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A mãe deve acordar o bebê durante a noite para amamentá-lo?

Especialistas falam sobre a polêmica em torno da amamentação noturna.

Por Patrícia Gattone (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 08h06 - Publicado em 27 jan 2015, 06h25
ThinkStock / Getty Images
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Acordar ou não o bebê? Nossos especialistas fazem suas colocações a respeito desse tema polêmico

Sim

As mamadas noturnas trazem ganhos inques-tionáveis para a mãe e o bebê. É na madrugada que ocorre a maior produção de leite materno, especialmente quando as mamas são estimuladas. Esse processo faz com que as mulheres tenham a quantia necessária de leite para alimentar o bebê no dia seguinte. Quando a mãe decide não amamentar à noite, há sérios riscos de redução gradual do leite. Este que, especialmente durante a madrugada, é muito rico em melatonina – hormônio do sono que não é produzido pelo bebê no início da sua vida e que vai ajudá-lo a estabelecer um ritmo de sono, distinguir o dia da noite e dormir longos períodos à noite. Pesquisas mostram também que os níveis de prolactina – responsável por estimular a produção de leite – ficam elevados durante a madrugada, principalmente sob o estímulo. Isso explica a máxima “quanto mais a criança mama, mais leite no peito”. A prolactina também ajuda a mãe a relaxar e descansar bem, mesmo amamentando durante a noite. Outro hormônio essencial nessa fase é a ocitocina, responsável pela contração das células musculares localizadas na mama, possibilitando que o leite flua antes mesmo que o bebê sugue. E quanto à rotina, nos primeiros meses é importante respeitar a livre demanda do bebê, sem rigidez de horários. A criança vai acordar, em média, a cada três horas; se isso não ocorrer, a própria mãe deve atuar. O importante é que as mamadas ocorram, pelo menos, de 8 a 12 vezes durante as 24 horas do dia.

Jane Santos, médica sanitarista e chefe do escritório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em Recife

Não

Nos primeiros três meses, o bebê tem um ciclo de sono muito variado porque não consegue diferenciar o dia da noite. E a pausa máxima que eles mesmos dão – entre uma dormida e a hora de mamar – é de três a quatro horas. Nesse momento, criar uma rotina para a criança vai ajudá-la a organizar os horários para os próximos meses. A partir desse período inicial, o bebê vai concentrando o sono à noite. Se o seu filho está com ganho de peso normal, mamando bem – no peito e/ou na mamadeira -, sem ter problema algum, não há razão para determinar horários e acordá-lo para mamar durante o período da noite. O próprio bebê vai despertar quando for necessário. Além disso, os pais devem evitar dar a mamadeira para a criança dormir, principalmente depois dos nove meses. Isso porque nessa idade ela já tem dentes e, consequentemente, maior probabilidade de ter cárie, uma vez que vai dormir com o leitinho na boca. Sem contar que vira um ciclo vicioso, ou seja, o bebê vai acordar durante a noite e chamar a atenção dos pais só para ganhar a mamadeira e poder dormir. E aí você acaba centralizando a comida à noite, quando na verdade o horário de comer é durante o dia. E outra: se o bebê não mamou à noite, ele com certeza vai ter mais fome durante o dia. No caso dos filhos que já foram acostumados a acordar de madrugada para serem amamentados, o melhor para acertar essa situação é reduzir uma mamada por noite, até que o pequeno não acorde mais nesse período.

Gustavo Moreira, pediatra e pesquisador do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

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