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Deputada desabafa: “Disseram que se eu for estuprada não posso reclamar”

A deputada estadual Paulinha, de Santa Catarina, vem sendo atacada pela roupa que usou no dia da posse.

Por Júlia Warken
Atualizado em 16 jan 2020, 00h55 - Publicado em 8 fev 2019, 10h56
 (@DeputadaPaulinha/Facebook)
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Conhecida como Paulinha, a deputada estadual Ana Paula da Silva (PDT), de Santa Catarina, ficou conhecida no Brasil inteiro por conta da roupa que usou ao tomar posse na Assembléia Legislativa, em Florianópolis, essa semana.

Ele vestiu um macacão vermelho decotado e vem sendo duramente atacada nas redes sociais por causa disso. Muita gente aponta que ela não cumpriu com as normas de decoro parlamentar, o que não é verdade, segundo advogados.

“Manifestações raivosas e conservadoras à parte, a conduta da deputada não configura quebra de decoro parlamentar”, disse um profissional ouvido pelo Estadão

Ex-prefeita de Bombinhas, cidade do litoral catarinense, Paulinha foi premiada em sua gestão no município e recebeu 51.739 votos para atuar como deputada estadual. Além de receber todo o tipo de comentário ofensivo, ela também foi defendida nas redes sociais.

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Mesmo assim, o impacto dos ataques foi grande. “Chorei muito. Fiquei até às quatro da manhã tentando ler e entender o que um decote pode ter de errado. Me senti frágil, como uma mulher se sentiria diante dessa situação”, disse Paulinha ao Extra

Para além do choque, ela revela que está tomando providências legais para tentar punir quem a atacou de maneira criminosa. “Ser criticada na vida pública é algo normal e esperado. Mas me senti psicologicamente violentada. Um internauta disse que se eu for estuprada não posso reclamar”. 

Segundo o advogado criminal João Paulo Martinelli, “Os comentários podem configurar injúria, se o ofensor usa de xingamentos, difamação, se atribui um fato que atinja a reputação da vítima perante terceiros”. O grande problema é a dificuldade em identificar e individualizar cada agressor. 

Independentemente disso, a deputada diz que entrará com uma ação judicial e garante que está fortalecida frente aos ataques. “Tenho meu lado empoderado e que me faz levantar todos os dias e dizer: essa sou eu e luto para quebrar paradigmas e padrões que não condizem com o que eu penso e pensam muitas mulheres que se veem representadas por mim”. 

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