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Feminismo Negro: livros, filmes e séries que falam sobre o movimento

Confira grandes inspirações culturais para aprender mais sobre o empoderamento negro e feminino

Por Anna Laura Moura Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 mar 2018, 10h43 - Publicado em 22 mar 2018, 09h09

O feminismo negro, movimento que pauta a reivindicação dos direitos das mulheres negras, é uma das formas de luta pelo engrandecimento afro. Esse empoderamento está cada vez mais presente na sociedade.

A resistência da mulher negra se manifesta no volume do blackpower, na densidade dos dreads, nos gritos de luta durante as manifestações e, principalmente, quando elas conseguem ocupar espaços que não as aceitam. Além disso, essa força também se faz presente na cultura.

Para entender mais o feminismo negro e toda a simbologia que essa luta possui, trouxemos alguns exemplos de livros, séries, filmes que pautam esse tema. Confira:

LIVROS

Carolina Maria de Jesus – Quarto do Despejo (1960)

(Saraiva/Divulgação)


O livro reproduz o diário da autora Carolina Maria de Jesus, em que ela narra o seu dia a dia nas comunidades pobres da cidade de São Paulo. Em seu relato, ela descreve a dor, o sofrimento, a fome e as angústias dos favelados, sendo considerado um dos marcos da escrita feminina e negra no Brasil. O livro já foi traduzido para mais de 13 idiomas desde que foi lançado. Descreve as vivências de Carolina entre 1955 e 1960.

Carolina foi uma escritora brasileira, considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras nacionais. A autora viveu boa parte de sua vida na favela do Canindé, na zona norte de São Paulo, sustentando a si mesma e a seus três filhos como catadora de papéis. Em 1958, foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, publicando o livro.

Conceição Evaristo – Becos de Memória (2006)

(Saraiva/Reprodução)

Um dos mais conceituados romances memorialistas da literatura nacional contemporânea. Conceição traduz, a partir de seus muitos personagens, a complexidade humana e os sentimentos negativos vividos diariamente, como o desamparo, o racismo, a fome e a miséria. Porém, tudo isso sem perder o lirismo e a delicadeza em sua escrita. 

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Conceição Evaristo é mestra em literatura brasileira pela PUC-Rio e doutora em literatura comparada pela Universidade Federal Fluminense. Suas obras abordam temas como a discriminação racial, de gênero e de classe. 

Ana Maria Gonçalves – Um Defeito de Cor (2006)

(Saraiva/Reprodução)

Conta a história de uma africana que, já deficiente visual e muito debilitada, viaja para o Brasil em busca do filho que há décadas está desaparecido. Ao longo do caminho, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, escravidão e estupro. Ana Maria faz uma ligação entre a ficção e os fatos históricos que giraram em torno do período escravagista, cujas consequências ainda perduram. 

Ana Maria Gonçalves trabalhou como publicitária em São Paulo, mas deixou a profissão em 2002 para morar em Itaparica e poder se dedicar à escrita. 

Angela Davis – Mulheres, Raça e Classe (1981)

(Saraiva/Reprodução)

Mais importante obra de Angela, o livro traça um poderoso panorama histórico e extremamente crítico sobre a luta feminista, antirracista e antiescravagista. A obra é considerada um pontapé inicial para entender o feminismo negro e toda a questão machista e racial envolvida, passando pelos dilemas contemporâneos da mulher.

Angela Davis é uma professora e filósofa socialista americana que alcançou a popularidade mundial na década de 1970 como integrante do Partido Comunista dos Estados Unidos, dos Panteras Negras, por sua militância pelos direitos das mulheres e contra a discriminação social e racial.

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bell hooks – Ensinando A Transgredir (1994)

(Saraiva/Reprodução)

Bell escreve sobre um novo tipo de educação, a educação como prática da liberdade. Para ela, ensinar os alunos a transgredir as fronteiras raciais, sexuais, de gênero e de classe com a finalidade de alcançar o dom da liberdade é o objetivo mais importante do professor. É associado um conhecimento prático da sala de aula com uma conexão profunda com o mundo das emoções e sentimentos. É um dos raros livros sobre professores e alunos que ousa levantar questões críticas sobre gênero e suas nuances.

Gloria Jean Watkins, mais conhecida pelo pseudônimo bell hooks (escrito em minúsculas), é uma autora, teórica feministaartista e ativista social estadunidense. A escritora tem mais de 30 livros e numerosos artigos acadêmicos, apareceu em vários filmes e documentários e participou de várias palestras públicas.

Maria Firmina dos Reis – Úrsula (1859)

(Saraiva/Reprodução)

É considerado o primeiro romance publicado por uma mulher no Brasil. É também o primeiro romance abolicionista da literatura brasileira e também o primeiro romance da literatura afro, sendo feito por uma mulher negra. A história de amor ultrarromântico entre Úrsula e Tancredo tem como pano de fundo a temática dos negros a partir de uma perspectiva comprometida em narrar a vivência afro no Brasil.

Maria Firmina dos Reis, negra e bastarda, enfrentou a barreira dos preconceitos e publicou, em 1859, seu primeiro livro. Colaborou com jornais literários e, em 1880, fundou uma escola gratuita e mista, para meninos e meninas, o que causou escândalo no povoado de Maçaricó, em Guimarães. A escola foi fechada três anos depois.

CINEMA

Histórias Cruzadas (2012) 

(Divulgação/Divulgação)

É um filme de drama, baseado no livro romance homônimo de Kathryn Stockett. O filme é um retrato sobre uma mulher branca, Eugenia “Skeeter” Phelan, e o seu relacionamento com duas empregadas negras durante a era americana dos direitos civis nos Estados Unidos de 1960. Skeeter é uma jornalista que decide escrever um livro da perspectiva das empregadas (conhecido como “The Help“), mostrando como elas estão sofrendo racismo na casa de brancos.

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O elenco do filme conta com a renomada atriz Viola Davis.

A Cor Púrpura (1985)

(Divulgação/Divulgação)

Em uma pequena cidade, vive Celie, uma jovem com apenas 14 anos que foi violentada pelo pai e se torna mãe de duas crianças. Além de perder a capacidade de procriar, Celie imediatamente é separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã, e é doada a “Mister” (Danny Glover), que a trata simultaneamente como escrava e companheira.

Cada vez mais calada e solitária, ela passa a compartilhar sua tristeza em carta. Uma sobrevivente de abuso sexual e moral, Celie escreve cartas a Deus e à sua irmã Nettie (Akosua Busia), narrando tudo o que ela tem de suportar. Por meio de todas as suas dificuldades, ela encontra sua voz e a força para levantar-se. A personagem principal é representada por Whoopi Goldberg, indicada ao Oscar de melhor atriz por este filme no ano do lançamento. Baseado no livro de Alice Walker, “A Cor Púrpura” recebeu 11 indicações. 

What Happened, Miss Simone? (2015)

(Netflix/Divulgação)

Documentário sobre a vida da consagrada cantora de jazz, ativista e pianista Nina Simone. Produzido pela Netflix, o filme mostra de forma cristalina todos os altos e baixos de Nina.

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Estrelas Além do Tempo (2017)

(Divulgação/Divulgação)

O filme se passa nos anos 1960 durante a Guerra Fria, quando Estados Unidos e União Soviética disputam a supremacia na corrida espacial ao mesmo tempo em que a sociedade norte-americana lida com uma profunda guerra racial. Tal situação é refletida também na Nasa, onde um grupo de funcionárias negras trabalha. Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe) são grandes amigas que precisarão lidar com o racismo enraizado para que consigam ascender na hierarquia da Nasa.

Preciosa (2010)

(Divulgação/Divulgação)

O filme contra a triste história de Claireece “Preciosa” Jones, de 16 anos. A jovem era constantemente estuprada pelo próprio pai, ficando grávida. Ela não sabe ler nem escrever e sofre abuso constante nas mãos de sua mãe. Porém, a personagem vê uma chance de mudar de vida quando ela tem a oportunidade de ser transferida para uma escola um tanto quanto diferente. Sob a orientação firme e paciente de sua nova professora, Sra. Rain, o filme mostra sua história de superação.

Mother Of George (2013)

(Divulgação/Divulgação)

A jovem Adenike (Danai Gurira) e Ayodele (Isaach de Bankolé) são um casal nigeriano morador do Brooklyn. Na cerimônia de casamento, é previsto que Adenike terá um filho de nome George. Mas, ao longo dos meses, Adenike não engravida e percebe que seu casamento é uma forma de obrigação para que ela tenha um filho. Enfrentando expectativas culturais e diante da pressão machista, ela toma uma decisão que pode salvar ou destruir sua família.

KBELA (2015)

(KBELA/Divulgação)

Kbela traz um olhar sobre a experiência do racismo vivido cotidianamente por mulheres negras e mostra a descoberta de uma força ancestral que surge diante da aceitação do crespo. O roteiro do filme é baseado no conto da MC K_bela, que narra a história de uma menina negra, moradora da Baixada Fluminense, que entrou em transição capilar ao perceber que era prisioneira do padrão “branco e liso”, deixando o cabelo natural crescer novamente.

SÉRIES

Dear White People (2017)

(Netflix/Reprodução)

A série acompanha um grupo de estudantes negros de uma conceituada universidade dos Estados Unidos, cuja maioria dos alunos é branca. A série retrata como esses personagens lidam com o racismo no campus da universidade. Depois de uma festa de Halloween, com a temática blackface, organizada por um grupo de alunos brancos, várias tensões raciais se desenrolam no ambiente acadêmico. São 10 episódios onde grande parte foca em personagens diferentes, mas girando em torno da protagonista Sam White (Logan Browning), que administra um programa de rádio da universidade.

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How To Get Away With A Murderer (2014)

(Divulgação/Divulgação)

Annalise Keating (Viola Davis) é uma advogada e professora universitária de direito em uma universidade da Filadélfia, que forma um grupo de cinco alunos que se destacam para trabalhar com ela nos casos dos seus clientes. É a série que deu um Emmy de Melhor Atriz em drama para Viola Davis e se destaca pelo seu elenco diversificado e pela trama de Annalise, uma personagem que está longe de ser a heroína, mas que possui diversas razões para ser quem é.

Insecure (2016)

(Divulgação/Divulgação)

Série da HBO escrita, produzida e protagonizada pela comediante Issa Rae, narra as desventuras da personagem que possui seu nome real e Molly (Yvonne Orji), duas mulheres negras chegando na casa dos 30, mas ainda cheias de dilemas e inseguranças. A série trata de pautas importantes como a solidão da mulher negra, carreira, sexo e objetivos de vida.

Antônia (2006)

(TV Globo/Divulgação)

Exibida pela TV Globo entre 2006 e 2007, a série contou a história de quatro amigas da Brasilândia que batalhavam para trazer de volta o seu grupo de rap chamado “Antônia”, enquanto tinham que lidar com o dia a dia da periferia e as lutas e conquistas diárias.

Protagonizada pelas cantoras Negra Li, Leilah Moreno, Quelynah e Cindy Mendes, a série, baseada no filme de mesmo nome, tratava da força e resistência dessas mulheres para lidar com o racismo e o machismo do cotidiano.

A Incrível Jessica James (2017)

(Netflix/Divulgação)

Jessica James, uma professora de teatro e dramaturga de Nova York, está lutando para superar um término de relacionamento. Ela vê uma luz no final do túnel quando conhece o recém-divorciado Boone. Juntos, eles descobrem como fazer as coisas darem certos nos tempos difíceis enquanto percebem que eles gostam (muito) um do outro, além de lidar com toda a questão racial envolvida.

Scandal (2012)

(ABC/Divulgação)

Uma poderosa equipe de advogados de Washington faz escândalos desaparecerem e soluciona crises no governo enquanto lida com seus próprios problemas. Produzida pela ABC, a série fala muito sobre uma mulher negra na política (Olivia Pope) que é extremamente inteligente.

Greenleaf (2017)

(Divulgação)

A família Greenleaf administra uma igreja em Memphis (Tennessee), mas seu trabalho e suas vidas pessoais são contaminados por ganância, adultério e outros tipos de pecado. A série fala de temas importantes: abuso sexual e a corrupção religiosa e política, além de traição e homossexualidade. A produção faz parte do canal Oprah Winfrey Network, e a apresentadora também atua nos episódios. Praticamente todo o elenco é estrelado por pessoas negras.

Leia também: Monica Benicio: a história do grande amor de Marielle Franco

 

 

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