História de novela: o que fazer quando o filho adotado deseja conhecer os pais biológicos
É normal um filho adotado querer saber suas origens e você pode ajudá-lo nesse momento delicado.
Na novela Em família, André quer conhecer seus pais biológicos e conta com a ajuda de Dulce para buscar pistas no orfanato em que viveu.
Foto: Divulgação / Rede Globo
André, personagem de Bruno Gissoni na novela Em Família, é filho adotivo de Dulce (Lica Oliveira). Ele tenta descobrir quem são seus pais biológicos e vive perturbado por saber pouco sobre sua origem. Essa procura está longe de ser “história de novela”. Ocorre com muitas crianças e jovens na vida real. “É uma busca natural pela própria história”, explica Anelise Coutinho Ribeiro Veiga, psicóloga e pesquisadora do tema adoção.
Ao longo da vida, muitas dúvidas podem mesmo surgir entre os filhos adotivos. A melhor maneira de lidar com elas é manter o diálogo aberto. Se você tem filhos adotados ou está pensando em adotar um, veja como essa relação de amor tem tudo para ser tranquila e enriquecedora.
5 angústias tradicionais e como lidar com elas
“Eu não nasci da sua barriga?” Ao descobrir que é adotado, seu filho pode passar por um período difícil. Procure ser compreensiva e amorosa.
“Mas quem são meus pais biológicos?” Essa pergunta surge por volta dos 8 anos. Conte o que você souber e fale com sinceridade.
“Quero conhecê-los!” O desejo de saber quem são os pais biológicos é natural. Seu filho continua amando você, ele só quer saber mais sobre a própria origem.
“Por que meus pais me abandonaram?” Diante dessa questão delicada, diga a verdade: talvez eles não estivessem preparados para ter um filho e preferiram dar a ele a chance de ganhar uma família e muito amor.
“Por que justo eu tenho que passar por isso?” Essa situação surge na adolescência, fase difícil para qualquer um. O jovem sente necessidade de questionar tudo. Pode haver conflitos, como também acontece com os filhos biológicos.
Atenção
Após os 18 anos,jovens adotados têm direito de acessar seu processo de adoção, que fica arquivado na coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de cada estado. Menores também podem fazer isso, desde que tenham o consentimento dos pais adotivos e apoio psicológico.
Quando é hora de procurar ajuda?
· Às vezes, a gente fica mesmo sem saber o que fazer diante de situações difíceis. Se isso ocorrer, procure grupos de apoio à adoção, que existem em muitas cidades. Sempre ajuda conversar com outras pessoas que vivem a mesma realidade que você.
· Se a conversa com o seu filho sobre o fato de ele ser adotado sempre acabar em discussão, pode ser interessante procurar um terapeuta familiar. Esse profissional ajuda a lidar melhor com os sentimentos que aparecem diante de questões como essa. E nada de se culpar pelo fato de seu filho estar enfrentando alguma dificuldade. Nem tudo acontece como planejamos, mas, com amor, é possível superar os percalços.
Livros que falam sobre adoção
Para ler com seu marido
· Construindo vínculo entre pais e filhos adotivos, de Maria Salete Abrão (Primavera Editorial). A autora, psicóloga com experência na área, relata duas histórias do ponto de vista dos filhos adotivos e duas pelos olhos dos pais.
· Adote com Carinho, de Lídia Weber (Juruá Editora). De um jeito simples, fala de diversos pontos relacionados ao tema, desde a legislação até a convivência.
Para ler com as crianças
· O Livro da Família, de Todd Parr (Panda Books). Indicado para crianças menores de 7 anos, mostra que o que faz uma família existir é o afeto, não importa as diferenças que existam entre seus membros.
· O menino que não nasceu da barriga da mãe, de Carmen Lucia Eiterer (Mazza Edições). Conta a história de uma mãe que queria muito ter um filho, mas, como não podia, adotou uma criança.