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Especialista alerta: sujeira faz bem para o desenvolvimento das crianças

Neurologista afirma que consumir frutas frescas direto do pé e brincar ao ar livre podem ser as chaves para criar crianças mais saudáveis

Por Ana Carolina Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 out 2016, 21h12 - Publicado em 23 fev 2016, 14h03
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O desejo de manter os filhos cada vez mais longes de sujeiras e impurezas pode ser prejudicial para o desenvolvimento das crianças.  Isto mesmo! Segundo a neuropediatra Maya Shetreat-Klein, o cuidado demasiado com higiene tem atrapalhado a saúde das crianças.

Em seu novo livro, a especialista encoraja os pais a deixarem seus filhos se sujarem, brincarem ao ar livre e também consumir alimentos frescos, como frutas diretamente do pé. 

O que começou como uma pesquisa científica se transformou em um a experiência pessoal para Maya. Quando seu terceiro filho nasceu, ela descobriu que ele era sensível ao leite. Ela introduziu então o leite de soja na alimentação do pequeno, como complemento à amamentação.

“Ele começou a ter asma e uma tosse aguda. Ele também desenvolveu erupções estranhas”, contou a médica. “Ele começou a falar muito cedo, mas parou de aprender novas palavras. Meu filho também perdeu alguns dos seus reflexos no desenvolvimento. Foi realmente assustador e continuou por meses.” Ela revelou que os antibióticos e esteróides prescritos pelo pediatra não surtiram efeito. Após conseguir uma consulta com um dos melhores alergologistas de Nova York, ela foi tratada pelo especialista como uma mãe neurótica e juntos suspeitaram que a soja poderia ser a causadora da doença.

“Eu comecei a perceber que havia algo diferente sobre o alimento, e havia algo diferente na forma como as crianças estavam sendo criadas que estava afetando a sua saúde”, disse ela. “Eu fiz esta conexão sobre o que comer, o que se passa no aparelho digestivo e como isso afeta o cérebro.”

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A pesquisa que se iniciou daí resultou na publicação de um livro: “A cura pela sujeira: crianças em crescimento saudável com a comida direto do solo” (tradução livre).

“A exposição a microorganismos, comer doces, alimentos não processados direto do solo e passar mais tempo na natureza são algumas das principais atitudes para ajudar as crianças a terem um desenvolvimento saudável”, afirmou.

Ela completa que uma das melhores maneiras de oferecer alimentos integras aos filhos de forma segura é o cultivo caseiro. “Envolvê-los no cultivo ainda permite que as crianças conheçam melhor os alimentos. Visitar uma fazenda e conectá-los ao local de onde vêm os alimentos é uma coisa muito primitiva. As crianças realmente responder a isso.”

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Ela afirmou ainda que explorar as cores dos alimentos é uma boa estratégia para estimular a alimentação saudável. Isto porque as crianças são extremante visuais e tendem a consumir melhor pratos bonitos e coloridos. “A indústria alimentícia descobriu o apelo das cores e fragrâncias – mas usando imitações artificiais, sem qualquer valor nutritivo. Muitos destes produtos estão sendo agressivamente comercializados para crianças e são substituições fáceis para alimentos integrais”, afirmou.

Questionada sobre os alimentos que julga essenciais na dieta de uma criança, ela listou: carne de pasto, leite, manteiga e ovos – todos provenientes de animais criados ao ar livre. “Eles incorporam os elementos da natureza que fazem eles (e nós também) mais saudáveis e felizes. Esses produtos são realmente mais ricos em nutrientes, incluindo a vitamina D, uma chave do sistema imunológico”, afirmou.

Sobre o impulso de limpeza que muitas mães têm, ela ressalta que nem todo germe é prejudicial ao corpo humano. “Nós temos um sentimento negativo sobre germes, mas o que tenho aprendido nas pesquisas é que diversos germes são benéficos para o sistema imunológico. Ficando expostos a eles em pequenas quantidades nós desenvolvemos e fortalecemos o sistema imunológico, e não o contrário. Estudos mostram que crianças que vivem em lares onde produtos antibactericidas são usados com frequência eram mais propensas a ficar doente do que aqueles que viviam em casas não usavam este tipo de produto”, explicou.

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