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Hiperatividade ou déficit de atenção: identifique os distúrbios nas crianças

Falar sem parar na sala de aula, questionar todas as ordens dos pais, pintar e bordar não é doença! Entenda quando os pequenos apresentam, de fato, distúrbios comportamentais

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 15 jan 2020, 11h46 - Publicado em 20 nov 2013, 21h00
Reportagem: Ivonete Lucirio / Edição: MdeMulher (/)
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O que deve chamar a atenção dos pais é a mudança de comportamento e a dificuldade de aprendizado da criança
Foto: Getty Images

Agir de forma imatura e ingênua é criancice. Mas quando essa característica tipicamente infantil vem acompanhada de dificuldade de concentração e irritabilidade, aí sim é motivo de preocupação, pois pode sinalizar um transtorno de comportamento ou neurológico: déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), ansiedade ou depressão, por exemplo. Como a linha entre uma coisa e outra é muito tênue, fica difícil diferenciar se o pequeno tem problema ou não. O diagnóstico se dá por meio de observação de atitudes, uma vez que não há um exame laboratorial que possa detectar os distúrbios. Depende muito do relato de pais e professores.

Percepção incerta

Com a imprecisão no diagnóstico, cada vez mais crianças e adolescentes estão sendo medicados para distúrbios comportamentais sem necessidade. Um levantamento realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostra que as prescrições e vendas no Brasil do remédio à base demetilfenidato – usado para tratar TDAH -, aumentaram quase 75% para a garotada de 6 a 16 anos entre 2009 e 2011. “Quem acaba recebendo o tratamento são crianças questionadoras, que não se submetem facilmente às regras. E também aquelas que fantasiam bastante”, descreve a pediatra Maria Aparecida Affonso Moyses, da Universidade Estadual de Campinas (SP).

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Ok, existem muitas que são erronea­mente diagnosticadas. Mas também há casos de risco que são ignorados ou não detectados. “Às vezes os pais não admitem ou demoram a reconhecer que os filhos têm distúrbios emocionais e acabam não procurando ajuda de um psiquiatra ou psicólogo”, alerta a psicóloga Ana Vilela Mendes, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo. Veja a seguir o que mais os experts ensinam sobre essas doenças infantis.

Ansiedade

O que é – Expressada por meio de sentimentos intensos de medo e angústia, é uma reação normal a todos os seres humanos diante de situações de perigo real ou imaginário. No entanto, quando se manifesta de maneira exagerada (com frequência e intensidade), esse comportamento pode prejudicar a capacidade adaptativa dos pequenos e causar consequências ao desenvolvimento. No grupo dos transtornos de ansiedade estão também os de pânico, de fobia social e de ansiedade de separação. “Estima-se que entre 10 e 15% das crianças apresentem alguns desses problemas”, diz a neuropsicóloga Ana Paula Machia, especializada em TDAH (SP).

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Principais sintomas – “Além do medo exagerado, há também irritabilidade, agitação motora, receio de ficar sozinho, choro intenso, preocupação excessiva em se separar dos pais, tensão em situações sociais, tontura, sudorese e náuseas”, descreve Maria Teresa Bertoncini Zogaib, mestre em psicologia com ênfase em depressão infantil e ansiedade (SP).

Tratamento – Psicoterapia para a criança e também a família e medicamento, em casos mais graves.

Não se confunda – Os medos passageiros são muito comuns na infância. Um episódio ou outro é normal. Procure ajuda médica se a aflição for extrema e não se originar de um perigo eminente, se o seu filho começar a fugir de eventos dos quais antes participava sem drama. Não vacile caso os sintomas perdurem por mais de duas ou três semanas.

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Depressão

O que é – Por desconhecerem os seus sentimentos, as crianças acabam aceitando a depressão como parte do seu estilo de ser. Daí a importância de pais e professores identificarem os sinais. Estudos mostram que 2% das crianças em idade escolar e cerca de 8% dos adolescentes tendem a apresentar sinais de depressão patológica.

Principais sintomas – São muito parecidos com os da depressão adulta, como desinteresse por atividades, perda ou ganho significativo de peso, insônia ou sono exagerado, falta de energia, culpa excessiva, diminuição na capacidade de se concentrar. “Em crianças até 6 anos, a manifestação clínica mais comum são dores de cabeça e abdominais, fadiga e tontura sem motivo”, diz Ana Vilela Mendes. Entre 7 e 12 anos, a criança já costuma verbalizar o que sente, relatando tédio e irritabilidade, além de baixo desempenho escolar.

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Tratamento – “Deve ser feito por meio de psicoterapia, com trabalhos que permitam à criança expressar as aflições de modo mais lúdico, com jogos, por exemplo”, diz Maria Teresa. Para depressão grave, indica-se psicoterapia com o uso de medicamentos.

Não se confunda – É importante ficar atento às mudanças de comportamento – se o pequeno gostava muito de brincar e, de repente, fica menos ativo, acende-se a luz vermelha. Aqueles que sempre foram introspectivos e tímidos provavelmente não serão diagnosticados com depressão. É preciso notar se apresentam também mais de três dos sintomas já mencionados por mais de duas semanas.

Déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

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O que é – Um transtorno mental crônico que se caracteriza principalmente por falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. Dados internacionais mostram que 3 a 6% das crianças apresentam o problema. Meninos são quatro a nove vezes mais suscetíveis que as meninas. Embora a prevalência diminua com a idade, pelo menos metade dos pequenos com TDAH terá sinais da doença na vida adulta se ela não for tratada.

Principais sintomas – As crianças têm dificuldade de se entreter com um brinquedo por muito tempo, de prestar atenção em detalhes, perdem muito os pertences (como material escolar), parecem não escutar quando falam com elas, são inquietas, mexem mãos e pés quando sentadas, falam sem pensar e respondem às perguntas antes que elas sejam completadas. Os adolescentes apresentam dificuldades acadêmicas, não se concentram nem terminam nada que começam.

Tratamento – “É necessário um acompanhamento psicológico, privilegiando a técnica cognitivo-comportamental”, explica Ana Paula. Em muitos casos, é necessário o uso de medicamentos estimulantes, que agem sobre o córtex pré-frontal (região da testa). Explicação: quando essa parte é ativada, a pessoa consegue manter o foco e a atenção.

Não se confunda – Crianças são ativas por natureza; se forem agitadas, mas não têm dificuldade de aprendizagem, provavelmente não há com o que se preocupar. Excesso de tarefas ou de cobranças podem torná-las agitadas ou desconcentradas.

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