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Irmãos gêmeos devem estudar na mesma escola?

Por mais que sejam gêmeos inseparáveis, os irmãos devem buscar independência no tempo certo e de maneira natural. Saiba mais!

Por Suzana Lakatos (colaboradora)
Atualizado em 27 out 2016, 22h38 - Publicado em 12 fev 2014, 22h00

É muito importante que as crianças gêmeas encontrem a medida certa de convivência.
Foto: Getty Images

Tenho duas gêmeas de 6 anos que não se largam. No próximo ano, elas começam o ensino fundamental e pensei em colocá-las em escolas diferentes para incentivar a independência. Mas fico em dúvida: será que isso é o melhor para elas? (pergunta enviada por leitora)

Se suas filhas são próximas e têm tanta afinidade, privá-las do convívio uma com a outra em um espaço comum, como a escola, provavelmente traria mais prejuízos do que benefícios. A separação significaria uma ruptura brusca e as faria sofrer da mesma maneira que qualquer criança sofre quando é separada de um amigo querido, com quem sempre dividiu segredinhos, emoções, brinquedos e brincadeiras.

Nessa idade, os pequenos já escolhem as companhias de acordo com as qualidades que reconhecem no outro, criando laços de afeição que tendem a se fortalecer com a convivência. A relação entre irmãos não foge a essa regra, e é interessante a família valorizar as manifestações de carinho e de troca entre eles.

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Fique tranquila: por mais próximos que sejam, os filhos buscam independência no tempo certo e de maneira natural, sem que a intervenção dos pais – ou de qualquer outro adulto – seja necessária. Esse processo tem início por volta dos 7 anos, quando as crianças tornam-se capazes de pensar com mais lógica. Elas começam, então, a racionalizar as lições recebidas dos pais, questionando, por exemplo, alguns padrões de comportamento. Também passam a se comparar com colegas da mesma idade, descobrindo pontos comuns e diferenças.

Não estranhe, portanto, se dentro de um ou dois anos suas filhas tomarem a iniciativa de ficar separadas em alguns momentos, tiverem amigos diferentes e quiserem se cercar de maior privacidade dentro de casa. É provável que, nessa fase, elas valorizem espontaneamente características e elementos que as diferenciam, seja na aparência, nos gostos, seja no modo como reagem aos acontecimentos naturais do dia a dia.

Esse processo é necessário para a formação da identidade e ocorre de modo gradual com todas as crianças – gêmeas ou não. Por isso, não há problema no fato de suas filhas frequentarem a mesma escola. Pelo contrário, essa opção pode favorecer a harmonia familiar e trazer vantagens para todos. Em primeiro lugar, fica mais fácil acomodar a rotina à dinâmica de uma única escola do que se desdobrar para corresponder a horários, festinhas e reuniões em dois colégios diferentes. Outra vantagem diz respeito aos valores e comportamentos estimulados. Certamente, você irá privilegiar uma escola que tenha um modelo educacional e valores compatíveis com os da família. Mas sempre há diferenças entre um estabelecimento e outro. Ao matricular suas filhas no mesmo lugar, você garante que elas recebam instruções idênticas com relação ao que é certo e errado. Isso favorece o desenvolvimento ético e moral e evita confusões, que poderiam criar atritos entre elas.

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Se fizer essa opção, tenha o cuidado apenas de, já na matrícula, conversar com o coordenador pedagógico da escola para que suas filhas sejam colocadas em salas separadas. Desse modo, as meninas não serão privadas de bons momentos de convívio no intervalo, na saída, nas festas e excursões do colégio. Ao mesmo tempo, poderão aproveitar o contato com pessoas diferentes e ampliar individualmente o círculo de amizades.

Tenha em mente, porém, que não há receitas prontas quando se trata de educação. Caso note que as garotas, mesmo em salas diferentes, têm dificuldade para se enturmar, apresentam baixo rendimento ou mudanças significativas de comportamento, converse com o orientador da escola e, se for o caso, com um psicopedagogo. O importante é que as gêmeas encontrem a medida certa de convivência, de modo que as afinidades produzam experiências enriquecedoras em vez de limitar o desenvolvimento delas.

Fotnte: Neide Noffs, pedagoga e coordenadora do curso de psicopedagogia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

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