10 coisas que toda mãe prática sabe
Veja se você está mais para mártir ou para alguém que curte os filhos sem complicações ou sofrimentos desnecessários
Nem só de mulheres neuróticas, superprotetoras ou sofredoras a maternidade é feita. Longe disso! Ao contrário do que as obras de ficção parecem mostrar, há aquelas que evitam perder as estribeiras por pouca coisa e estão longe do clichê de viver para os filhos e não ter tempo para si mesmas. São as mães simplesmente práticas. Não que elas acertem sempre: afinal, ninguém acerta sempre. Mas não fazem da maternidade algo de outro planeta e, definitivamente, mais aproveitam o paraíso do que padecem nele.
1) Não é o fim do mundo se o seu filho tropeça e cai. Mesmo – e talvez principalmente – se ele estiver aprendendo a andar! Sim, os avós vão morrer de dó. E sim, as mães mais assustadas à sua volta talvez achem você um pouco fria. Mas é que você, que não se desespera à toa, sabe que pequenos tombos não são nada de mais e fazem parte da infância. E que um “Machucou, filho? Não? Que bom, então levanta” pode ser melhor para criar crianças confiantes do que sucessivos “Meu Deus, caiu, coitadinho!”.
2) E também não é o fim do mundo quando ele tira uma nota vermelha. Nem sinal de que a escola é exigente demais. Ou que ele não está acompanhando a turma. E muito menos que ele será um profissional malsucedido no futuro! É só uma nota vermelha. Oriente-o a estudar mais e, se os resultados continuarem ruins, aí sim vale se aprofundar na questão, marcar uma conversa na escola…
3) Criança pequena faz malcriação. E até bate nos pais. E isso é normal. Em Tristes Trópicos, Lévi-Strauss relata ter observado crianças nambiquaras que, quando contrariadas, batiam na mãe. Se seu filho de dois anos já bateu em você, console-se pensando que isso não representa um problema específico da nossa cultura. Nem sinal de que você está errando na educação, mimando-o demais – por mais tortos que sejam os olhares no shopping. É só um lembrete de que crianças são crianças, aqui ou entre os nambiquaras. E que elas ainda não aprenderam a lidar bem com as emoções. Seja firme, corrija, mas não surte: está tudo bem!
4) Você não precisa comprar uma “saída de maternidade” para o seu bebê. Nem um “kit higiene” para colocar sobre a cômoda. Nem filmar nada que se passar na sala de parto. Ou bordar o nome dele nas peças. Assim como não tem que fazer grandes festas de aniversários em bufês ou levar uma mala gigante toda vez que vocês saem de casa. A não ser que você queira e possa, é claro. Caso contrário, você, que é prática, sabe: não é necessário esquentar a cabeça com nada disso.
5) Pipoca, frutas variadas, iogurte natural e bolo simples caseiro são opções fáceis e saudáveis para a lancheira da escola. E uma boa alimentação é fundamental, mas, nos dias de correria, a mãe prática sabe que um bom ovo mexido ou macarrão com molho de tomate industrializado ou atum em lata quebram o galho sem dramas. Ah, e que um brigadeiro de vez em quando não mata ninguém… Em vez de cultivar radicalismos, mais vale dar o exemplo e ensinar a criança a ter uma boa relação com a alimentação, comendo de tudo, sem exagerar ou passar fome.
6) Criança desobedece, mesmo. Você quer que seu filho seja uma pessoa de verdade, e não um robô, certo? Então, aceite que, às vezes, mesmo sabendo que não podem enfiar o dedo na tomada, eles vão enfiar. E, a você, cabe corrigir e ensinar, sem perder a cabeça, dar broncas exageradas ou achar que ele é muito teimoso ou que você não está educando bem.
7) Tudo bem pular o banho dele um dia ou outro. E fingir que não viu quando ele pega uma bolacha que caiu no chão e come. E deixar que ele saia com uma meia de cada cor, já que foi o fofinho que escolheu o visual e está tão feliz assim! Aliás, aproveite para se desfazer daquele par de sapatos que ficam lindos nas fotografias, mas incomodam o pequeno, assim como o vestido fofíssimo que atrapalha sua filhota a engatinhar. Uma mãe prática é assim em relação ao guarda-roupa também: prática.
8) Você prepara seu filho para a vida, e não a vida para o seu filho. Em casa, você pode seguir a linha conceitual que achar melhor: ser contra meninas brincarem de princesas, proibir a entrada de brinquedos violentos e até seguir um novo método da neurociência de aplicar castigos. Mas se tem uma coisa que toda mãe prática sabe é que, fora de casa, existe algo chamado mundo. E que o mundo até muda, mas bem lentamente. Assim, a não ser que você isole seu filho dos vizinhos, dos coleguinhas de escola e do resto da família, sua criação não vai seguir todas as palavras do seu roteiro perfeito. E, se você forçar muito a barra, pode virar, em vez de uma mãe libertária e cheia de ideais bonitos, apenas uma mãe autoritária.
9) Sim, ele é o amor da sua vida, mas você não é a única na vida dele. Quando ele era um bebê e o pai foi trocar a fralda, você não disse: “Com licença, eu é que sei como fazer isso”. Você também não se culpa quando sai para trabalhar ou para jantar com suas amigas. Porque você sabe que o que importa, mesmo, é que o seu filho esteja bem. Seja com você ou com seu ex-marido e a mulher dele. Seja na escola, na casa da avó ou com uma babá amorosa. Certifique-se de que ele esteja em segurança, bem cuidado pelas pessoas que estão com ele e se sentindo amado… E vá viver!
10) Para ser uma boa mãe, você precisa cuidar de si mesma. Afinal, seus filhos são a prioridade da sua vida, sobretudo quando estamos falando de crianças pequenas, por serem muito dependentes… Mas o sucesso da maternidade (e a paz de espírito) requer a mesma lógica dos treinamentos aéreos: primeiro, coloque a máscara de oxigênio em você, para só então ajudar o passageiro ao lado. Para ser uma boa mãe, e também um ser feliz e realizado, você precisa cuidar da sua cabeça e do seu bem-estar. O que, é claro, toda mãe prática sabe muito bem.