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A realeza sueca tem DNA brasileiro: conheça a Rainha Silvia da Suécia

Nascida na Alemanha e filha de brasileira, a rainha consorte do país escandinavo passou a primeira infância em São Paulo.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 16 jan 2020, 09h32 - Publicado em 4 set 2018, 07h30
STOCKHOLM, SWEDEN - DECEMBER 10: Queen Silvia of Sweden attends the Nobel Prize Banquet 2017 at City Hall on December 10, 2017 in Stockholm, Sweden. (Photo by Pascal Le Segretain/Getty Images) (Pascal Le Segretain/Getty Images)
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Quando se fala em família real, a primeira que vem às nossas mentes é a britânica, graças ao dom que Rainha Elizabeth II e seu clã têm para transformar suas meras presenças em grandes acontecimentos – e claro que a entrada de Kate Middleton e Meghan Markle nessa história contribuiu muito para eles voltarem a ser pop nos últimos anos.

Mas há muitas outras realezas pelo mundo, e a sueca merece nossa atenção especial por ter uma rainha consorte que é metade brasileira: Silvia da Suécia.

Vem conhecer a história desta soberana que morou em São Paulo dos 4 aos 14 anos e deixa marcas na história do país escandinavo desde quando começou a namorar o Rei Carl XVI Gustaf da Suécia.

Rainha Silvia e Rei Carl XVI Gustaf da Suécia
Rainha Silvia e Rei Carl XVI Gustaf da Suécia em junho deste ano (Michael Campanella/Getty Images)

Metade brasileira, metade alemã

Silvia Renate Sommerlath nasceu em 23 de dezembro de 1943 na pequena cidade de Heidelberg, na Alemanha. Sua mãe, Alice, era de São Manuel, no interior de São Paulo, e se estabeleceu no país europeu ao se casar com o alemão Walther Sommerlath.

Caçula de uma família em que já havia três meninos (Ralf, Walther Ludwig e Hans Jörg), Silvia mudou-se para São Paulo com os pais e os irmãos aos 4 anos de idade, quando seu pai veio trabalhar no Brasil. Claro que o fato de Alice ser brasileira e ter parentes por aqui pesou muito na transferência dos Sommerlath.

Por dez anos, ela estudou no tradicional colégio alemão Visconde de Porto Seguro, na capital do estado. E então eles voltaram para a Alemanha.

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Silvia concluiu o Ensino Médio em Düsseldorf e foi para Munique fazer faculdade. Formou-se em 1969 no equivalente ao nosso curso de Letras, com especialização em língua espanhola. E foi por causa de sua escolha profissional que ela virou rainha da Suécia.

Olimpíadas de Munique – 1972

Depois de uma breve carreira de comissária de bordo, Silvia conseguiu uma vaga de intérprete da comitiva argentina nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972. E quem foi assistir  aos Jogos? Quem? Sim, ele mesmo: o então príncipe herdeiro da Suécia, Carl Gustaf.

Eles se conheceram em um evento olímpico e, como o Rei fala até hoje, foi “click” à primeira conversa. Começaram a namorar, mesmo cada um morando em um país (se bem que Alemanha e Suécia não são tão distantes assim, né?).

Em 1973, o Rei Gustaf VI Adolf morreu e Carl assumiu o trono, ganhando o título de Rei Carl XVI Gustaf da Suécia. Silvia passou a ser a namorada do Rei.

Em março de 1976, o casal anunciou o noivado. Três meses depois, no dia 19 de junho, realizou-se o casamento. Foi a primeira vez, desde 1797, que um rei sueco em pleno exercício de suas funções se casou.

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Casamento Rei Carl XVI Gustaf e Rainha Silvia da Suécia
A foto oficial do casamento de Carl e Silvia (Reprodução/Reprodução)

Rainha Silvia, a Dancing Queen

Àquelas alturas, a Suécia já caía de amores por Silvia. Inteligente, finíssima, independente – ela continuou trabalhando em empregos civis enquanto namorava Carl, mesmo ele sendo rei –, bonita… A mulher perfeita para ser a rainha consorte do país.

A paixão era tão grande que o ABBA, grupo musical mais importante da história da Suécia, decidiu guardar a estreia de “Dancing Queen”, seu maior hit, para Silvia. A primeira apresentação da música foi na noite de 18 de junho de 1976, em uma festa pré-casamento de Gustaf e Silvia na Royal Swedish Opera.

Você pode ver este grande momento da música mundial neste vídeo; Silvia e Carl aparecem nos dez segundos finais, ela com um sorriso de orelha a orelha, ele expressando mais felicidade que a média dos reis europeus da época. Atrás deles estão os pais de Silvia, nossa Alice brasileira e Walther:

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Em 1993, em homenagem ao 50º aniversário de Silvia, Anni-Frid Lyngstad (a morena/ruiva do ABBA) cantou a música novamente para a rainha:

Revolução nas tradições reais

Pouco depois de Silvia e Carl completarem um ano de casados, em 14 de julho de 1977 nasceu Victoria, a primeira filha do casal. Em 13 de maio de 1979 veio ao mundo Carl Philip e em 10 de junho de 1982, Madeleine.

Pelas regras vigentes naquela época, Carl Philip nasceu como primeiro na linha de sucessão ao trono sueco. Apesar de Victoria ser a mais velha, os filhos homens tinham o privilégio de furar a fila.

Só que Silvia não achava isso justo e, após expor seu ponto ao marido, a Coroa Sueca decidiu mudar a lei. Em 1º de janeiro de 1980 foi anunciada a aprovação do Ato Sueco de Sucessão, uma reforma constitucional que define que a primeira posição na linha de sucessão ao trono da Suécia é de quem nascer primeiro, seja homem ou mulher.

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Victoria, Princesa Herdeira e futura Rainha da Suécia
Victoria, Princesa Herdeira e futura Rainha da Suécia graças Ato Sueco de Sucessão idealizado pela Rainha Silvia (Michael Campanella/Getty Images)

A Suécia foi a primeira monarquia a adotar este sistema. Para você ter uma ideia, o Reino Unido só oficializou algo semelhante em 2013.

E, assim, a princesa Victoria tornou-se a primeira Princesa Herdeira da Suécia. A revolução na monarquia tem uma pitadinha de Brasil.

Atuação em causas de saúde

Silvia aproveita sua posição de rainha consorte para atuar em causas ligadas à saúde na Suécia e no mundo. Desde 1994, trabalha com a Organização Mundial da Saúde na mentoria de ações internacionais.

Foi também a cofundadora da World Childhood Foundation, em 1999, e esteve envolvida com a criação do Global Child Forum, em 2009.

Mas sua maior ligação é com o tratamento da demência na terceira idade. Em 1996, fundou a Silviahemmet, uma iniciativa de educação de profissionais da saúde para lidar com pessoas que sofrem de demência e também de investimento em estudos e pesquisas sobre o assunto.

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