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Aluna de 14 anos sofre ataque racista de colegas de sala no Rio de Janeiro

As mensagens trocadas no grupo da sala chamam a menina de escrava e se enquadram no crime de racismo. A família tomou providências legais

Por Da Redação
Atualizado em 20 Maio 2020, 18h00 - Publicado em 20 Maio 2020, 18h00

“Dou dois índios por um africano”. “Um negro vale uma bala”.

Foram frases racistas como estas que a aluna Ndeye Fatou Ndiaye, de 14 anos, leu em uma conversa entre seus colegas de classe por um aplicativo de celular. Em seguida, os ataques foram diretos a ela, dizendo que a garota fede a chorume, e se referindo a ela como escravo: “Escravo não pode, não é gente”.

Indignada, a jovem iniciou os procedimentos legais para processar os garotos e também expôs as mensagens nas redes sociais, onde viralizaram. “O meu colégio é um colégio de excelência. É um dos melhores do Rio de Janeiro. Mesmo com pessoas que tem todos os acessos à educação e à informação, continua se propagando coisas extremamente racistas. Então, é uma forma de mostrar que o racismo está em todos os lugares e que a gente vai combater não só judicialmente, mas com conhecimento e educação”, disse a menina em entrevista ao jornal RJ1.

(Reprodução/Reprodução)
Prints da conversa (Reprodução/Reprodução)

Estudante do colégio particular Franco-Brasileiro, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, a garota disse que, após os ataques, recebeu mensagens de seus professores de História. “Eles acham que fracassaram, mas não fracassaram porque é um pequeno grupo de aluno. A gente tá em 2020. São diálogos que não deveriam estar acontecendo. Foi uma coisa que me deixou bastante indignada e triste pelos meus professores”, completou a garota.

“Eu não conheço nenhum negro brasileiro que não tenha sofrido racismo”, afirmou ainda Mamour Sop Ndaiye, o pai de Fatou, que é senegalês.

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O ato dos alunos se enquadra no crime de racismo, que é inafiançável e imprescritível. A injúria racial, prevista no Código Penal, estabelece pena de reclusão de um a três anos e multa para quem cometê-la.

Nas redes sociais, a menina ganhou o apoio de artistas como Iza e Taís Araújo.

“Como você é maravilhosa. Nunca deixe que nenhuma pessoa, por mais idiota e baixa que ela seja, diminua sua força e seu brilho. Você é maior que tudo isso. Somos! É perfeita da cabeça aos pés, por dentro e por fora. E ninguém é bom o suficiente para te dizer o contrário. BRILHA! E agora você tem uma aliada. Estou te seguindo e tô aqui para o que precisar. Ah! Aposto que eles estão morrendo de vergonha agora. Eu quero ver quem falou de você botar a cara aqui. Estou esperando!”, escreveu a cantora Iza num comentário.

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“É meu dever enquanto mulher negra, mãe de uma menina negra e cidadã que trabalha pra que o mundo sejam bom pra todos”, escreveu Taís Araújo após o agradecimento de Fatou pelo apoio.

Mensagem trocada entre Taís Araújo e a jovem Fatou (Reprodução/Reprodução)

Luciano Moraes, o coordenador do Colégio Franco-Brasileiro gravou um vídeo com um posicionamento da instituição. Nele, dava a seguinte mensagem:

“O Colégio Franco-Brasileiro repudia qualquer tipo de atitude racista ou discriminatória. Nos 105 anos de história da nossa instituição, preservamos vários valores que são caros para nós. Entre eles, o da igualdade racial. Assim que soubemos do conteúdo de uma conversa de algumas pessoas no âmbito privado que inclui alunos do Franco-Brasileiro, nós imediatamente agimos. Enviamos um ofício para o Conselho Tutelar, que é o órgão competente para fazer a averiguação, e cobrar explicações de cada um dos envolvidos. Queremos expressar a nossa solidariedade às pessoas que foram atingidas”.

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