Kaká e Carol Celico. Ben Affleck e Jennifer Garner. Por que os divórcios das celebridades mexem tanto com a gente?
De repente, parece que todos os famosos resolveram se separar
Carol Celico. 28 anos, linda, elegante, filha de socialite. Kaká, 33 anos, golden boy, jogador de futebol, um cara família e religioso. Pais de dois filhos, Luca, de 7 anos e Isabella, 4. Já há algum tempo acompanhávamos o desenrolar da história de amor do casal. O aguardado recomeço com final feliz deu lugar a um repentino comunicado feito à moda dos novos tempos: num post do instagram. “Uma das decisões mais difíceis da nossa vida é escolher se queremos andar juntos ou separados. Decisões que influenciam outros, que interferem em mais vidas, que impactam na nossa vida e na nossa memória para sempre.”
Carol está certa. Suas decisões – as de uma personalidade pública como ela –, têm grande poder de influência sobre, para dizer o mínimo, os 790 mil seguidores de seu perfil, @cacelico. A agilidade dos meios digitais ajuda a criar a ilusão de estarmos cada vez mais próximos dos famosos. Tal e qual um folhetim de tevê, observamos atentamente seus passos, celebramos suas conquistas amorosas, nos inspiramos em seus penteados. Mas somos excluídos de seus conflitos – assim como nas nossas timelines, só vemos o lado bom da vida.
Casamentos não terminam em um só momento ou por um só motivo. Um divórcio é resultado de pequenas ligações sendo rompidas dia a dia. Mas, da forma como os das celebridades nos são apresentados, nos fazem órfãos de uma hora para outra, perdidos, sem saber o que aconteceu. É como se a sua série favorita fosse interrompida, sem maiores explicações. “Se nem mesmo a família ou amigos mais próximos conseguiriam decifrar, como os que observam de longe irão?”, lembrou Carol.
Dos veículos que fazem a ronda acirrada sobre a vida das celebridades (e não há como culpá-los: só existem porque as pessoas estão enormemente interessadas neles), surgem as pistas que teriam motivado o fim. Com os gringos, não é diferente. A recente separação dos hollywodianos Ben Affleck e Jennifer Garner, 10 anos e 3 filhos depois, foi pontuada por um cândido anúncio oficial: “nós seguiremos com amor e amizade um pelo outro, e o comprometimento de criar de nossos filhos juntos”. Poucos dias depois já estavam na rede os rumores com ar de escândalo. Ben teria um caso com a ex-nova babá das crianças. (Ele nega veementemente.)
Manter o “amor e amizade” no pós-divórcio parece até compreensível, no caso dos famosos. Qual não foi a surpresa quando a indefectível Gwyneth Paltrow, separada do músico Chris Martin, com quem passou 10 anos casada e teve dois filhos, prometeu, em um post de seu website, exercitar o “conscious uncoupling” (em tradução livre, algo como separação consciente). Em recente conferência num evento do site BlogHer , no entanto, a atriz confessou que manter uma convivência pacífica com o ex não tem sido fácil: “Passamos por tempos difíceis, mas nossa prioridade são as crianças. O que isso significa é que mesmo que você [referindo-se a Chris] me odeie e não queira me ver nunca mais, nós vamos lanchar porque hoje é domingo e é o que fazemos [com as crianças]!”, disse, num raro momento de autenticidade e coragem do mundo das estrelas.
Eles não fazem parte de nossa família, nem são nossos amigos. Mas, quando os famosos, do alto de suas existências perfeitas, falham, estão nos lembrando a todos que sim, casamentos dão errado. Sim, homens e mulheres são infiéis. Envelhecem. Ficam feios na foto, o abatimento revelado em olheiras marcadas. E a vida fica um pouco mais cinza.