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Kika Simonsen leva todas as suas referências artísticas para dentro de casa

Repleto de alusões ao estilo industrial, o apartamento da estilista tem muito dos lofts nova-iorquinos e serve de cenário para outra grande paixão da moradora: a arte.

Por Patricia Moterani
Atualizado em 21 jan 2020, 16h11 - Publicado em 21 dez 2015, 07h00

Em 2014, a designer gráfica e estilista paulistana Kika Simonsen, 27 anos, passou por momentos-chave em sua vida. Casou-se com o economista Rodrigo Ticoulat, com quem está junto há oito anos, e, depois de tentar alguns caminhos profissionais, que foram do desenho industrial ao jornalismo, decidiu que seu negócio era mesmo fazer moda. Lançou então, em março deste ano, a marca que leva seu nome, com foco nas estampas artsy. “Foi uma fase de definições e descobertas. Acabei me conhecendo melhor”, conta Kika. E o exercício de autoconhecimento foi parar também no décor da nova casa, um loft de 150 m2 e pé-direito duplo no bairro do Itaim-Bibi, em São Paulo. “As minhas ideias de decoração sempre foram clássicas por influência da minha família. Mas, quando comecei a montar o meu canto, percebi que gostava do estilo característico dos lofts nova-iorquinos, repletos de referências industriais”, explica. E foi assim que o endereço do casal ganhou tubulações aparentes, muito metal e cimento queimado e uma parede de tijolinhos à mostra. O décor foi feito sem um projeto profissional por Kika e Rodrigo e contou com a ajuda das respectivas mães.

A parede de tijolos aparentes foi a base para a decoração, e é ela também que guarda os quadros pintados por Kika, que se aventura nos pincéis desde a infância. “Pintar é a minha terapia. É quando chego mais perto da minha verdade”, garante. Pelo contato com esse universo, aprendeu a dominar o significado e as maneiras de combinar as cores em um jogo que leva tanto para as telas quanto para os ambientes da casa. Na sala de estar, por exemplo, uma dupla de poltronas azul-marinho de jacarandá e veludo contrasta com um exemplar da clássica Costela, de design original dos anos 1950, comprada em um antiquário em São Paulo e que tem estofado de chenile na cor laranja. “O laranja significa alegria, entusiasmo, enquanto o azul acalma. Sempre uso esses dois tons juntos, pois se equilibram e são considerados complementares”, explica Kika. Essa lógica se reproduz em um dos seus quadros, feito com azul e vermelho e disposto logo na entrada da casa. “O vermelho é estimulante e a ideia de deixá-lo perto da porta é para receber quem chega com doses de energia e tranquilidade”, relata. No apartamento, estão expostas mais quatro obras dela. Acima do bar – móvel que é o xodó do marido -, fica um par desenvolvido com a técnica de assemblage (quando se usam colagens de materiais diversos sobre a tela), que tem como tema o Brasil e os Estados Unidos – uma homenagem ao tempo em que estudou arte na Universidade de Miami, mas sentia saudade de casa. Sobre o balcão assinado por Marcelo Rosenbaum está um trabalho à la Jackson Pollock. Na parede do sofá em L, fica uma das criações mais recentes: uma interpretação abstrata de um dos campos de arroz que conheceu em Bali, Indonésia, para onde viajou em lua de mel.

Em Bali, aliás, ela diz que viveu uma experiência de cura. “Quando fui para lá, meu pai havia acabado de falecer, menos de um mês antes do meu casamento. Cancelei a festa, mas mantive a viagem. Entrei em contato com a cultura e a espiritualidade orientais e voltei mais em paz. Adotei até uma superstição que conheci na ilha: colocar elefantes decorativos de costas para a porta da casa. Dizem que dá sorte e afasta as más energias.” Os elefantinhos, trazidos nessa viagem, estão no bar e nas mesas de centro da sala de estar – peças desenhadas pelo próprio casal.

A mistura entre as referências modernas e os móveis garimpados em antiquários é o que dá aconchego e vida ao apartamento. “Eu me defino como alguém que vive seu tempo, mas sem deixar de lado o que tem história. Isso vale para a decoração, para a arte e para a moda”, diz a estilista. Essa afirmação faz todo o sentido diante do closet de Kika, originalmente um dos dois quartos do endereço. Nele, além de roupas assinadas por ela mesma – vale contar que suas estampas vêm dos quadros que cria e que primeiro são desenhadas neles para então passar às peças -, estão vestidos e bolsas vintage de grifes como La Perla, Valentino e Chanel. Em frente ao closet, fica o quarto do casal, no qual o destaque é uma imagem clicada pelo fotógrafo Mario Velloso, primo de Rodrigo. “A intenção era colocá-la sobre a cama, mas, por falta de tempo, acabei apoiando-a no chão e gostei dela assim.” Como companhia, a foto tem ao seu lado uma poltrona Charles Eames.

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Dois dos espaços mais usados pelo casal são a sala de jantar e a bancada da cozinha americana. É lá que eles costumam receber os amigos. A sala de jantar ganhou uma réplica da mesa Tulipa, do finlandês Eero Saarinen, com tampo em laminado de jequitibá. Em volta dela, cadeiras de madeira maciça e com assento de fibra natural. O charme da bancada são as três luminárias de teto de estilo industrial, em sintonia com a ideia principal da casa. Esses ambientes ganham cores com um quadro que recria a obra do holandês Piet Mondrian e uma série de retratos pop art de Marilyn Monroe – as duas únicas telas da casa não assinadas por Kika. “Assim ela não domina toda a área”, diz, brincando, Rodrigo, que comprou as obras na região da rua Augusta, no centro de São Paulo.

Apesar de estar totalmente integrado ao loft, o casal o encara como um local de transição, na medida para o começo de uma vida a dois. “Vamos ficar aqui por mais uns dois anos, enquanto construímos a casa onde criaremos nossos filhos. Ainda não definimos como será a decoração de lá, mas, sem dúvida, ela terá muito das ideias modernas daqui”, afirma Kika. Por ora, fazem companhia para os recém-casados a cachorrinha Julie e os planos de fortalecer a marca Kika Simonsen, mais uma empreitada na qual estão juntos. Recentemente, Rodrigo deixou a carreira no mercado financeiro para se dedicar à administração da etiqueta e promete novidades para logo, como a ampliação dos pontos de venda. A julgar pela parceria afinada na decoração, esse próximo passo deverá ser igualmente certeiro. 

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