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Cada alma tem uma missão específica na terra, diz Yasuhiko Genku Kimura

O monge zen-budista Yasuhiko Genku afirma que, ao olhar para dentro de nós, começaremos uma jornada de descoberta da própria alma

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 20 jan 2020, 10h01 - Publicado em 21 mar 2011, 21h00

Conquiste um força interior e comece os dias se sentindo mais feliz
Foto: Getty Images

É possível acordar de manhã cheia de energia para viver mais um dia? E se sentir bem e amada a cada instante? Para a maioria das pessoas, esse é um cenário apenas idealizado. Mas a boa notícia é que ele pode se tornar real. O monge zen-budista Yasuhiko Genku Kimura afirma que, em vez de tristeza, ansiedade ou apatia, dá, sim, para viver com mais alegria e conquistar uma força interior que traga plenitude e liberdade.

A atividade preferida do monge é ajudar as pessoas a encontrar sua verdadeira paixão, o que ele denomina de Paixão da Alma. Trata-se da essência genuína, aquilo que realmente somos. “Cada alma tem uma missão específica, que é de sua responsabilidade e não pode ser transferida a ninguém. Realizá-la é tudo o que nossa alma mais deseja. Não há felicidade maior do que descobrir a paixão e estabelecer consigo o compromisso de viver de forma coerente com essa verdade mais íntima”, diz. O monge afirma ainda que, quanto mais uma pessoa vive de acordo com seu desejo íntimo, mais alegria, energia e felicidade ela experimenta. Confira a entrevista:

Para adquirirmos consciência e nos darmos conta do que viemos fazer neste planeta, é necessário passarmos por uma crise existencial?

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A iluminação acontece quando nos descolamos de nosso ego, cuja predominância determina um modo de vida em que há mais sofrimento do que alegria. Só livres do domínio do ego vamos em direção à nossa verdadeira essência. Essa passagem é uma experiência de crise. Além disso, viver no âmbito do ego leva à insatisfação, porque tudo o que realmente queremos – amor, alegria e felicidade verdadeiras – ele não pode nos oferecer. A essa passagem chamamos “a noite escura da alma”, tempo em que estamos à procura de uma nova luz. Nessa trajetória em busca da consciência, vamos de um extremo a outro e isso nos faz morrer para o passado, abrindo espaço para o novo. A mente, que estava orientada pelo passado, vive essa experiência como uma crise profunda. Com a evolução espiritual, aprende-se a ter cada vez mais alegria.

Por que precisamos descobrir nossa verdadeira paixão?

Essa é a natureza de nossa alma. Ela deseja se expressar, se manifestar. As pessoas querem ser quem realmente são. Quando fazemos algo que não tem a ver com a nossa paixão, nos sentimos infelizes. Quando queremos ser como outra pessoa, nos limitamos. Cada pessoa é única e original. A originalidade é um dos critérios para saber se alguém é ou não iluminado, porque quando uma pessoa se ilumina, se torna ela mesma.

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Se nossa alma já nasce conhecendo a verdade sobre sua essência, por que nos distanciamos tanto disso?

No processo de crescimento, acabamos nos desconectando da fonte de nosso ser. O próprio sistema educacional não é desenhado para nutrir a paixão. As pessoas escolhem o que fazer de sua vida baseadas em um padrão social, em condições superficiais, e não no que elas realmente são. Consequentemente, não experimentam felicidade e não têm sucesso. Há ainda condições culturais e familiares que nos atrapalham. E nós mesmos nos colocamos limitações que, com o tempo, se tornam invisíveis a nossos olhos. Então, começamos a viver dentro daquilo que achamos que podemos fazer ou ser e isso restringe nossas possibilidades reais. Quando as pessoas descobrem sua verdadeira paixão, essas barreiras se tornam irrelevantes e desaparecem.

Cada alma tem uma missão específica na terra, diz Yasuhiko Genku Kimura

Yasuhiko Genku Kimura, o monge budista: “Quando você faz algo que ama, naturalmente faz melhor”
Foto: Divulgação

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Viver em desacordo com o que realmente somos significa falta de coragem?

Do futuro, pouco sabemos, e o medo é uma reação natural frente ao desconhecido. No entanto, esse sentimento é apenas uma interpretação negativa diante do novo. Quando descobrimos nossa paixão, o medo se transforma em estímulo, em um desafio atraente. Muitas vezes, aparece exatamente porque a pessoa estava muito perto de entrar em contato com sua paixão e ainda não havia percebido isso.

Muitos abrem mão de fazer o que gostam por uma profissão que lhes renda melhor remuneração. Como é possível conciliar as duas coisas?

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Quando você faz algo que ama, naturalmente faz melhor. Se a sua profissão é uma expressão da sua paixão, a tendência é que você se torne um profissional melhor do que os que apenas têm talento para desempenhar aquela função. O que faz um grande mestre é a expressão criativa de sua essência. É isso o que permite o grande florescimento de nosso talento e genialidade. Só assim seremos pessoas bem-sucedidas. E, se a profissão é uma daquelas que envolvem muito dinheiro, você pode ficar rico ao mesmo tempo.

E se não for uma dessas profissões bem remuneradas?

Alguns ofícios não produzem tanta riqueza, mas, se eles refletem o seu âmago, ter muito dinheiro perde a importância. Muitos procuram por essa recompensa exatamente porque não vivem a paixão. Mas há casos de pessoas que estão vivendo sua paixão e ganham muito dinheiro com isso. Meu conselho é: faça alguma coisa que você faria de graça e cobre por isso.

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Quando uma pessoa descobre que tem pouco tempo de vida, em geral decide fazer tudo da forma como sempre quis. Por que esperamos tanto tempo para isso?

Infelizmente, as pessoas não são capazes de se dar conta de quão precioso é cada momento. Presumimos que estaremos vivos amanhã. Poucos têm em mente que a vida é finita, e nunca consideram que hoje pode ser o último dia de sua existência. Cada minuto é único e precioso. Quando alguém descobre que tem pouco tempo pela frente, se dá conta de que a maior parte do que nos traz preocupação é coisa miúda. Pelo fato de assumirmos que nossa vida continua dia após dia, esses pequenos problemas se tornam grandes demais e acabamos nos esquecendo do quão importante é viver nossas verdadeiras paixões.

A sensação de descobrir essa paixão interior é parecida com a que temos quando nos apaixonamos por alguém?

Ah, sim, com certeza! Até porque quando você se apaixona de verdade descobre a si mesmo no outro, e entra em contato com você por meio dessa outra pessoa. Há muita paixão no amor. Mas, para se relacionar de maneira saudável com alguém, é necessário estabelecer antes uma relação plena e feliz consigo mesmo. Não tem jeito! Somente dessa maneira começamos a perceber quem somos e conquistamos a chance de amar e dividir com alguém toda a beleza e plenitude da vida. Sem amarmos a nós mesmos, corremos o sério risco de tentar suprir nossas carências internas nas relações externas, num jogo de apego .

Como podemos estar certos de que descobrimos a paixão de nossa alma? Quais são os sinais?

Quando isso acontece, sente-se uma certeza profunda e uma alegria imensa. É como se você descobrisse o sentido das coisas e soubesse, afinal, por que está nesta vida. Até que isso aconteça, há um sentimento de incerteza. Quando você descobre sua paixão, você sabe que sabe.
 

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