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Inspiração: conheça a engenheira química pioneira na exploração de petróleo no Brasil

Aos 93 anos, a expert no combustível Aïda Espinola ainda é uma das mais importantes profissionais da área, tendo participado de pesquisas da NASA e da criação do ônibus verde.

Por Solange Azevedo
Atualizado em 26 out 2016, 11h07 - Publicado em 6 jan 2014, 22h00

Aïda ultrapassou as barreiras de sua época e se tornou referência mundial.
Foto: Ileine Santos

A carioca Aïda Espinola sempre se manteve algumas curvas à frente. Em 1942, aos 21 anos, graduada em química industrial, passou em primeiro lugar no concurso do Departamento Nacional de Produção Mineral, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, para o posto de tecnologista. Começou a dar expediente no laboratório do Rio de Janeiro e não parou mais. Seu feito não é pequeno. Naquela época, o mercado de trabalho não era nada amigável para as mulheres, e a maioria das moças da idade dela ou estava se preparando para o casamento ou já ostentava uma aliança no dedo esquerdo e se ocupava dos afazeres da casa e dos filhos.

Com Aïda, porém, tinha de ser diferente. Filha de um empresário do ramo de medicamentos e conhecida pela alcunha de “bugrinha”, devido ao gênio forte e à determinação, ela ainda cursou uma segunda faculdade, a de engenharia química. Depois, fez mestrado e doutorado nos Estados Unidos e três pós-doutorados na Argentina. A dedicação lhe rendeu boas conquistas. Considerada uma das pioneiras na química brasileira, Aïda foi uma das precursoras nos estudos das rochas dos reservatórios de petróleo no país, que mais tarde serviriam de base para as análises da promissora camada pré-sal. Profissionais de várias partes do mundo já recorreram aos ensinamentos dela em momentos de aperto.

Inspiração: conheça a engenheira química pioneira na exploração de petróleo no Brasil

A “bugrinha” participou de pesquisas da Nasa e continua na ativa!
Foto: Daryan Dornelles

Pesquisadora emérita do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e ex-professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da americana Universidade Estadual da Pensilvânia, Aïda segue produtiva aos 93 anos. Acaba, por exemplo, de lançar seu 12º livro. Em Ouro Negro (Interciência), ela narra a história do petróleo no Brasil desde a exploração do primeiro poço, em Lobato, na Bahia, em 1939. A engenheira conta que o primeiro barril extraído foi examinado no laboratório chefiado por ela. “Houve uma ocorrência pitoresca”, lembra em entrevista a CLAUDIA. “Na verdade, eram dois barris, mas o outro explodiu por ter sido estocado sob o sol. Os bombeiros demoraram a chegar e, para a destruição não ser completa, um funcionário meu se arriscou e conseguiu removê-lo.” Apesar de sempre ter vivido rodeada por homens, Aïda garante que nunca sofreu discriminação e que recebia apoio do marido, um ex-colega de escola e de faculdade, morto em 1997. O laboratório da carioca também foi escolhido pela Nasa para analisar rochas recolhidas na Lua. E o ônibus verde, movido a hidrogênio, que circula no campus da UFRJ, surgiu em decorrência de um projeto dela. Mais um sinal de que a antenada Aïda, agora engajada na defesa das fontes renováveis de energia, não sossega.

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