7 receitas para fazer um piquenique de Dia dos Namorados
Marina Sciotti e Alexandre Diniz, do paulistano Quincho, comemoram a data romântica e colhem os frutos de mais de uma década de apoio mútuo
Há quem defenda que o segredo para um casamento feliz seja nunca misturar amor e trabalho. A chef Marina Sciotti, 33 anos, discorda. Ela e o marido, o empresário Alexandre Diniz, 34, são sócios no Quincho, restaurante vegetariano em São Paulo, e a sintonia entre os dois dá gosto de ver.
“Todo mundo diz que o ideal é separar as coisas, mas não consigo fazer essa distinção. O lado profissional está totalmente conectado com nossa vida pessoal. Então, naturalmente, acabamos misturando um pouco. Às vezes acordo o Alê às 6 horas da manhã já perguntando algo sobre o restaurante – e ele odeia isso”, diverte-se a chef.
Apesar do horário incômodo, a importância atribuída à opinião do parceiro é sinal de confiança. Afinal, foi o apoio dele que deu a Marina coragem para arriscar uma guinada na carreira. Assim, ela deixou o universo da moda, no qual trabalhou durante anos como figurinista, maquiadora, produtora e consultora de imagem, para mergulhar na empreitada gastronômica.
“O Alê está envolvido em todas as decisões que tomo. Sempre me incentivou a expandir meu potencial e me encontrar profissionalmente. Acreditava mais em mim do que eu mesma”, conta a paulistana.
Juntos, criaram a proposta do Quincho, erguido em uma casa aconchegante na Vila Madalena, bairro boêmio da capital paulista. Com um cardápio rico, queriam desmitificar a cozinha vegetariana e estimular o consumo de ingredientes frescos.
O tempurá de peixinho-da-horta (planta gordinha e extremamente saborosa), por exemplo, está entre os campeões de pedidos, assim como o gaspacho de melancia, o favorito de Marina no menu de verão. Ambos fazem parte da seleção de quitutes deste piquenique, elaborado especialmente para o Dia dos Namorados – o último antes da chegada do bebê que esperam.
Mari, que já é mãe de Theo, 12 anos, adora planejar detalhadamente viagens e passeios em família. Para essa ocasião, não foi diferente. Incluiu receitas de família e outras criações práticas que podem ser transportadas para um parque, uma praça ou até mesmo para o quintal de casa sem prejuízo.
“Tudo tem alguma conotação especial, como a torta de cenoura da minha mãe e os pratos que mais gosto de servir no restaurante. São preparos delicadamente brutos e fora do lugar-comum, e acho que é assim que eu me definiria”, resume ela. O resultado foi uma manhã tranquila, repleta de carinho e paixão sob o sol de outono.
Obra do destino
Casar com o primeiro amor não é só coisa de filme – aconteceu com Marina e Alexandre. Os dois se conheceram na escola, aos 14 anos, mas se perderam de vista após a formatura. A paixão deslanchou anos depois, quando amigos em comum organizaram um reencontro da turma do colégio e eles finalmente se tornaram um casal.
“Alê foi meu grande amor da adolescência. Parece coisa do destino mesmo. Namoramos, noivamos, casamos e, agora, esperamos a chegada de mais um membro na família”, diz a chef. A evolução desse relacionamento harmônico para a parceria no trabalho foi natural, com aulas de culinária que começaram no lar.
“Ele sempre teve jeito com cozinha, mas conseguiu se desenvolver mais ainda depois que nos casamos”, conta Marina. A refeição favorita deles é o café da manhã, e todo mundo coloca a mão na massa. Às vezes, um prepara algo para levar para o outro na cama.
Em outras ocasiões, chamam Theo para um mutirão e montam uma bela mesa, completíssima. “Comemos de tudo e priorizamos alimentos frescos. Não importa se estamos só nós ou recebendo os amigos, a cozinha é o coração da casa.”
Comida caseira para viagem
“Cozinhar é um ato de amor e também político. Minha missão como mãe é transmitir isso aos meus filhos e ensiná-los a fazer um pouco de tudo para que eles tenham autonomia”, afirma Marina. Ela mesma aprendeu essa lição com a mãe. Ganhou, aos 10 anos, um livro de culinária para crianças e passou a preparar os pratos para os pais e os irmãos.
Com Theo, prioriza receitas básicas e práticas, como a torta de cenoura, receita de sua mãe, e o quibe de abóbora com quinua, que nunca sai do cardápio de casa e do restaurante. Ambos podem ser feitos na véspera de um evento – como no caso deste piquenique. São pratos que não perdem sabor nem textura se consumidos em temperatura ambiente.
“Outro item que dá para deixar pronto é o recheio dos sandubinhas. O legal do piquenique é que nos remete a comidas frescas e fáceis, ótimas para comer com as mãos e compartilhar. Adoro esse conceito de comilança gostosa”, diz a chef.
Confira 7 receitas para fazer um piquenique de Dia dos Namorados:
1. Tempurá de peixinho-da-horta ao molho tártaro
2. Gaspacho de melancia
3. Sandubinha de abobrinha marinada com queijo de cabra
4. Quibe de abóbora e quinua recheado com ricota e cogumelos
5. Torta de cenoura
6. Chia pudding com coulis de maracujá
7. Drinque Orgeah
Fotos: Bruno Geraldi | Produção: Florise Oliveira | Concepção visual: Lorena Baroni Bósio