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Descubra como as redes sociais podem afetar o seu bem-estar sem que você perceba

O Facebook e o Instagram são capazes de beneficiar - e também prejudicar - o sentimento de confiança, pertencimento e felicidade. Veja o que os especialistas têm a dizer sobre isso e como usar as redes sociais a seu favor

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 15 jan 2020, 04h40 - Publicado em 26 Maio 2014, 21h00
Luiza Monteiro (/)
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Atenção: as fotos das suas amigas podem abalar a sua autoestima

Essa é a conclusão de um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Strathclyde, no Reino Unido, divulgado em maio de 2014. Após questionar 881 garotas universitárias sobre o uso que elas faziam do Facebook e também seus hábitos alimentares, a prática de atividade física e a imagem que tinham do próprio corpo, os cientistas concluíram que a rede social tem, sim, um impacto na autoestima das usuárias. Eles viram que, quanto mais tempo as mulheres passavam no Facebook vendo fotos das suas amigas, mais elas comparavam seus atributos físicos e apresentavam sentimentos negativos em relação ao seu corpo. “Sabe-se que esse é um fator de risco para doenças sérias, como distúrbios alimentares e depressão”, alerta Petya Eckler, uma das autoras da investigação.

De acordo com Petya, o primeiro passo para evitar o problema é saber que você não está sozinha – outras mulheres também se sentem assim. Além disso, tenha em mente que nem todas as imagens que aparecem no seu mural condizem com a realidade. “As pessoas escolhem as melhores fotos para postar no Facebook. Em muitos casos, elas inclusive alteram a imagem com aplicativos ou programas específicos para isso”, lembra a pesquisadora. Outra dica é bloquear as pessoas que fazem você se sentir mal consigo mesma. E, por fim, Petya Eckler recomenda: se o seu objetivo é emagrecer, que tal compartilhar com seus amigos (e, claro, colocar em prática) receitas saudáveis ou a nova modalidade de exercício que você testou? É uma forma divertida e positiva de usar o Facebook em prol das suas metas.


As curtidas (ou a falta delas) são capazes de gerar solidão

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Dois trabalhos da Universidade de Queensland, na Austrália, investigaram como o Facebook afeta o sentimento de inclusão social dos usuários. E o lado positivo dos resultados da investigação foi que sites como esse permitem que os indivíduos se relacionem e se comuniquem com diversas pessoas, a qualquer momento. No entanto, ao adotar um comportamento menos ativo na rede social ou não obter o retorno dos amigos ao fazer uma postagem, os internautas se sentiam sozinhos. “Isso reflete a nossa necessidade de pertencer a algum grupo. As pessoas não querem ser excluídas de nada”, avalia Stephanie Tobin, autora do estudo.

De acordo com a pesquisadora, a solidão experimentada pelos voluntários foi passageira. Mas especialistas acreditam que, se esse sentimento for frequente, ele pode ser prejudicial. “A busca constante pelo reconhecimento dos outros é capaz de gerar frustrações”, afirma o psicanalista Antônio Carlos de Barros Junior, doutor em psicologia pela Universidade de São Paulo (USP). Por isso, saiba que nem sempre aquela foto que você postou receberá vários comentários e curtidas. “Se a pessoa tiver consciência disso, talvez ela encare tudo de forma mais tranquila”, diz Barros Junior.


Ficar conectado o tempo todo pode piorar a ansiedade

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É o que aponta uma pesquisa da Anxiety UK – instituição do Reino Unido sem fins lucrativos que visa promover a conscientização sobre distúrbios de ansiedade. Metade das 228 pessoas entrevistadas declarou ter observado alterações comportamentais negativas após usarem as redes sociais com frequência. Desses, dois terços relataram sentir dificuldade para relaxar e dormir após entrarem nesses sites e 45% disseram se sentir preocupados quando não conseguiam acessá-los. “Se a pessoa tem tendência à ansiedade, esse tipo de pressão pode ser o estopim para o surgimento do problema”, explica Nicky Lidbetter, presidente da Anxiety UK.

Para evitar tudo isso, o segredo está no equilíbrio. “Não deixe o aplicativo aberto o tempo todo no celular, por exemplo”, indica o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependência Tecnológica do Instituto de Psiquiatria da USP. Reserve um tempo para acessar as redes e procure esquecê-las quando estiver com a família, as amigas e também o namorado.


O que você posta afeta outras pessoas – para o bem e para o mal

Segundo um estudo da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, o que você posta nas redes sociais afeta diretamente o bem-estar dos seus amigos por lá. Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram mais de 1 bilhão de postagens de mais de 100 milhões de usuários do Facebook, entre janeiro de 2009 e março de 2012. Eles viram que cada post positivo gerava quase o dobro de postagens otimistas. No caso das mensagens negativas, o número de recados semelhantes era menor. “Isso demonstra que a felicidade é mais contagiante do que a infelicidade”, analisa James Fowler, autor do estudo publicado no periódico Plos One. Sendo assim, que tal começar a compartilhar com seus amigos apenas as coisas boas da vida?

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