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As 7 fases da separação

Por Mônica Martelli (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 05h11 - Publicado em 28 dez 2015, 07h00
Getty Images
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Aos poucos, fui entendendo que o amor vem junto com a dor. E uma mulher calejada de tanto amargar tem medo de se apaixonar outra vez. Eu sempre me joguei de cabeça, sem freios, nas relações que vivi. A capacidade que tenho de me apaixonar é surpreendente. Sou apaixonada por estar apaixonada. Foram tantas vezes que já padeci muito – e fui me aperfeiçoando nesse sofrimento.

Constatei que a separação se divide em vários estágios. O primeiro é o luto. Não tente fugir, é necessário vivê-lo! Sempre tem alguém bem-intencionado, mas sem noção, que diz: “Vambora! Levanta essa cabeça, vamos pra rua nos divertir! Não vá ficar em casa sofrendo, não”. Vai, sim! Seja lá pra onde for, ficará mais deprimida ainda. Costumo colocar uma música bem triste, que me leva logo às lágrimas. Me atiro no chão e fico ali deitada, com a música rolando. Choro, choro muito, de soluçar. Sempre a mesma canção, que vai e volta, porque, se deu certo com ela, não vale a pena trocar. Chega uma hora que você cansa, sente fome e quer ir pra cama (porque não dá pra dormir no chão depois de certa idade). E já está se sentindo mais leve.

Quando passa o tempo de lamentar, você parte para a fase do ódio. Precisa falar mal do ex. Nesse ponto, a melhor coisa a fazer é escolher cinco pessoas de sua confiança, disponíveis para atender suas ligações várias vezes ao dia. A amiga ou o amigo, do outro lado da linha, não precisa dizer nada, só ouvir, enquanto você fala da mágoa, coloca pra fora, planeja uma vingança, arma uma surra (que é o que ele merece)… Dessa forma, se esvazia esse sentimento de raiva e, sem nem perceber, elabora sobre o que está acontecendo.

Depois da raiva, você vira uma stalker. É uma espécie de detetive, que passa o dia atrás da criatura na internet, nas redes sociais, prestando atenção em quem ele curte, quem dá like nos posts dele, quem ele cutuca, quais amigas adicionou após a separação. E, quando cisma com alguém, uma suspeita, você torce para ela ser uma cafona, daquelas que só postam frases de auto-ajuda ou fotos de bichinhos. E é claro que anseia mais do que nunca que seja feia. Daí você se toca de que está gastando horas investigando a vida do outro e de que essa falsa sensação de controle pode virar um vício. E é aí que começa a fase do “só por hoje” – só por hoje não vou bisbilhotar os perfis dele.

Na etapa da aceitação, você se conforma que acabou, assume que os dois erraram, que havia expectativas impossíveis de corresponder. Vem o perdão. Seja lá o que for que o outro fez, você tem que relevar. A remissão nos liberta para continuarmos a nossa caminhada. A gente perdoa não pela outra pessoa, mas por nós mesmas.

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Enfim, livre para amar novamente, chega a vez do medo de não conseguir mais. Parece que todo mundo fica desinteressante. A libido vai quase a zero, e você não acredita mais no amor, nem sente tesão. E conclui, sábia: “A vida já me deu todas as chances de amar. Vai ver as minhas acabaram! Tudo bem, afinal de contas perdi a virgindade com 15 anos e, se tenho agora 45, transei durante 30 anos. Já está bom”.

Mas basta aparecer alguém para despertar novamente a paixão, sentimento que permanece alerta dentro de cada pessoa. Assim como tudo na vida, um amor é marcado por ciclos: tem início, meio e fim. E todo começo se pauta por um só desejo: que seja pra sempre.     

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