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Beleza natural: a empresária que fez da falta de produtos para cabelos crespos um negócio

Foi por não encontrar um produto que tratasse de seu cabelo crespo que Zica Assis passou 10 anos misturando substâncias até chegar à fórmula de sucesso. Hoje, ela é reconhecida como uma das mulheres mais influentes do país

Por Yasmin Abdalla (colaboradora)
Atualizado em 31 out 2016, 11h31 - Publicado em 3 jun 2014, 22h00
Yasmin Abdalla
Yasmin Abdalla (/)
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Heloísa Helena Assis, 53 anos, mais conhecida como Zica, não se conformava com as opções de beleza que seu cabelo black power tinha. Nascida no Rio de Janeiro, em uma família muito pobre, passou a adolescência experimentando alisantes, fazendo o possível com o que o dinheiro permitia. Aos 21 anos, decidiu que não queria mais isso.

Trabalhando como empregada doméstica, começou a fazer um curso de cabeleireira na paróquia da comunidade que morava. Ela queria entender melhor o seu tipo de fio e conhecer as opções de tratamento. Para sua surpresa, não encontrou nada. “Na época, não tinha nenhum produto que era especializado no cuidado de cabelos crespos e cacheados, você podia cortar, deixar black power ou alisar. Mas eu queria meu cabelo com balanço, com volume controlado. Queria preservar sua originalidade”, conta.

Foi aí que Zica percebeu a falha do mercado e decidiu ela mesma tentar resolver seu problema. Com uma colher de pau e uma bacia, começou a misturar algumas substâncias para tentar achar um produto que fosse eficiente. Hoje, ela é dona do próprio negócio, a marca Beleza Natural, especializada no tratamento de cabelos crespos, que a fez ser reconhecida como umas das 10 mulheres mais influentes do país pela Forbes no ano passado e a ganhadora do Prêmio Claudia em 2012 na categoria Negócios.

O caminho para o sucesso

Até chegar à fórmula perfeita, foram 10 anos de tentativas. Além do próprio cabelo, Zica usava o irmão, Rogério Assis, como cobaia. “Muitas coisas aconteceram. Meu cabelo caiu muito, até porque eu não era esperta de passar só na ponta, já queria passar no cabelo inteiro. O que teve de gente me chamando de maluca, dizendo que eu estava sonhando alto demais. Mas eu não ligava, queria fazer aquilo por mim”, diz.

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“Um dia, uma prima minha falou que meu cabelo estava bonito e me perguntou o que eu tinha passado, porque ela também queria. Nunca tinha recebido um elogio pelo meu cabelo. Na mesma hora, percebi que tinha descoberto alguma coisa.”

Com ajuda de uma antiga patroa, a cabeleireira conseguiu registrar e patentear o produto, o que permitiu que ela pudesse usá-lo na cabeça de outras pessoas. Na época, com três filhos, conseguiu convencer o marido, Jair, a vender o Fusca que ele utilizava como táxi, uma forma de complemento à renda da família. Dia 27 de junho de 1993, eles abriam na Tijuca o embrião da rede de salões Beleza Natural. Para ajudar no negócio, Zica convidou Rogério, seu antigo cobaia, que trouxe à empresa Leila Velez, uma amiga com quem trabalhava no Mc”Donalds. O produto fez sucesso e a fila foi crescendo. Em menos de um ano, os sócios abriram uma filial.

Beleza Natural se torna profissional

Foi Leila que trouxe uma visão mais estratégica à empresa. Ela instaurou, por exemplo, uma linha de produção nos salões, em que a fórmula de Zica, batizada de Super Relaxante, é aplicada em etapas. Hoje, é a presidente do Beleza Natural, ao lado de Rogério, vice-presidente.

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A empresa, que abriu com um investimento de 4.200 reais, hoje chega a atender 100 mil mulheres por mês e conta com 20 lojas, 2.500 colaboradores e uma fábrica responsável por 50 produtos – entre eles, 270 toneladas por mês são só do Super Relaxante. A ideia agora é investir ainda mais e abrir 120 lojas nos próximos 5 anos.

O treinamento também é uma parte essencial da administração da empresa para Zica. “Por mais que eu tenha uma fórmula que é secreta, eu tento passar todo conhecimento prático que tenho para as pessoas. É preciso que todo empreendedor passe seu conhecimento para sua equipe, se não ele vai morrer sozinho”, diz.

Além de ser embaixadora da marca, Zica se dedica à parte mais prática na luta pelo direito de escolha do cabelo crespo e ondulado. “A pessoa é livre para escolher o que ela ela quer. Hoje tem Beleza Natural para cuidar do cabelo crespo, mas se a mulher não quiser, eu respeito. A pessoa tem que fazer no cabelo o que a faz feliz.”

Pensar no outro foi, na verdade, a grande sacada de Zica. “Eu poderia ter descoberto o produto e ter usado só em mim, mas eu queria multiplicar aquilo”, conta. Seu maior sonho? “Se eu pudesse, trataria de todos os cabelos cacheados e crespos do mundo. Quero mostrar para todos como esse tipo de cabelo é bonito.”

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