Coluna da Cynthia de Almeida: Posso “editar” meu currículo?
Nossa colunista de carreira, Cynthia de Almeida, tira a dúvida da leitora que quer dar uma incrementada na experiência profissional antes de seguir para a entrevista
Estou me candidatando a uma vaga muito concorrida em uma empresa dos sonhos. Fui aconselhada por colegas a “editar” meu currículo, para aumentar minhas chances no processo de seleção. Como faço isso?
Quando você conhece bem a empresa para a qual está se candidatando, a primeira coisa a fazer é se colocar do outro lado do balcão e se perguntar por que eles deveriam contratar alguém como você. Assim fica mais fácil perceber quais competências e talentos, que aspectos que de sua formação e experiência mais interessariam ao potencial empregador. Pesquise, converse com pessoas da área e faça uma lista dos seus pontos fortes. Em seguida, dê a estes o devido destaque: não omita um curso, estágio ou projeto de que tenha participado que possa contribuir para revelar seus melhores atributos. O seu currículo é um só, mas você pode customizá-lo para valorizar, em determinado processo, aspectos que demonstrem maior compatibilidade para o que esteja sendo buscado (um curso de negociação, um estágio em que teve que lidar com situações específicas, um curso de férias etc). Mas cuidado: editar e customizar nada tem que ver com “inflar”, e muito menos “inventar”. Se você uma vez deu uma aula de inglês para ajudar uma priminha, isso não a torna “professora de inglês”. Se assistiu , algum dia, a uma palestra em uma faculdade estrangeira, não tem “formação acadêmica internacional”. Esse tipo de “edição” não cola e, mesmo que “quase cole” vai ser muito prejudicial no processo de seleção ou mais tarde. Acredite, mesmo profissionais que já gozem de um certo prestígio no mercado podem ser vitimas desse impulso (nada raro) de enfeitar o currículo. A sua história é única, transparente e tem que ser autêntica. Valorize o que ela tem de melhor. De verdade.