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Lembranças da infância nos ajudam a descobrir quem de fato somos

Quer ter uma vida mais feliz? Entre no túnel do tempo e faça uma viagem para dentro de si mesma

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 16 jan 2020, 06h24 - Publicado em 29 nov 2012, 21h00
Reportagem: Rosane Queiroz / Edição: MdeMulher (/)
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As memórias dos seus primeiros anos de vida são a chave para encontrar seu lugar no mundo e para localizar
Foto: Getty Images

Os registros que ficam dos nossos primeiros anos de vida influenciam a pessoa que nos tornamos e são essenciais para desvendar nosso verdadeiro eu e para cultivar relações mais saudáveis, de acordo com o psicólogo americano Kevin Leman, autor do livro O Que as Lembranças de Infância Revelam Sobre Você (Ed. Mundo Cristão). Essas memórias “permitem enxergar por trás de todas as fachadas e defesas, chegando ao fundo daquilo que a pessoa realmente é e não quem ela está tentando ser”, acredita o autor, especialista em assuntos relacionados à educação e à família. “E embora não possa mudar seu passado, você pode alterar a forma de entendê-lo e seguir em frente sob a luz dessa nova compreensão”, assegura.

Por que essa recordação?

Para que um acontecimento fique registrado na nossa memória de longo prazo, ele precisa ter mexido com nossas emoções. Mas isso não significa lembrar-se apenas de momentos em que experimentamos felicidade, tristeza ou medo intensos. A maioria das lembranças costuma ser bem trivial. Daí a importância, conforme Leman, de prestar atenção aos detalhes do que registramos, pois alguma coisa naquela situação nos tocou fundo – e é por isso que ela oferece um instantâneo da nossa essência. A compreensão das lembranças da infância, de acordo com o psicólogo, não apenas explicará suas ações e reações no presente, como ajudará a direcionar comportamentos futuros. “Isso vai permitir avaliar, por exemplo, as marcas que seus filhos estarão carregando para a vida adulta, e fará com que você não desconte seus traumas neles”, diz Leman. Não se trata, portanto, de remoer o passado, mas de aprender a se relacionar com ele de maneira saudável, tornando-se uma pessoa mais serena e madura.

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Puxando pela memória

O acesso às lembranças, porém, às vezes não é muito fácil. Há quem as deixe no inconsciente. Uma maneira de buscar esse conteúdo é a expressão artística, sugere a psiquiatra Ivete Gattás, coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Escrever poesia, manter um diário ou pintar um quadro, por exemplo, são jeitos de trazer esse conteúdo para fora e transformá-lo de maneira positiva”, ensina ela. Em caso de traumas profundos, quando a pessoa não consegue lidar com as emoções que eles provocam, o caminho para rever as memórias e fazer as pazes com o passado pode ser o acompanhamento psicológico. É o caso de crianças submetidas a stress, privação de carinho e conflitos emocionais, para quem “fica difícil até relembrar a infância e enxergar a realidade”, comenta a psiquiatra. Também é preciso tomar cuidado com as armadilhas da memória, alerta Ivete: “Quando crianças, misturamos fantasia e realidade”. Uma dica para saber se a lembrança é verdadeira é confirmar com parentes e amigos. E não estranhe: cada um terá uma interpretação leve ou radicalmente diferente do mesmo fato. “Tudo está ligado à lógica particular de cada pessoa”, explica Leman. Ao descobri-la, você então pode alterá-la a seu favor. Exemplo: sua lógica é a da mártir, então diga não a próxima vez que for chamada para livrar a cara de um amigo. É um pequeno passo – mas é a soma deles que promove uma correção de rumo capaz de gerar grandes mudanças na sua vida.

X da questão

As memórias dos seus primeiros anos de vida são a chave para encontrar seu lugar no mundo e para localizar, de forma precisa, seus pontos fortes. Assim é possível seguir adiante com mais confiança.

Lembrança preciosa

Para começar a compreender seu passado, use estes quatro passos ensinados por Kevin Leman:

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· Descreva sua recordação usando de duas a quatro frases

· Responda: que sentimentos você tem em relação a ela?

· Identifique a parte mais vívida do seu registro

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· Tente estabelecer quantos anos você tinha

· Escreva o que acredita que essa memória revela sobre você

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