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9 atividades para incrementar a convivência com os filhos

Com a vida cada dia mais corrida, muitos pais se queixam da falta de tempo para estar com os filhos. Um time de especialistas ajuda a equilibrar as expectativas e sugere diversas atividades para incrementar a convivência familiar.

Por Ana Braga (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 23h27 - Publicado em 17 mar 2015, 09h34

A famosa frase “qualidade vale mais que quantidade” é usada em diversas situações em que a falta de tempo parece ter se transformado em uma epidemia. É dita para justificar as espaçadas idas à academia, os poucos momentos a dois do casal e até a baixa frequência no encontro de amigos e parentes. Mas o uso mais comum tem sido como desculpa pelo pouco tempo que os pais estão dispensando aos filhos. Só que, nesse caso, ela pode ser uma desculpa esfarrapada. Pelo menos é o que afirmam os especialistas.

“O que mais me preocupa nesse discurso é o entendimento do que é tempo de qualidade. As pessoas tendem a achar que tempo de qualidade é tempo lúdico, quando, na verdade, o extraordinário da relação entre pais e filhos se dá no ordinário do dia a dia”, diz a psicóloga infantil Rita Calegari, do Hospital São Camilo, de São Paulo. O que ela quer dizer é que, para educar, passar valores e impor limites, é preciso mais do que levar ao cinema, ao parque ou a qualquer outro programa que envolva apenas diversão. É preciso construir pequenos e sucessivos rituais de conexão com os filhos, conversar, conviver. E isso significa desde tomar banho junto, jantar junto, colocar para dormir e ajudar a estudar até dividir o mesmo espaço sem necessariamente estar interagindo o tempo todo. “Tem crianças que acham que os pais são recreacionistas. Se a mamãe nunca está em casa, mas quando está passa o tempo todo brincando com o filho e não faz mais nada, que valor vai passar para a criança?”, questiona ela. “Inclusive, por causa dessa ideia errada, a gente deve desencorajar os pais a acharem que qualidade é mais importante do que quantidade.” O sociólogo e escritor argentino Sergio Sinay, especialista em vínculos humanos, vai mais além. Para ele, tão ou mais grave que estar ausente é suprir a ausência com bens materiais. Em seu livro Sociedade dos Filhos Órfãos (Ed. Best Seller), ele afirma que a expressão “tempo de qualidade” nada mais é do que um álibi que os pais usam para aliviar sua consciência por serem negligentes. “Os pais dizem que trabalham demais para que não falte nada a seus filhos e, com isso, em um cruel paradoxo, terminam fazendo com que lhes falte o essencial: sua presença, sua atenção, seu acompanhamento, seu olhar, seu registro. Ao levar a ausências, distrações, negligências de consequências dolorosas, não importa mais se o trabalho tem uma finalidade. Na verdade, o trabalho se transformou em um fim de si mesmo. Um fim que, do ponto de vista dos filhos, é devastador”, escreve ele. “A qualidade, em qualquer nível da vida, costuma ser o resultado de um processo, de um trabalho, de um compromisso, de uma evolução e de um aprendizado. A qualidade não nasce, ela se cria. E, em todos os processos, requer tempo. Caso contrário, produz apenas uma confusão entre aparência e substância.”

A educadora Rosely Sayão não é tão categórica ao rechaçar o termo. Para ela, o tempo de qualidade é válido se ele realmente for de qualidade: “15 minutos de convivência com o filho são muito mais importantes – tanto para a educação quanto para o afeto – do que meio dia sem o foco estar dirigido ao relacionamento deles. O problema, hoje, é que nem esses 15 minutos têm recebido a atenção necessária”. Isso porque, segundo ela, muitos pais abriram mão de colocar limites e de serem firmes com regras estabelecidas para os filhos porque acreditam que isso prejudica a “qualidade” do pouco tempo que têm juntos. “Ao contrário! Já que os pais têm pouco tempo, precisam aproveitá-lo para dirigir o processo educativo dos filhos. Não é se passando por bonzinho que se constrói um tempo dequalidade com o filho”, diz ela. “Ter um filho custa horas de sono e muitas preocupações; custa mudanças de vida temporárias; custa renúncias; custa a necessidade de disponibilidade pessoal constante; custa abdicar de sonhos e projetos; custa paciência quando ela já se foi; custa perseverança mesmo quando cansados, e muito mais.” Isto é tempo de qualidade

1. Um bom papo

Dedique um tempo para conversar com seu filho. Conte sobre o seu dia, pergunte como foi o dele, fale sobre o que vão fazer no fim de semana, sobre algo interessante que você aprendeu ou viu no dia, algum programa da televisão. Conte sempre histórias da sua infância, dos avós, da família etc. Não se esqueça também de escutar a criança e perguntar para ela “por que” e “como” quando ela contar suas histórias, mostrando que você se interessa pelo que ela tem a dizer. Encoraje-a a falar sobre o que ela aprendeu, sobre o que gosta e como se sente sobre as situações.

2. Ler estórias

Leia para e com o seu filho. Procure livros apropriados para a idade dele e deixe também que ele conte a história para você, mesmo que ainda não saiba ler – ele pode descrever o que vê nos desenhos usando a imaginação. Depois da leitura, vale conversar com a criança sobre o que ela sentiu e o que entendeu. Não é necessário ser algo didático e pesado, mas o ideal seria que esses momentos tivessem regularidade – por exemplo, marcar um ou dois dias da semana para ser o “dia da leitura”. Pode ser antes de dormir ou no horário que vocês tiverem para estar juntos, não importa.

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3. Ficar perto

Fiquem lado a lado para assistir à TV ou a algum filme. Ou sente para ler um livro perto da criança enquanto ela estiver brincando. Dividam o mesmo espaço sem necessariamente ter que fazer alguma atividade juntos. Essa convivência de rotina é muito importante para a criança e para o ambiente familiar.

4. Momentos à mesa

Se a hora do jantar ou do café da manhã é a única em que a família consegue estar reunida, aproveite para torná-la especial e, de fato, estar junto com o filho. É um bom momento para conversar sobre o dia de cada um, por exemplo.

5. Título falso

Deixe o celular e o tablet de lado e desligue a televisão. Faça perguntas. Cada filho deve ter o seu tempo de falar sem ser interrompido. Mas é importante que a conversa durante as refeições seja tranquila – nada de temas polêmicos ou brigas familiares.

6. Passear por aí

Os programas de rotina são importantes, mas isso não significa que os momentos divertidos em família devem ser esquecidos. Planeje passeios ao zoológico e a museus, piqueniques no parque, visitas à livraria, ao teatro e a outros lugares de que seu filho goste. Deixe que a criança participe desse planejamento, para que se sinta parte do programa; sugira lugares, mas sem que isso seja uma imposição.

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7. Jogos e atividades

Também vale, como parte dos momentos divertidos, brincar com a criança em casa, com jogos e atividades de que ela gosta. Pode ser montar quebra-cabeças, desenhar ou até jogar videogame – é, os gadgets não precisam ficar de fora, desde que o uso seja razoável. Procure jogos adequados à idade do seu filho e brinque junto. Ensine as brincadeiras de que você gostava quando era pequeno.

8. Projetos especiais

Invente atividades que você e seu filho possam fazer juntos, do começo ao fim. Pode ser construir uma casinha de bonecas ou um carrinho de madeira, fazer uma pipa ou até pintar o quarto da criança. Na hora de planejar, não se esqueça de levar em conta o que a criança gosta de fazer, além de sua idade e suas habilidades. É importante que seja algo que vocês concluam, mesmo que demore vários dias. Abandonar tarefas no meio não é um bom exemplo.

9. Noite da família

Pode ser uma vez por semana ou uma vez por mês, não importa. O que vale é ser uma noite especial em que a família viva junta uma experiência diferente. A atividade varia de acordo com o interesse de todos, como ir ao cinema, jogar boliche ou cartas, ou até mesmo fazer programas ao ar livre, como acampar e pedalar. A ideia é que seja um momento prazeroso para todos.

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