Emily Blunt fala sobre ‘O Retorno de Mary Poppins’
No longa, a babá vivida pela atriz dá novas lições as crianças
Interpretar um papel que já foi de Julie Andrews é uma proposta assustadora mesmo para a vencedora do Globo de Ouro Emily Blunt. Ela estrela O Retorno de Mary Poppins, continuação do clássico de 1964, vencedor de cinco Oscars. “Jamais tentaria imitá–la”, disse a atriz a CLAUDIA sobre o convite recebido do diretor Rob Marshall em meados de 2015.
A britânica evitou assistir novamente ao filme original. Em vez disso, mergulhou nos livros de P.L. Travers para encontrar sua versão da babá divertida, mas rígida. Na trama que estreia este mês, Mary Poppins volta à casa dos irmãos Banks 20 anos depois. Agora adultos, Jane (Emily Mortimer) e Michael (Ben Whishaw) enfrentam a Grande Depressão econômica do fim dos anos 1920.
“Espero que, neste momento difícil do mundo, o filme ofereça algum consolo, porque é autêntico. Como diz meu marido, é uma dose de alegria para a alma”, completou, referindo-se ao ator e diretor John Krasinski.
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O casal se mudou para Londres, cidade natal de Emily, durante as filmagens. Porém, chama de lar o bairro do Brooklyn, em Nova York. Emily e John foram apresentados por um amigo em comum em um restaurante. Ele nem sentou-se à mesa – ia, por coincidência, encontrar o ator Justin Theroux no mesmo lugar, mas fez a atriz rir e logo engataram uma paixão.
Casaram-se em Como, na Itália, e são pais de Hazel, 4 anos, e Violet, 2. Emily estava grávida da caçula quando começaram os ensaios de voz para Mary Poppins. “O bebê adorou a cantoria. Tanto é que Violet tem uma voz linda!” Cinco meses depois do parto, a atriz já estava praticando as coreografias complexas do musical ao lado de Lin-Manuel Miranda, que interpreta o personagem Jack, o acendedor de lampiões. Ao término das filmagens, Emily assistiu com Hazel à versão original. “Ela está completamente obcecada por Julie Andrews, não sei como vai reagir ao ver a mãe no papel”, conta, rindo. Só pelos belíssimos e divertidos trailers, dá para dizer que as chances de agradar à pequena são altas.
O Retorno de Mary Poppins provavelmente se tornará o segundo sucesso de Emily este ano. Em abril, ela lançou o terror Um Lugar Silencioso, que rendeu 340 milhões de dólares no mundo. Além da alta bilheteria, a produção representou uma vitória pessoal para a atriz, pois foi a primeira vez que ela trabalhou com seu marido, ator e diretor do filme. “Tínhamos medo de perder a diplomacia que a situação exige. Resolvemos as nossas diferenças antes para não haver conflito no set.”
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A história sobre uma família que precisa se manter em absoluto silêncio para não ser atacada por monstros já tem continuação confirmada. Emily passou a ser conhecida pelo grande público depois de contracenar com Meryl Streep e Anne Hathaway em O Diabo Veste Prada, em 2006. Apesar de pequeno, o papel da mal-humorada e irônica assistente encantou a todos. Mas ela já havia iniciado a carreira cinco anos antes, na peça The Royal Family, com a dama Judi Dench. Nada mau para quem só começou a fazer teatro para superar a gagueira e pulou a educação dramática formal.
Em Hollywood, aprendeu a navegar pelo ambiente machista da indústria e, por isso, é grata à onda feminista recente. “Movimentos como Time’s Up e Me Too mudaram a percepção de todos, não estamos mais sozinhas na luta”, afirmou. “Percebemos que ser descrita como ambiciosa não é negativo.” Instiga essas ideias nas filhas desde cedo. “Elas são pequenas, mas mostro que tudo o que têm a dizer é importante e que as diferenças e singularidades devem ser celebradas, porque nos fazem ser quem somos.”
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