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Compras de Natal: controle o impulso consumista do seu filho

Veja como lidar com a mania das crianças de querer comprar tudo e ainda como ensinar seu filho a lidar com o dinheiro de forma saudável

Por Beatriz Levischi (colaboradora)
Atualizado em 14 jan 2020, 23h50 - Publicado em 10 dez 2014, 08h10
DreamPictures/Thinkstock/Getty Images (/)
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Com a proximidade do Natal, as propagandas e as ofertas de brinquedos parecem se multiplicar, deixando as crianças ansiosas para comprar (ou ganhar) um monte de presentes. Mas é preciso ensinar aos filhos, desde pequenininhos, o valor do dinheiro e ajudá-los a controlar o impulso consumista que ataca também os adultos. A seguir, Angélica Rodrigues Santos, psicóloga e coautora do livro Família, Afeto e Finanças (Ed. Gente), explica como ensinar as crianças a lidarem com o dinheiro de maneira inteligente. Tire suas dúvidas sobre como agir com os pequenos nesta época do ano!

Por que alguns pais enchem as crianças de presentes?

Agrados materiais servem, muitas vezes, para compensar o afeto que não se consegue expressar diretamente. Eles são uma forma de se fazer presente na vida de alguém. Mas, em vez de comprar um brinquedo caro, procure demonstrar amor com palavras e atitudes quando estiver com seus filhos.

Existe um limite saudável para os mimos?

Não há fórmulas prontas. Cada filho possui uma necessidade e cada família tem sua realidade. Vale sempre usar o bom-senso. E refletir antes de comprar: “O que ele está pedindo é razoável? Ou só me deixará menos culpada? Dá para comprar sem comprometer o orçamento familiar?”.

Que impacto esse excesso de presentes pode causar na vida das crianças?

Elas crescem acreditando que tudo vem fácil, sem precisar de esforço, porque sempre alguém fará a parte delas: como hoje são os pais, amanhã ela pensará que será o chefe ou o marido. Essa visão distorcida de mundo cria adultos infantilizados e dependentes. É possível mudar essa situação? Sim. Uma boa maneira é ir “frustrando” a criança mimada aos poucos, de acordo com o que ela pode suportar, até notar certa maturidade por parte dela para lidar melhor com os “nãos”. Antes de começar esse processo, porém, explique para seu filho a mudança de comportamento da família para não provocar confusão na cabeça dele. É importante conversar com os pequenos sobre consumismo? É fundamental. O diálogo e a verdade estabelecem uma relação de confiança entre pais e filhos. Só não se esqueça de adaptar a conversa à faixa etária da criança, usando termos e elementos do universo em que ela está vivendo. Quanto menor ela for, aliás, menos palavras você deve usar para explicar.

Como controlar o impulso por compras dos adolescentes sem parecer chata?

Isso é impossível. Quem gosta de ser controlado? Ninguém, muito menos os jovens. Mantenha sua paz de espírito e, em vez de provocar a rebeldia, dedique seu tempo a ele, dando atenção. Mostre-se disposta para ouvir o que acontece com ele. O impulso consumista pode esconder outros problemas. Essa fase é marcada por insegurança e muitos questionamentos. A autoestima fica baixa e o jovem faz besteiras variadas na ânsia de pertencer a um grupo.

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É preciso estar mais presente para impor limites?

Sim. E, para que esses limites sejam entendidos e respeitados, vale incluir o adolescente na elaboração do orçamento doméstico, mostrando quanto se ganha e se gasta em casa. Outra estratégia bacana para ensinar o valor do dinheiro é sugerir pequenas tarefas que permitam que ele ganhe dinheiro e consiga pagar algumas despesas próprias.

E o Natal, essa data pode ser comemorada de um jeito mais modesto, sem excessos?

Claro! Separe roupas, sapatos, perfumes, CDs, livros e brinquedos que não sejam mais usados (e que estejam em boas condições) e organize um bazar de trocas com amigos ou familiares. Também dá para produzir os presentes, fazendo biscoitinhos, geleias, sabonetes e o que mais a criatividade permitir. Complete com cartões que expressem afeto e desejos de um novo ano iluminado.

Confira algumas dicas da psicóloga Andreia Calçada para lhe ajudar nestas horas:

  • Antes de sair de casa, converse com a criança e combine o passeio. Diga coisas como: “Hoje vamos comprar presente para o seu primo que faz aniversário, não para você”.
  • Explique que dinheiro não nasce em árvore e que temos que trabalhar para conseguir as coisas.
  • Seja o exemplo. Não vá combinar com ele antes de sair de casa que vocês não vão comprar nada, para depois sair de uma loja de roupas cheia de sacolas para você.
  • Faça mais passeios ao ar livre com ele. E deixe a criança mais atenta a outras coisas do que à TV.
  • Frustre a criança de vez em quando, pois ela tem que aprender que na vida também haverá outras frustrações futuras.
  • Deu acesso de birra? Deixe chorar, não compre só porque ela está esperneando! Se você ceder, só reforçará esse comportamento.
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