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A importância da meditação para evoluir no trabalho

Colunista Cynthia de Almeida explica como meditar também ajuda na carreira

Por Cynthia de Almeida
Atualizado em 31 out 2016, 11h31 - Publicado em 3 ago 2015, 11h51
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“A voz dentro da minha cabeça é idiota.” Embora muitas de nós (eu, por exemplo) pudessem assinar embaixo dessa frase, ela é de autoria do jornalista americano Dan Harris. Depois de sofrer um burn out, uma constrangedora pane ao vivo que o levou a fazer uma locução sem sentido para uma audiência de 5 milhões de pessoas, o âncora saiu em busca de ajuda para resgatar seu equilíbrio. Foi então que percebeu quão difícil é, em um ambiente competitivo, acalmar a mente, sempre conduzida pela tal voz interior. Veja bem: ele não se refere a alucinações ou a “ouvir vozes”, mas ao nosso conhecido narrador interno que, deixado à vontade, é capaz de nos manipular sem sossego – “Mandando abrir a geladeira quando não temos fome ou olhar no celular quando estamos conversando com outra pessoa”, descreve Harris. Nós, mulheres, sabemos quanto essa voz é ativa em nossas triplas jornadas.

Como bom jornalista, Harris apurou como funciona o controle da mente. A descoberta da meditação e do impacto dela em sua carreira, do ponto de vista de um cético que se define ambicioso, workaholic e assumidamente preconceituoso sobre o assunto, é o tema do seu recém-lançado livro: 10% Mais Feliz – Como Aprendi a Silenciar a Mente, Reduzi o Estresse e Econtrei o Caminho para a Felicidade – Uma História Real (Sextante).

Para começar, o americano analisa o próprio preconceito e o do mundo corporativo. “A meditação tem um sério problema de marketing”, escreve. “Em grande parte porque seus principais expoentes falam como se estivessem o tempo todo acompanhados por uma flauta.” Por achar que o ambiente empresarial não combina com o zen, como se a adrenalina fosse o único combustível da vida nas corporações, perdem-se os benefícios de um poderoso exercício para o cérebro evoluir, trabalhar e produzir melhor. Segundo o conceito da neuroplasticidade, é possível esculpi-lo com a meditação, assim como tonificamos os músculos do corpo com exercícios físicos.

Harris falou com cientistas, estudiosos e mestres. Entrevistou Deepak Chopra e o Dalai Lama. Mergulhou em um retiro durante o qual seu narrador interno passou nove dos dez dias gritando desesperado até se render ao estado aguçado de percepção que o americano passou a cultivar na vida pessoal e na profissional. “É incrível como tudo o que vivemos passa pela mente e como dedicamos pouquíssimo tempo pensando em como ela funciona.” Ele compreendeu que observá-la não significava resolver magicamente os problemas, mas perceber como surgem e lidar melhor com eles.

Outro golpe em suas crenças foi entender que o planejamento, sempre considerado uma receita de eficiência, poderia se transformar em um excesso contraproducente de maquinação mental. Mais: o ato de fazer pausas não é uma distração, mas uma maneira de se concentrar. Harris credita à sua jornada o fato de ter se tornado menos explosivo e mais fácil de conviver. E isso o tornou, como diz o título do livro, 10% mais feliz. Não é pouca coisa. 

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