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Conheça uma bela rainha que é adorada em seu exótico e isolado reino

Parece até enredo de Game Of Thrones, mas é a realidade do pequeno Butão

Por Ludmila Vilar (colunista)
Atualizado em 21 jan 2020, 21h02 - Publicado em 23 jun 2015, 16h38
Reprodução/Facebook (/)
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Num pequeno reino budista, misterioso, colorido e espremido nas montanhas do Himalaia, entre dois gigantes, a China e a Índia, uma rainha linda, elegante e adorada pelo povo acaba de completar 25 anos. A data foi festejada em todo o país, que em homenagem a Sua Majestade também passou a comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente no mesmo dia do aniversário da rainha.

De acordo com a imprensa internacional, a plebeia que há quatro arrebatou o coração do rei (ele chega a beijá-la em público, uma verdadeira quebra de protocolo) vem, com seu jeito discreto, inspirando as meninas de seu milenar e tradicional país.

Tudo nessa história parece conto de fadas. Contos de fadas me deixam com os dois pés atrás, mas é inegável que a história da rainha butanesa e seu rei tem um apelo irresistível – ainda mais num mundo onde todos os holofotes voltam-se às realezas europeias e ao suntuoso estilo de vida delas.

Elefantes no casamento 

Jetsun Pema casou-se com Jigme Khesar Namgyel Wangchuck, conhecido entre seus súditos como o “Rei Dragão” (!), em 2011. A cerimônia foi suntuosa à maneira butanesa: ocorreu numa fortaleza, cuja entrada era protegida por filhotes de elefantes.

Embora tenha origem plebeia, Jetsun foi educada nos melhores colégios da Índia, iniciou os estudos em relações internacionais em Londres e sempre circulou bem entre a nobreza butanesa. Ela conhecia o rei desde que tinha sete anos de idade.

Jigme também estudou na Inglaterra, só que em Oxford, e assumiu o trono em 2006, aos 26 anos, quando seu pai, o rei Jigme Singya Wangchuck, abdicou do reinado.

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Até então, o Butão vivia uma monarquia absolutista, espécie de ditadura onde prevalecem as vontades do rei, e era totalmente fechado a estrangeiros. Embora hoje funcione como uma monarquia parlamentar e democrática, uma certa aura de mistério continua envolvendo esse ainda isolado reino.

Os butaneses vivem em outro tempo

A TV só chegou nessa pequena nação de 700 mil habitantes, pasme, em 1999 – nessa época boa parte do mundo já estava embarcando na revolução da internet. O primeiro banco foi aberto apenas nos anos de 1960 – para se ter ideia o Banco do Brasil, foi inaugurado em 1808, há 207 anos.

O Butão detém outra incrível marca: cerca de 70% do seu território é coberto por uma floresta original, cortada por 34 rios. E entre suas montanhas espalham-se mais de dois mil templos e monastérios budistas.

A cultura butanesa tem base matriarcal, isso quer dizer que em muitas regiões do país a herança é transmitida às filhas. Também é comum que os homens se mudem para as casas das mulheres depois de se casarem.

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Um índice para medir a felicidade

 Em 2006, quando assumiu o cargo, o elegante Jigme (ele usa um penteado para trás, sustentado por muito gel, o que lhe rendeu o apelido de “Elvis Presley”) tinha duas difíceis missões: abrir para o mundo seu fechado reino e provar que o famoso índice de Felicidade Interna Bruta (FIB), criado por seu pai em 1972, não é só balela para mascarar a pobreza local.

O FIB baseia-se em quatro pilares: desenvolvimento sustentável, proteção ambiental, preservação cultural e boa governança. É um contraponto ao PIB (Produto Interno Bruto), índice que mede a riqueza dos países levando em conta apenas os indicadores econômicos.

Hoje o FIB orienta o país nas pequenas e nas grandes coisas. Nas escolas há sessões diárias de meditação. Nas estradas, placas indicam mantras como “A vida é uma jornada! Complete-a!”. A política educacional conseguiu incluir quase 100% das crianças na escola e a expectativa de vida das pessoas dobrou nas últimas duas décadas.

A ideia de se medir a felicidade por outras bases que não seja apenas o dinheiro causa fascínio em muitos e resistência em outros tantos. Há quem ache que não passa de um bom marketing. Isso porque apesar dos avanços o país ainda ocupa a 136ª posição (num total de 187) no ranking de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU. Traduzindo em números: um quarto dos seus habitantes sobrevive com menos de US$ 1,50 por dia e cerca de 70% não tem acesso à eletricidade.

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O rei pode ter várias mulheres

Seja como for, o pequeno reino tem a seu favor a imagem de uma nação onde a preservação do meio ambiente e da cultura local estão acima de tudo. A própria rainha raramente é vista com trajes ocidentais. Suas roupas são coloridas, os quimonos têm um corte perfeito e tudo parece cair bem em seu corpo elegante.

Jetsun é surpreendentemente boa em basquete (!), esporte até pouco tempo restrito apenas à realeza e que agora começa a se popularizar com a contratação de um técnico para montar uma equipe nacional. Outro comportamento “moderninho” dela é manter uma conta no Facebook para dividir com os súditos os acontecimentos importantes do reino.

Embora tenha o direito por lei de ser poligâmico, o rei optou por estar apenas com Jetsun (uma quebra na tradição, já que seu pai tem três mulheres). A rainha e o rei definitivamente representam o frescor. O tempo vai dizer se são só aparências ou se o belo casal real vai de fato colaborar a longo prazo com a felicidade de seus súditos.

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