Chega de fumaça no focinho
O cigarro que você acende faz mal para toda a família, inclusive para o seu amigão de todas as horas
As raças mais atingidas são as de
pequeno porte
Foto: Dreamstime
Provavelmente você nunca parou pra pensar nisso, mas o animal que convive com o cigarro dos donos é um fumante passivo. E sofre com isso, assim como todos ao redor. “Cães e gatos estão sujeitos à rinite e a outras irritações nasais, e até ao câncer”, diz o veterinário José Manoel Mouriño, da clínica Pet Place, em São Paulo.
Portanto, não custa repetir o que você já deve ter ouvido milhares de vezes: o tabaco contém dezenas de substâncias cancerígenas e milhares de outras toxinas. Quem está por perto inala cerca de 85% da fumaça venenosa (e o seu animal de estimação está sempre do seu lado, para o que der e vier, não é verdade?).
Faça o bem
Se você ainda não se convenceu de que o melhor é largar o vício de uma vez por todas, pelo menos evite soltar fumaça perto do coitadinho. Afinal, o animal não tem nada a ver com sua escolha. Procure uma janela, uma varanda ou qualquer outro lugar aberto.
Para conscientizar você do mal que a fumaça causa aos focinhos de cães e gatos, veja o resultado de alguns estudos que foram feitos no Brasil e no mundo. E aproveite para abandonar o cigarro e contribuir para manter sua saúde e a de toda a família.
Os cães sofrem…
O veterinário Marcello Roza realizou uma pesquisa para a Universidade de Brasília que mostra o efeito do cigarro nos pets. O estudo foi feito com 30 cães da raça yorkshire. Quinze deles tinham dono fumante. Resultado: todos os cães que eram fumantes passivos apresentaram problemas no sistema respiratório devido à exposição constante à nicotina e ao alcatrão. As raças mais prejudicadas pelo fumo passivo são as de pequeno porte, que ficam mais próximas do dono. “A ameaça cresce ainda mais se o cão tiver focinho curto (como os buldogues). Cães com esse tipo de nariz não filtram direito o ar. E as toxinas vão parar no pulmão, causando câncer”, diz o veterinário.
… e os gatos mais ainda
Os bichanos também sofrem bastante com o cigarro do dono. Gatos que são fumantes passivos têm o dobro de chance de apresentar linfoma felino do que aqueles que não ficam expostos à fumaça. É o que mostrou uma pesquisa realizada na Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. O linfoma felino, doença que é popularmente conhecida como aids felina, acaba com as defesas do animal. Assim, ele corre perigo de vida. O risco cresce de acordo com o tempo que o peludo fica exposto às substâncias tóxicas do cigarro. Pior do que os cães, os gatos, além de inalarem a fumaça tóxica, também ingerem as substâncias quando lambem os próprios pêlos.