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Conheça Alan Turing, matemático gay que estará estampado em cédula inglesa

Ele foi um dos grandes nomes da Segunda Guerra Mundial por ajudar a traduzir os códigos nazistas e antecipar ataques.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 15 jan 2020, 13h09 - Publicado em 15 jul 2019, 15h13
 (Bank of England/Reprodução)
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O matemático Alan Turing foi escolhido para estampar as cédulas britânicas no valor de 50 libras a partir de 2021, pelo Banco da Inglaterra. Ele foi escolhido entre 988 possibilidades indicadas pelo público britânico. O principal feito de Alan foi a bomba eletromecânica, equipamento capaz de traduzir os códigos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Isso ajudou a Inglaterra a antecipar os ataques nazistas na época e, mais tarde, o fez ser reconhecido como um dos pais da inteligência artificial e da computação. Entretanto, sua história não foi glamurosa assim – na verdade, teve alguns fatos trágicos. 

Mesmo depois de auxiliar o país a vencer o segundo período de guerra, Alan foi brutalmente perseguido pelo Estado. O motivo disso foi a sua orientação sexual: ele era gay. Tal intolerância foi tão grande que o matemático foi condenado à castração química com a justificativa de que ele havia praticado “atividade homossexual”, em 1952. Só que mais do que uma punição, a atitude foi uma forma de resistir às normas do governo britânico já que a outra opção de pena era ficar recluso da sociedade.

Vale lembrar que a atitude de se relacionar com alguém do outro sexo era crime no Reino Unido até 1982. Isso significa que, ao assumir um relacionamento homoafetivo, o indivíduo era sujeito ou ao cárcere, ou à castração química ou a trabalhos forçados não remunerados. O ato de castrar quimicamente alguém é tão grave e invasivo que Alan acabou morrendo em 1954 por cianeto, substância presente no processo químico de bloqueio da testosterona, aos 41 anos.

Mesmo com a trágica história vindo à tona, a manifestação oficial da Inglaterra só aconteceu em dezembro de 2013, 59 anos depois do falecimento dele. A Prerrogativa Real de Compaixão concedeu perdão ao matemático depois do pedido do ministro da Justiça, Chris Grayling. Ele defendeu que a vida de Alan foi um grande protesto que salvou milhares de pessoas, como informa o G1

A história de Alan ficou ainda mais conhecida depois da produção do filme “O Jogo da Imitação”, lançado em 2014. O longa conta a trajetória do matemático a partir da contratação dele pela agência de inteligência britânica MI6 exatamente para decifrar os códigos nazistas. Na trama, ele foi interpretado pelo ator Benedict Cumberbatch.

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Confira o trailer:

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