Facebook permitiu ao Spotify e Netflix acessar o Messenger dos usuários
Reportagem do "The New York Times" mostra que o Facebook abriu os dados e mensagens dos usuários para outras empresas sem aviso prévio.
Sabe as mensagens que você troca pelo Facebook Messenger com o crush, com sua família e suas amigas? Pois uma investigação do The New York Times descobriu que empresas como Spotify, Netflix e bancos internacionais tiveram acesso a elas até 2017. E quem permitiu que isso acontecesse foi o próprio Facebook.
De acordo com o Facebook, isso aconteceu para que os usuários pudessem, por exemplo, fazer login no Spotify usando a conta da rede social, e mandar mensagens para outros usuários sem nem precisar sair do aplicativo de música.
Na Netflix, até 2015, o usuário podia recomendar séries e filmes via Facebook Messenger. Mas alguém aí sabia que ao aceitar essas funcionalidades, você estava abrindo suas mensagens privadas para que alguém tivesse acesso a elas?
Além de ter acesso a troca de mensagens de mais de 70 milhões de usuários do Facebook por mês, as empresas poderiam ler, escrever e até deletar as mensagens dos usuários, explicou a reportagem do NYT.
De acordo com o Facebook, não há indícios de que alguma dessas empresas tenha abusado do poder de visualizar as mensagens privadas, e o Spotify e a Netflix se posicionaram dizendo que nem sabiam que tinham tanto acesso assim aos dados.
A reportagem do NYT diz que o acesso aos dados que essas empresas parceiras do Facebook tiveram é maior e mais detalhado do que o acesso conseguido pelos aplicativos do escândalo Cambridge Analytica, o que já era bastante. E não, dessa vez a permissão de acesso aos dados não estava nas letras miudinhas das condições de uso que, em geral, os usuários aceitam mesmo sem ler.
Assim revela-se mais uma questão envolvendo a privacidade dos dados dos usuários e a integridade do Facebook. Em um ano em que Mark Zuckerberg, fundador e dono da rede social, e Sheryl Sandberg, a segunda na cadeia de comando da empresa, já foram convocados a prestar depoimentos no Senado americano, resta esperar para ver como o Facebook vai reagir a mais esse escândalo.