Post originalmente publicado no Blog da Kikacastro
Uma das coisas mais legais de ser mãe é que a gente aprende muita coisa nova, que nunca passou pela nossa cabeça. Falo isso porque, com míseras 17 semanas de gravidez, já aprendi taaaaanta coisa com essa maçãzinha que está dentro da minha barriga, que tenho certeza que aprenderei muito mais quando ele ou ela tiver 17 semanas de vida, e outras coisas incontáveis quando tiver 17 anos. E por aí vai.
E são coisas que eu nunca tinha nem ouvido falar, mesmo com irmãs e amigas que já tinham engravidado aos montes antes de mim. Que acho que só experimentando mesmo para descobrir. O post de hoje é sobre isso, e recomendo a leitura não só pelas gestantes e ex-gestantes, mas também pelos homens e mulheres que convivem com gestantes e que talvez se tornem mais pacientes com elas depois 😉
1. O BEBÊ QUE MANDA – Minha descoberta da semana é que, mesmo que os livros falem que você pode sentir o bebê a partir das 16 semanas de gravidez, é o bebê que sabe quando vai mexer mais forte, ele que manda! E você pode se roer de expectativa, porque a primeira mexida pode acontecer só lá pelas 20 semanas. Conforme-se.
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2. O BEBÊ QUE MANDA MESMO – Aliás, cada bebê é de um jeito. Esqueça os livros e os palpiteiros. Tem gente que sabe o sexo do bebê com 12 semanas, mas, no ultrassom, o meu estava sentado, de pernas cruzadas, numa postura zen e feliz, e não me deixou saber nem as chances. Tem amiga minha com o bebê “encaixado” desde as 37 semanas, e outra com o bebê quietinho, ainda sem muita vontade de sair, mesmo com 39 semanas.
3. PREOCUPAÇÃO COM A SAÚDE – Aprendi, em apenas quatro meses de gestação, que a grávida precisa se preocupar com TUDO. Antes eu achava que era só uma questão de não poder beber cerveja. Agora sei que sua imunidade vai pro brejo (pelo bem da imunidade do bebê!) e você tem que se preocupar com coisas como gengivite, diabetes gestacional, hipertensão, candidíase, gripe, manchas permanentes na pele, a volta das espinhas, infecção urinária, intoxicação alimentar, toxoplasmose, varizes, estrias, problemas de visão, tonturas, infecções em geral, gastrite, dor de coluna etc. A lista é tão grande que vivo me esquecendo algum item com que devo me preocupar. E a cada dia leio sobre um novo para agregar ao restante.
4. VIVENDO COM RESSACA – Aprendi que sou uma sortuda das grandes. Muita gente tem enjoos diários durante a gravidez, com direito a vomitar o café da manhã todos os dias. O máximo que tive foi uma “ressaquinha” ocasional nos três primeiros meses, mas sem vômito.
5. VIVENDO SEM RESSACA – Aprendi que é muito fácil parar de beber. Eu sempre fui cervejeira e cheguei a ter saudades de tomar um chopp geladinho nas duas ou três primeiras semanas, mas hoje não sinto a menor falta. Outro dia decidi tomar um copo com meu marido, num domingo de sol, mas desceu ruim e eu nem terminei de tomar. Não acho que eu vá parar pra sempre, mas talvez que uma consciência sobre o bem que isso faz ao bebê esteja me dando uma forcinha para perder o gosto por cerveja ou vinho. Espero que a mesma força domine as fumantes!
E eu bebia bastante! Foto da janela do apê onde eu morava
6. VONTADE DE USAR FRALDÃO – Aprendi que não há limites para as idas ao banheiro para fazer xixi. E que, às vezes, a gente está suuuuuper apertada e, quando chega ao banheiro, só saem três gotinhas. Chego a acordar quatro vezes por noite para fazer xixi, às vezes. Dica: se tiver uma grávida na fila do banheiro do shopping ou do restaurante, deixe ela passar na sua frente!
7. ME DEIXA DORMIR!!! – Aprendi que não há limites para o sono. Você pode dormir 10 horas por noite e ainda ter uma vontade incontrolável de deitar a cabeça no teclado depois do almoço, e já no trabalho. O problema é quando o sono bate no caminho do trabalho, dirigindo…
8. FIXAR EM UMA SÓ FONTE – Aprendi que o desencontro de informações é muuuuuito grande. Você pode ouvir coisas diametralmente opostas de duas fontes que considera confiáveis. Às vezes leio coisas opostas até na mesma fonte! Por isso, o melhor é se guiar só por uma pessoa mesmo (seu médico, de preferência) e não dar muita importância aos sabichões que pululam ao redor com dúzias de conselhos.
9. CURIOSIDADE PÚBLICA – Aprendi que as pessoas geralmente nos abordam com mil perguntas sobre a gravidez e, nesta fase em que estou, a favorita é: “Já sabe o sexo???”. “Está ansiosa pra saber o sexo??”. Geralmente não acreditam quando digo que não estou nem um pouco ansiosa com isso. E também observei que nossa barriga vira automaticamente pública, com todas as mãos alheias livres para pousar nela. E me dei conta de que eu fazia a mesma coisa com amigas grávidas (antes de ficar grávida) e decidi começar a me policiar 😉
10. GRIPE CRÔNICA – Aprendi que, pior do que adoecer, é adoecer grávida. Você não pode tomar nenhum remédio por conta própria quando está grávida, nem passar pomadinhas, nem nada (pode — e deve — tomar vacina contra a gripe). Tudo tem que ser consultado com o médico. E eu tive a infelicidade de pegar uma sinusite em plenas férias, que me deixaram prostrada por uma semana, e tive que tomar antibiótico. Também estou com um tosse de mais de um mês, mas tenho que ficar no (arg) chazinho (detesto chá!). Mas já ouvi amigas grávidas dizendo que passaram os nove meses com nariz entupido ou com tosse. Dizem que é normal (entra naquela lista…).
11. SEM O MESMO PIQUE – Aprendi que a gente se cansa muito mais facilmente. Eu sempre fui uma pessoa muito ativa. Sempre andei a pé para ir a todos os lugares, sempre subi os andares usando escadas, sempre pratiquei exercícios físicos (pelo menos caminhadas), e já fui atleta na adolescência. Mas, desde que adoeci em maio, estou praticamente sedentária. Eu até tento caminhar de vez em quando, mas não tenho o mesmo pique que tinha antes, de jeito nenhum. E olha que minha barriga ainda está pequena, meio com cara de barriga de chopp. O esforço que tenho que fazer para praticar uma atividade física — que foi algo que sempre me deu prazer — é muito maior. E o pior é que exercícios são muito recomendados para grávidas, por vários motivos, inclusive para ajudar na hora do parto. Dois fins de semana seguidos de plantão me deixaram totalmente exausta nos últimos dias, e antes eram algo corriqueiro. Durante as férias, passei perrengue pra fazer caminhadinhas leves na praia e não tinha pique para muitos programas, mesmo de lazer. E, nos fins de semana, o que eu mais quero é ficar em casa, vendo um filme. Zero ânimo de ir pra um barzinho, eu que sempre fui butequeira.
12. FILA PRIORITÁRIA E FALTA DE RESPEITO – Aprendi que as filas prioritárias nos supermercados, bancos e afins não estão lá só para enfeite. As grávidas realmente se cansam mais ao ficarem em pé por muito tempo, querem fazer xixi a toda hora, não podem carregar peso etc. São N motivos para termos prioridade, assim como pessoas com deficiência e idosos. Mas não adianta: o povo te olha torto quando você entra nessa fila, inclusive — pasme! — os caixas! A menos que você esteja com um barrigão de 40 semanas, prestes a parir, muita gente não dá a mínima para sua condição especial.
13. SEM PAPARICOS – Aprendi que essa história de grávida ser paparicada é ilusão. Bom, pelo menos comigo tem sido assim. Voltarei a esse tópico em posts futuros.
14. SAÚDE MENTAL – Aprendi que a gente também tem que se preocupar com depressão gestacional e que nosso humor flutua como nos piores dias de TPM. Tem dia em que estou me achando horrorosa, com baixa autoestima, que estou carente ou muito preocupada. Tem dia em que estou tão tranquila que até me “esqueço” que estou grávida. Às vezes me pego muito pra baixo e preciso me policiar. Não tenho conversado muito sobre a gravidez com ninguém (no começo, eu falava muito com uma amiga que também está grávida, mas parei de uns tempos pra cá, com medo de estar amolando ela demais) e acho que isso pode ser um problema. É claro que na maioria dos dias estou felizona, mas não fico o tempo todo naquele encantamento das grávidas de propaganda. Se você convive com grávidas, seja paciente e tente paparicá-las de vez em quando, tá? 😉
15. DESEJOS: VERDADE OU LENDA? – Me disseram que a história de grávida ter desejos (principalmente com comidas) é lenda. Mas também já vi muita gente desmentindo isso fervorosamente. Eu mesma já tive algumas vontades de comidas, mas nada muito “nossa, como PRECISO disso!”, nem nada muito esquisitão. Só, sei lá, “poxa, queria tanto comer lasanha hoje!” ou então: “Nossa, podíamos comprar morangos e comer com aquele creme de leite que sobrou!”. Uma coisa é certa: o apetite aumenta! E se tem uma coisa que não vou fazer durante a gravidez é regime, nem vou ficar neurando com peso. Tenho procurado me alimentar de forma saudável e tenho tentado comer alguns alimentos que dizem ser bons para grávidas.
Importante: nada do que escrevi acima é regra geral de nada, nem conselho, nem certeza. São só minhas experiências pessoais, filtradas pela minha percepção. Mas cada mulher é de um jeito! Por isso, amigas grávidas ou ex-grávidas: Comentem aí 😉 E o que aprenderam durante a gravidez? Tiveram muitos desejos? A experiência foi ou está sendo parecida com a minha? Vamos compartilhar! 😀
Matéria publicada em Brasilpost.com