Futebol: clubes sem times femininos não jogarão a Libertadores
A partir de 2019, clubes de futebol serão obrigados a se comprometer com o esporte feminino para participarem da competição americana.
Na quinta-feira passada (26), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e a Federação Internacional de Futebol (Fifa) apresentaram aos clubes americanos um novo regulamento para a participação na Copa Libertadores da América. Entre as novas normas, uma traz atenção especial ao esporte feminino, e garante que, a partir de 2019, todas as equipes que quiserem participar do torneio terão de se comprometer com as mulheres, mantendo times femininos.
O diretor de futebol feminino da CBF, Marco Aurélio Cunha, declara defender a medida. “Eu reconheço a dificuldade dos clubes”, admite, em entrevista ao Globo Esporte, “mas com 5% dos recursos do futebol masculino é possível montar um time feminino”.
Apesar do destaque que a seleção feminina recebeu durante os Jogos Olímpicos de 2016, o esporte costuma deixar as mulheres de lado – além de os estádios serem extremamente hostis à própria presença feminina.
De acordo com o Globo Esporte, dentre os 20 clubes que vão disputar a série A do Campeonato Brasileiro em 2017, apenas sete têm equipes femininas. No último sábado (28), em uma partida entre as equipes francesas Olympique Lyonnais e Lille, cartazes extremamente sexistas explicitam o tratamento dado pelo esporte a elas, indicando que os homens se dirijam ao estádio e as mulheres, à cozinha.
Uma pesquisa recente do Ministério do Esporte demonstrou ainda que 67% dos homens jogam futebol, enquanto somente 19% das mulheres aderem ao esporte. Medidas como a tomada em relação à Libertadores, portanto, com certeza ajudam a mudar esta realidade.