vencemos”.