Aprenda a lidar com o pequenos roubos infantis
Descobrir que o filho trouxe o brinquedo do amigo escondido na mochila costuma deixar muitos pais aflitos. Saiba o que fazer
Ser descoberto, obrigado a pedir desculpas e a entregar aquilo de que se apossou é uma punição e tanto
Foto: Getty Images
“Onde foi que eu errei?, perguntam-se os pais, sem saber como agir quando a criança aparece com algo que não é seu. É natural que nos preocupemos quando nossos filhos transgridem um dos princípios morais básicos – não roubar. Mas o desenvolvimento do comportamento ético é lento e casos como esses são comuns. Muitas vezes o desejo de possuir algo torna-se maior do que o autocontrole. Roubar pode ser também uma forma de se exibir para os amigos ou de simplesmente se arriscar: “Vou ver o que acontece se eu…”
Até os 6 anos a criança que pega um brinquedo do amigo não tem noção do que lhe pertence ou não, pois desconhece o conceito de propriedade. Nessa fase, não é recomendável dar lições de moral. Diga-lhe que o objeto é da amiga e que terá de ser devolvido, porque a menina vai querer brincar com ele. Dos 6 aos 8 anos – período em que os episódios de furto ocorrem com mais freqüência – ela já entende que está fazendo algo errado, mas, quando descoberta, nega.
Valores explícitos
Nesses casos, os pais devem manter a calma e procurar resolver o problema de maneira objetiva. Não se desespere achando que seu filho vai se tornar um fora-da-lei. Bater, humilhar ou ameaçar são medidas drásticas, que tendem a piorar a situação. É melhor falar sobre os valores da família explicar que roubar é inaceitável e orientá-lo a devolver ao dono o que pegou com um pedido de desculpas.
Pedindo desculpas
Se ele trouxe algo de uma loja, por exemplo, acompanhe-o até lá e diga ao vendedor que a criança levou aquilo sem pagar e o está devolvendo. Na escola, a própria professora pode entregar o objeto ao proprietário para evitar que seu filho fique estigmatizado na classe. O importante é ele compreender que comportamentos como esse não serão permitidos. Ser descoberto, obrigado a pedir desculpas e a entregar aquilo de que se apossou é uma punição e tanto. Mas os pais devem procurar ajuda profissional se ele insistir na prática.
Jamais seja complacente recusando-se, diante de evidências, a acreditar que seu filho roubou. Não culpe a escola ou as más companhias nem trate o acontecimento com descaso. Não proponha acordos do tipo podemos esquecer o que houve se você prometer nunca mais fazer isso. Essas soluções não funcionam. É fundamental a criança saber que seus pais desaprovam essa conduta e que ela sempre será responsabilizada por seus atos.