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Dislexia, disgrafia e discalculia: entenda os transtornos de aprendizagem

Dificuldades para lidar com leitura e escrita, com ortografia e com matemática atingem mais de 1 milhão de estudantes do Brasil.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 15 jan 2020, 19h21 - Publicado em 26 abr 2019, 20h53

Algumas pessoas têm dificuldades com determinados assuntos: umas não conseguem fazer contas de cabeça, outras leem aos solavancos, há quem não consiga memorizar caminhos. Existe, porém, uma diferença entre achar um assunto confuso e ter transtorno de aprendizagem.

Neste último caso, uma desordem causa um atraso no aprendizado ligado à escrita, à leitura ou à matemática, além de afetar o desenvolvimento cognitivo. As causas do transtorno podem ser biológicas, genéticas ou ambientais, com influência na capacidade do cérebro de processar ou perceber informações verbais ou não-verbais.

No Brasil, os transtornos de aprendizagem atingem cerca de 5% das crianças matriculadas em escolas – o que equivale a mais de 1,2 milhão de estudantes, de acordo com dados do Censo Escolar divulgados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). E é justamente no ambiente escolar que eles são percebidos – na dinâmica e na frustração em atividades individuais e em grupo, os professores notam dificuldades pontuais de seus alunos e podem indicar a necessidade de procurar um diagnóstico médico.

As pedagogas Renata Haddad (pós-graduada em neuroeducação com ênfase em transtorno do espectro do autismo e mestranda em distúrbios do desenvolvimento) e Dilma Nandes Ervilha (especialista em gestão, supervisão e orientação educacional do Colégio Objetivo de Brasília) nos explicaram tudo sobre os principais transtornos de aprendizagem: dislexia, disgrafia e discalculia.

Se você perceber um grupo de características de algum deles em seu filho, converse com a equipe pedagógica da escola e procure a ajuda de um/a neurologista. Quanto antes o diagnóstico for fechado, antes poderá haver uma intervenção para contornar o problema e garantir uma qualidade de vida e de educação melhor para a criança.

Dislexia

É caracterizada pela dificuldade de leitura e escrita, do reconhecimento preciso e fluente das palavras e pela falta de habilidade de decodificá-las e soletrá-las. Acaba afetando o desenvolvimento da fala e a formação do vocabulário da criança.

Também tem como sintomas a dificuldade na memorização de palavras e de regras ortográficas e uma dispersão ou falta de atenção muito acentuada. Complicações para aprender rimas e acompanhar letras de músicas e atraso na coordenação motora também são indícios de dislexia.

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Costuma se manifestar por volta dos 5 anos de idade.

Não tem cura, mas é possível levar uma vida normal se houver suporte desde cedo. O tratamento com fonoaudiologia e terapia permite a criação de estratégias para driblar as dificuldades e aprender uma forma própria de lidar com as palavras.

Disgrafia

É caracterizada pela dificuldade na fluência escrita em aspectos como erros de ortografia em quantidade exagerada e formação de palavras simples. Pode acarretar em problemas de coordenação motora.

Outros sintomas que indicam o transtorno são escrever com letra muito pequena ou muito grande (não seguir as medidas das linhas do caderno), o uso indevido de letras maiúsculas e minúsculas, a sobreposição de letras e a velocidade rápida ou lenta demais ao escrever.

Costuma se manifestar por volta dos 5 anos de idade.

O tratamento é por meio de terapia em que a criança seja incentivada a sentir a própria escrita, a fazer exercícios guiados de escrita. Em casa, os pais ou responsáveis podem fazer desenhos, pintura e modelagem para auxiliar. E na escola é interessante os professores darem atenção individualizada à criança e respeitar seu ritmo de adaptação.

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Discalculia

É caracterizada pela inabilidade para executar operações matemáticas e aritméticas. Na prática, é não conseguir organizar, classificar e realizar operações com números de forma adequada. É comum que ou a mãe ou o pai da criança também tenha discalculia, o que indica uma carga genética no distúrbio.

Também são sintomas a criança não conseguir contar os dedinhos das mãos, não reconhecer padrões de maior-menor e mais longo-mais curto e não seguir a ordem dos números.

Costuma se manifestar entre os 4 a os 6 anos de idade.

O tratamento deve ser feito em conjunto pelos pais, cuidadores e professores no sentido de ajudar a criança a desenvolver estratégias próprias para contornar o problema. Por exemplo: pedir que ela desenhe três bolas, aponte para quatro árvores no parque, apresente dois coleguinhas da escola. Em resumo, deve-se tratar os números como amigos e fazer com que eles sejam organizados no cérebro da criança com naturalidade.

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